O rosto de Ashley estava branco como cera, quando ela saiu do escritório e sentou-se no seu lugar. Engoliu o choro, diversas vezes quando pensava na possibilidade de perder a fazenda. Se ela não conseguisse aquele dinheiro até o final de semana, tudo estaria perdido. O silêncio foi rompido por Val, que ao vê-la tão angustiada correu para socorrê-la. — Não me diga que você e o Oliver brigou novamente? – Ela perguntou, observando o rosto de Ashley se tornar sombrio. — Oliver quer me castigar por eu desobedecer a uma ordem dele – disse com zombaria. Era estranho para Val ouvir Ashley falar de Oliver daquela forma. Parecia uma pessoa completamente diferente da qual ela conhecia. — Que ordem? – Perguntou ela. — Por conversar com o Alfonso – havia espanto no rosto de Val – certamente o seu chefe acredita que continua casado comigo e que pode me chantagear quando bem entender. — Eu não chamaria isso de chantagem – a expressão no rosto dela se modificou para algo mais leve – o Olive
A secretaria não gostou nada do que viu no rosto do patrão. O coração da mulher disparou descontroladamente, e ela prendeu a respiração por tanto tempo que começou a ficar sem ar. Um turbilhão de pensamentos com cenas horríveis pairou sobre a sua mente. O que Oliver conseguiria fazer? — Para onde eles foram? – Olhando nos seus olhos, ameaçador, a mulher não sabia o que dizer. — Eu não sei – a voz tremula fez Val indagar por que estava tão nervosa se não havia sido ela a cometer o erro – o senhor não acha que está exagerando? — Eu odeio ser contrariado, tanto você quanto a Ashley sabem disso – o tom de voz estava cheio de desgosto – exagero você verá quando eu a encontrar. A secretaria ficou assustada. Oliver podia arruinar a própria empresa se não controlasse os seus instintos. Ela não ousaria dizer a ele que o ciúme estava o cegando, Oliver jamais admitiria isso. Mas Val sabia que ele não suportava ver Ashley com outro homem. Oliver começou a caminhar em direção ao elevador, qu
O coração de Ashley batia tão descontroladamente que ela achou que sofreria um infarto. Os seus olhos começaram a lacrimejar na mesma proporção que Oliver se aproximava dela. Oliver estreitou os olhos perigosamente, olhando para Valentina e depois voltando a olhar para ela. — Oliver! – Valentina sorriu para ele, feliz em vê-lo. Mas Oliver não ousou se aproximar da menina. Ashley ficou espantada e com medo quando percebeu que já havia uma ligação entre eles dois e que Valentina parecia gostar dele. O que pareceu um absurdo. Como alguém conseguia gostar do Oliver? — Quantos anos ela tem? – Oliver perguntou, estranhamente com a voz calma. Ashley virou o rosto e olhou para Valentina, que agia tranquilamente, sem imaginar o que estava prestes a acontecer. Ela não poderia ter aquela conversa na frente da menina. — Isso não interessa – ela passou por ele, mantendo a sua expressão neutra, ela começou a se afastar, mas Oliver a segurou com força. — Até quando vai continuar mentindo para
Oliver estava transtornado. Ele dirigia de volta a empresa em uma velocidade abaixo do que de costume. Buzinas ecoavam todas às vezes que um carro passava por ele. Portanto, Oliver sabia estar no automático. O seu corpo estava ali, mas sua mente estava em Ashley e na história que ela havia inventado. Ele nunca quis ter filhos. E os motivos que o levavam a essa decisão eram cicatrizes de uma infancia completamente perturbada. O coração de Oliver começou a bater mais forte quando ele se recordou do passado. As suas mãos tremiam, enquanto segurava o volante com as recordações de quando era criança e presenciou o seu pai abandoná-lo sem nenhuma explicação. Hendrix o deixou sozinho para viver com uma mãe totalmente descontrolada, que abusou psicologicamente dele de todas as formas, durante toda a sua vida. Ele não esperava se sentir tão fraco e impotente diante das recordações, muito menos conseguia explicar por que sempre odiou o seu pai, mas ajudou a sua mãe a vida inteira. Quando se t
Começou a chover logo depois que Marina estacionou o carro na frente da casa. Ela estava com as roupas encharcadas assim que colocou os pés na casa, o que não impediu de Valentina correr e lhe oferecer um abraço. Ela observou a criança atentamente, olhando cada arranhão exposto, na sua pele tão macia e logo depois começou a chorar. — Graças a Deus! você está viva – ela ergueu os olhos e sorriu, uma mudança surpreendente no seu rosto – já que está bem, pode voltar a assistir o seu desenho preferido, enquanto converso com a sua mãe. Valentina soltou uma risada e olhando para ela pela última vez, saiu, voltando para a sala. Marina levantou-se, porém, ainda mais angustiada de quando havia entrado na casa minutos antes, olhou para Ashley e começou a falar: — Eu disse a ela para tomar cuidado – a intensidade da chuva aumentou lá fora – quantas vezes alertei para ficar atenta. Céus, imaginar que Valentina poderia ter sofrido algo pior. — A culpa não foi da babá – Ashley a olhava c
— Por que o Oliver não vem trabalhar hoje? – Ashley caminhou até a mesa onde Val estava e envolveu a mulher com as suas indagações. — Certamente você tem a resposta para isso – olhou para ela cheia de expectativas que Ashley contasse o que estava acontecendo – ele saiu ontem como um louco peregrinando pela cidade atrás de você. Oliver não suporta a ideia de vê-la ao lado de Alfonso. — O que está dizendo Val? – Um sorriso formou-se nos lábios de Ashley – O que o Oliver não suporta é ser contrariado. — Estou dizendo que aconteceu alguma coisa enquanto ele estava fora – levantou-se impaciente – eu nunca vi o Oliver tão perturbado e perdido. O que aconteceu, Ashley? Os olhos da mulher se arregalaram. Os seus lábios se transformaram em uma linha reta e não havia cor no rosto dela. — Ele não te contou? – Uma ruga se formou no rosto de Ashley – é muito estranho sendo você a melhor funcionaria dele, não saber de nada. — Stefany estava aqui quando ele chegou – Ashley observou Val revira
Oliver nada disse por um tempo. Entraram no escritório e ela ficou observando-o pegar curativos guardados na gaveta da escrivaninha e caminhar em direção a ela. Com ele tão perto, no entanto, ela ficou agitada e perturbada, ainda mais com ele a tocando novamente. Ashley soltou um grunhido de dor quando ele pressionou a ferida para estancar o sangramento. — Desculpe – ela lançou um olhar duvidoso para ele, perguntando-se o que havia acontecido com Oliver – Stefany estava com bastante raiva quando segurou você. Ele lançou um olhar até ela e depois sorriu, um sorriso duro como se lhe custasse. — Não deveria ter vindo até aqui – ele chegou um pouco mais perto, como se quisesse se certificar haver realizado um bom trabalho e o curativo estava no lugar correto. Isso fez o corpo de Ashley estremecer. — É uma forma de dizer que eu deveria estar fazendo coisa melhor do que trabalhando? – Ele lhe lançou um sorriso e Ashley não teve como não retribuir — você se esqueceu que hoje era um dia
Ashley queria parar de pensar sobre o que havia acontecido na mansão do Oliver, mas quando o táxi estacionou na porta da empresa e o motorista chamou o nome dela várias vezes sem que ela respondesse, foi que ela conseguiu entender o quanto estava submersa naquele problema.Quando saiu do carro, sentiu suas bochechas queimarem de vergonha. Se desculpou por fazer o motorista perder o seu tempo e entrou no prédio. Quando chegou em frente a sala de Oliver, ouviu uma voz que lhe parecia familiar. Ela tentou se lembrar de onde conhecia, antes de se virar e ter uma grande surpresa.— Hendrix? – Um sorriso sincero brotou dos seus lábios. Ashley estava estranhamente satisfeita em ver o pai de Oliver novamente.— O que está fazendo aqui, Ashley? – Ele se aproximou para cumprimentá-la. O sentimento em reencontrá-la parecia recíproco.— Eu trabalho aqui – ela o abraçou calorosamente – há quanto tempo não nos vemos? Três anos, talvez.— O tempo suficiente para eu ficar surpreso que agora você trab