LeonardoViviane e eu voltamos da clínica, ao meu lado ela não parava de falar da emoção que foi ouvir o coração do filho e saber que daria à luz um menino em alguns meses.—Tem em mente um nome para o bebê?Pergunto dirigindo até o supermercado que fica próximo da casa dela. Viviane queria preparar um jantar especial pela descoberta do sexo do filho e por ouvir o coração do bebê.—Sim! Se fosse menina eu chamaria de Mariana e se fosse menino seria Francisco o nome do pai do Pedro.Ela responde com sua inocência de sempre, aquele sorriso que me desconcertou cada vez que eu olhava em seus olhos.—Dois nomes bonitos e pelo que vi Francisco terá um significado ainda maior por ser o nome do avô paterno do seu filho.—Verdade, mesmo conhecendo pouco o seu Francisco porque eu era muito nova quando ele faleceu, mas sei que foi um bom líder e Pedro sempre me contava que era um bom pai para ele.Viviane fala, eu perguntou como um pai incentivava o filho a se tornar um homem que não seguia a l
LeonardoOs meses passaram com rapidez, Viviane estava no final do sétimo mês de gestação e cada dia eu me aproximava ainda mais daquela garota. O pré-natal não teve nenhum problema e Francisco crescia saudável no ventre da da mulher que eu amava. Dona Zélia se tornou uma aliada depois que confessei meu amor pela neta. Mesmo a senhora sendo honesta comigo em relação a perda recente do Pedro no fundo torcia para que a neta e eu acabasse dando certo um dia.Sara passou a me ligar, mas às vezes, surpresa com a intimidade que conquistei com Viviane e ela acreditava que muito em breve conseguiria fazer com que ela aceitasse meu pedido de casamento. Na comunidade tudo se encaminha melhor do que antes e o garoto chamado Lucas assumiu o lugar do chefe melhor do que o esperado.Jéssica sumiu do mapa como poeira ao vento e não sabia nada daquela garota desde a noite que ela fugiu de Estrela Guia. A casa que minha mãe deu para que ela sumisse da minha vida, era ocupada pela tia e minha mãe me ma
VivianeVitória e eu estávamos na lanchonete próxima da clínica. Voltamos da minha consulta e meu bebê estava saudável e a médica disse que a partir de agora era descanso e apenas esperar a data do nascimento. O peso bom e o tamanho também. Francisco seria alto como o Pedro e no ultrassom pude ver o rostinho do meu filho pela 3D. Leonardo avisou que viajaria no final da tarde e retornaria no domingo à noite. Nossa relação mudou depois do nosso beijo dentro do carro dele e já pensava nos conselhos que vovó me dava de outra forma. Eu me sentia bem perto dele, Leonardo sempre foi tão bom comigo e jamais forçou nada e nem situações. Eu nunca esqueceria o Pedro, eu sempre tive a certeza só que me sentia tão sozinha em alguns momentos que a pergunta do Leonardo martelava na minha mente. Antes de ir embora ele me pediu em namoro, que queria tentar uma relação comigo e que gostava de verdade de mim. Fiquei confusa ao ouvir a confissão vindo da boca dele e recordei as conversas com vovó sobre
JéssicaEle me encontrou! Meses depois estava cara a cara com o Leonardo e meu ódio por ele aumentou ao ver seu rosto arrogante e ar de superioridade me encarando.Decidir ir embora foi a decisão mais sábia que tomei na minha, largando titia que eu não tinha a noção de onde se encontrava e seguindo minha vida longe de tudo e todos. Longe principalmente daquele homem que me olhava como se eu fosse um lixo qualquer. Odiava Leonardo na mesma proporção que um dia eu gostei dele. Odiava o fato dele amar a Viviane e saber que ele vivia correndo atrás dela depois que se mudou de Estrela Guia ajudada por ele. Não morava naquela comunidade, mas ainda assim eu sabia de tudo. Uma conhecida me contava as fofocas que ali aconteciam, como se eu tivesse algum interesse em saber como todas viviam ali depois que o Pedro morreu.— Eu estou aqui para trabalhar e não ficar trancada aqui nesse banheiro contigo.Falo de forma ríspida pra quem sabe assim aquele idiota me deixasse em paz. Não queria ficar no
JéssicaOlhava minha aparência no espelho do banheiro e o que via era uma mulher que nunca teria valor aos olhos de nenhum homem. Leonardo fugiu me deixando sozinha em cima da pia, com o cheiro dele e seu gozo que deslizava entre as minhas pernas. O quão patética eu era por não ter forças de empurrar aquele maldito pra longe e sair dali agindo como se ele não existisse. Peguei uma toalha da mão que ficava num cesto. Limpei minhas pernas, tentei arrumar o meu cabelo todo bagunçado. A maquiagem borrada e depois de alguns minutos estava apresentável para retornar à festa. Chamaria Fernanda para irmos embora e pouco me importava o dinheiro que perderia nesse trabalho. Procurei minha calcinha pelo chão e não encontrei. Só então me lembrei daquele homem rasgando a peça e guardando no bolso da calça dele.— Ele nunca te considerou alguém importante sua tonta — falei para mim mesmo segurando as lágrimas. Não choraria por ele, assim como nunca chorei pelo Pedro quando me largou. Não seria mais
LeonardoEu me sentia um homem completo! Minha vida profissional se encontrava em sua melhor fase. Meu trabalho progredia tanto na comunidade como no hospital da minha família. Em alguns meses estaria assumindo um cargo muito maior do que imaginei um dia e claro que namorava a mulher, mas linda e maravilhosa que eu conheci na vida.Viviane aceitou meu pedido de namoro. Uma semana se passou desde que ela disse que aceitaria ser minha namorada e uma semana que um sorriso idiota não saia do meu rosto. Meus pais sabiam do meu novo relacionamento e minha mãe surtou quando contei que Viviane estava grávida e que ela era viúva do chefe da comunidade em que fui trabalhar. Claro que dona Soraia não poupou nas palavras ofensivas, mas meu pai disse que estava feliz por mim e pela minha nova fase. Marquei um jantar para que Viviane conhecesse meus pais e agora esperava por ela na sala da sua casa enquanto dona Zélia me fazia companhia. Sofia não acreditou quando contei a novidade e Sara me parabe
VivianeA mãe do Leonardo não disfarçou o fato de não me aceitar ao lado do seu filho. Depois das apresentações fomos para a sala de jantar e a cada momento ela falava algo que me deixava constrangida. Doutor Ricardo era sincero nas palavras, evitava citar o Pedro, mas a mãe do meu namorado em qualquer oportunidade falava o nome do pai do meu filho. Ou perguntando a causa da morte dele, ou o que Pedro fazia quando vivo. Leonardo tentava contornar a situação e eu demonstrava estar bem, mas a verdade é que queria apenas se levantar daquela cadeira e ir pra minha casa.—Viviane, meu filho me disse que você é uma ótima cozinheira — dona Soraia mudou o assunto, mas as palavras dela ainda sim mostravam que era uma forma de me destratar.—Viviane além de ser uma ótima cozinheira prepara bolos, doces e salgados muito bem.Leonardo segura minha mão me dando apoio e o doutor Ricardo diz que meus bolos são famosos na ala das crianças.—No hospital toda sexta-feira os pacientes da ala pediátrica
Um mês depois...LeonardoChegaria atrasado para o jantar com Viviane. Uma paciente acabou permanecendo mais tempo do que o normal na consulta. Dirigia com o pensamento em Francisco. Meu afilhado completava um mês de vida hoje e Viviane preparou um bolo para o filho. O garoto era forte, grande para a idade e idêntico ao pai. Uma lembrança para toda a vida que eu levaria. Conversei com meu pai sobre meu relacionamento e decidi pedir a Viviane em casamento. Marcelo conversou comigo e disse que um homem casado com filho, passava uma impressão muito melhor para o eleitorado. O ano eleitoral começaria e teria que participar de reuniões, encontros de partidos e aliados. Uma esposa como Viviane ao meu lado, favorece a campanha do Marcelo. O pedido de casamento estava na ponta da minha língua e na primeira oportunidade eu faria.O trânsito infernal, estava parado no engarrafamento há 15 minutos e Viviane ligou várias vezes para saber o motivo da minha demora. Os carros passaram a se mover, da