PedroNo momento que coloquei meus pés naquela casa e revi meu filho, foi como se o mundo parasse. Viviane apertou minha mão com tanta força, que nem mesmo senti dor ao ter sua unha tocando minha pele. Francisco assim que viu a mãe tentou se levantar. Uma garota mais velha que Viviane ajudou o menino a ficar de pé e tentei não chorar ao ver meu filho andando sozinho pela primeira vez. Os bracinhos estendidos vindo em nossa direção e Viviane ao meu lado, vendo nosso primeiro encontro como pai e filho.—Vem com a mamãe meu amor, olha só quem veio conhecer é o papai.Viviane fala e Francisco desvia dos braços da mãe se agarrando nas minhas pernas tentando me chamar atenção.Pa..Paa.. PaaOuvimos Francisco tentando repetir o que a mãe disse. Um silêncio tomou de conta da sala, me abaixo para ficar cara a cara com o seu rostinho risonho e sinto os dedinhos tocando minha bochecha. Abraço o menino, como se fosse a última coisa que faria nesse mundo. Viviane permanece ao meu lado de pé, não a
LeonardoDesembarcamos no Rio de Janeiro, assim como todas as viagens, mal chegamos à cidade e o Marcelo se enfiava em reuniões com empresários e pessoas que o ajudavam com os negócios em São Paulo. Ele me dizia que eu precisava aprender tudo, conhecer todos e me dar bem com a parte importante daqueles homens. Dessa vez, Marcelo me disse que ficaríamos hospedados em uma das mansões de um empresário do ramo de supermercados. Toda a comitiva dele ficaria nessa residência e que teríamos total privacidade durante a nossa estadia. Enquanto eu aguardava para encerrar a conversa com um dos deputados do Rio, enviava mensagem para Viviane avisando que já havia chegado, que provavelmente o sinal de celular não seria tão bom, no lugar em que ficaria e recebi apenas um “tudo bem, se cuide”. A mudança no tratamento de antes para agora era tão nítido, que o desespero aumentava como se eu estivesse perdendo minha esposa sem poder mover um dedo para salvar meu casamento que na verdade nunca existiu d
PedroFrancisco brincava no cercadinho que comprei, enquanto eu trabalhava na sala esperando Viviane chegar. Foram dias felizes ao lado do meu filho e da minha mulher. O idiota do Leonardo voltava para cidade em dois dias, sem ter ideia da surpresa que teria quando se encontrasse comigo. Mesmo não trabalhando como policial federal, sabia de tudo que acontecia nas investigações e a bomba iria estourar antes mesmo do panaca pensar em armar algo para mim. Estava por dentro da nova armação, que Marcelo mandaria colocar drogas em Estrela Guia para sujar meu nome e me fazer passar por traficante e assim, agiria como o governador salvador, que combatia os bandidos maus. Só que ele não imaginava que eu estava um passo à frente daqueles dois. Que ainda conhecia os contatos certos, enquanto ele se afundava em negócios sem saber.Papa...papa...papa...Francisco chama por mim, fecho meu notebook pegando meu filho no colo. Lucas contratou uma jovem para me ajudar a cuidar dele, assim conseguia tra
VivianeOuvi o choro do meu filho, vindo do quarto e sem acordar o Pedro eu sai da cama. Dormíamos no quarto, depois dos momentos que tivemos juntos na sala. Era madrugada, a chuva caía lá fora e com cuidado entrei no quarto do Francisco, encontrando- o sentado no berço.—Seu pai achando que você dormiria a noite toda, mocinho — pego- o em meus braços, olhando se a fralda estava suja.— Primeira noite dormindo na casa do seu pai e o senhor decidiu acordar de madrugada.Com meu filho nos braços, volto para o quarto encontrando o Pedro sentado na cama, passando a mão pelo rosto tentando se manter acordado.—Eu disse que o Francisco não costumava acordar à noite, agora desconsidere essa minha informação.Brinco ao dizer isso. Coloco Francisco na cama, o menino sobe no colo do pai, tocando o rosto de Pedro, chamando atenção dele.—Meu menino quer dormir com seus pais, essa noite?Pedro, deita-se com o filho por cima do seu peito brincando com o menino que rir com o pai fazendo cócegas com
PedroFrancisco brincava na cama, em meu quarto enquanto a mãe terminava de se vestir. Por mim Viviane continuava na nossa casa, voltando somente para buscar o restante das suas coisas. Só que minha mulher tinha consideração pelo idiota do Leonardo.Passamos um dia em família, com Francisco e até levei o menino ao meu escritório. Meu filho era um menino esperto, ativo e seria um bom homem no futuro.—Não quero que vá embora — digo pegando o menino no colo, saindo ao lado da Viviane para a sala.—É por pouco tempo meu amor. O Leonardo vai aceitar eu sinto, tudo bem?Ele teria que aceitar querendo ou não, a decisão dela. Ou seria obrigado a agir da mesma forma suja que o mentor dele agia pelas costas.Viviane leva sua bolsa e a do Francisco para o carro eu acompanho até a garagem.—Queria passar na casa da vovó, mas é tarde e o trânsito nesse horário é terrível.—Vendo você assim tão independente, me sinto orgulhoso da mulher que você se transformou. Meu desaparecimento não foi apenas a
MarceloGaroto tolo! Jogo o celular em cima do sofá, com raiva pela resposta que Leonardo me deu. Era preciso que ele aceitasse minha oferta, assim todo mundo sairia ganhando no fim com a prisão do Pedro por tráfico de drogas. Porém Leonardo era teimoso e de certa forma medroso também. O escolhi como meu sucessor no governo, porque percebi sua inteligência desde o primeiro convite que fiz, quando ele se tornou diretor da clínica em Estrela Guia. Boa familia, estudado, jovem e bondoso para com todos. Minha sorte foi ele ter se apaixonado pela mulher do chefe, facilitando tantas coisas no caminho para mim. O que eu não poderia imaginar é que o Pedro tinha sete vidas pelo jeito, conseguindo escapar da morte e retornando para atrapalhar meus planos. Por dois anos tentei colocar meus garotos dentro daquela favela, contudo nada que eu fazia dava certo. Depois que Pedro voltou eu entendi que as duas raposas velhas: Neto e José é quem estava por trás de tudo. Aqueles dois sempre foram os mel
LeonardoPedro: Acabei de entrar em nossa casa, seu cheiro permanece em cada canto desse lugar. Queria você ao meu lado, sei que preciso ter paciência. Vou sonhar com você, sentindo seu gosto em meus lábios e não imaginar ao seu lado aquele idiota que quis te roubar de mim.Li a mensagem duas vezes, depois fui passando as anteriores e o ódio aumentou ao ver como os dois conversavam tão apaixonados. Era tão claro ali que os dois dormiram juntos, aquele desgraçado teve o que era meu por direito. Deixei o aparelho em cima da mesinha quando ouvi a porta abrir. Me virei de frente para Viviane que surgiu segurando uma xícara de chá me entregando.—Toma esse chá, você vai se sentir melhor e dormir tranquilo.Peguei a xícara das mãos dela, controlando o tremor em meu corpo. Meu desejo era mostrar o que acabei de ler, confrontar Viviane e ir até a casa daquele bandido e dizer que ela era minha esposa e assim seria até quando eu quisesse. Porém não passava de um covarde e talvez esse foi um dos
VivianeEu estava sonhando... sim eu sonhava com o Pedro me amando. Meu sonho era tão real. Senti seus dedos, tocando minha bochecha, sua boca beijando a minha. Pedro deslizava as mãos pelo meu corpo, parando na minha barriga, me causando um frio tão gostoso.— Pedro... eu disse seu nome, acordando do meu sonho. Foi tão real, que senti como se ele estivesse mesmo ao meu lado na cama. Abro os olhos, pisco e vejo que não era o Pedro que me beijou em sonho. Percebo que nem sonhando eu estava e sim foi tudo real. Sentado ao meu lado, vejo Leonardo me olhando, seu rosto vermelho, demonstra raiva como se eu tivesse feito algo ruim. Lembro que segundos atrás, chamei o Pedro em sonho. Só que não era sonho, foi real e o Leonardo me beijou sem a minha permissão. Levanto-me da cama assustada. Ao sentar ele se afastou de mim, peguei a coberta cobrindo meu corpo, sem acreditar que ele teve a coragem de me beijar enquanto eu dormia.— Leonardo você... eu fico sem saber o que falar. Me sinto suja, q