MARY COLLINS
Peguei o meu celular, jogando o meu corpo na cama que está uma bagunça. Ainda nem sai do quarto hoje, são umas nove horas da manhã ainda. Abrir no i*******m, tirando do meu pessoal e colocando no que faço as minhas postagens. Meu último texto já está com quase dois milhões de visualizações, parece até uma mentira._ Até quando tento ser anônima eu acabo fazendo um pouco de sucesso.- Ironizei sozinha, sentindo o silêncio e vazio do meu quarto. Fiquei por uns segundos olhando o teto do meu quarto, extremamente entediada. Como estou sem nada para fazer, calcei minhas pantufas, segurei o celular e sai do meu cantinho, pronta para desvendar cada lugar do segundo andar dessa cobertura, outro dia eu vou conhecendo primeiro.Como nesse corredor está mais um quarto de hóspedes e o dos meus pais, fui para a outra ala. Logo de cara, bem no fundo do meu corredor, a porta do quarto do meu tio, como sei que não posso entrar lá, fui na outra que tem nesse mesmo lugar, Ao abrir a porta, senti o meu coração disparar e a imagem mais linda de todas tomou a minha visão. O meu querido tio tem uma enorme biblioteca, daquelas tão lindas que parecem até cenas de filme._ Meu Deus do céu, estou no paraíso e ninguém me contou.- Adentrei a sala, sem nem me preocupar em fechar a porta atrás de mim.Passei o meu dedo pelo primeiro livro que vi, tirando logo em seguida e soltando um enorme sorriso ao ver que está limpinho e muito bem cuidado. Sinto uma dor tão grande no peito ao pensar em um livro que não esteja sendo bem cuidado, com poeiras ou todo amassado. Ao menos eu tenho um cuidado sem igual com os meus, são os meus bebês e os cuido com a minha própria vida. _ Romances.- Corri até eles, passando a minha mão e vendo os livros, sendo alguns até de coleção.Não é uma área tão grande ao se comparar com as outras, mas o suficiente para se tornar o meu paraíso em todos os sentidos. Quando vi uma das minhas últimas leituras online bem ali, não segurei o sorriso. “Entre as estrelas” é um lindo romance dramático, daqueles que eu chorei sem parar por alguns minutos. Como a autora é bem conhecida mundialmente, assim que o livro saiu, eu não consegui comprar, pois saiu bem rápido. É uma surpresa, em todos os sentidos, que o meu tio tenha esse livro aqui._ Não te ensinaram que é errado bisbilhotar?- A voz firme e grossa predominou o ambiente, fazendo com que eu acabasse dando um pulo no lugar com o susto que acabei tomando._ Tio.- Coloquei a mão no meu peito, encarando ele, levemente assustada._ Sobrinha.- Debochou da minha cara, adentrando a biblioteca e fechando a porta atrás de si.- O ar fica ligado para manter o ambiente confortável, não deixe a porta aberta. Concordei com um manusear de cabeça, observando que ele cuida muito bem desse lugar, com um zelo extraordinário._ Como você conseguiu comprar esse livro? Fiquei acordada até tarde e mesmo assim, quando eu fui ver, já tinha esgotado tudo.- Voltei a minha atenção para a preciosidade em minhas mãos, _ Eu não comprei,deve ter sido a Silvia.- Ele deu de ombros, olhando todo o lugar.- Faz um tempo que não venho aqui, acho que ela manteve o lugar_ Ela fez um bom trabalho.- Afirmei contente, colocando o livro de volta na prateleira e indo até a sessão infanto juvenil.Meu adorado tio veio logo atrás, observando-me com atenção. Fui olhando cada um dos livros, reconhecendo a sua grande maioria, mas parando em um específico: Angelina Bailarina. O meu amor pelos livros foi herdado do meu querido tio, William. Recordo das diversas vezes que, ao me colocar para dormir, ele me mandava escolher um livro e ficava lendo até que eu pegasse no sono. Minha tia nunca foi fã de literatura, na verdade ficava bem longe dos livros, até mesmo quando eu pedia. Já o meu tio, essa sempre foi a sua paixão, quando ele sumia, eu sabia onde o procurar, ele estava aqui!Havia me esquecido desse lugar, de toda a magia que tem aqui. Das vezes que vinha correndo, sentava no colo do meu tio, sempre em sua poltrona confortável, enquanto lia, e ele acabava lendo em voz alta para que eu conseguisse acompanhar a sua leitura. Quando o livro não me era apropriado, ele mudava para um de fantasia ou me mandava escolher outro. Assim ficamos horas aqui, viajando pelo mundo novo que o livro nos levava. _ Lembra desse livro?- Com uma cara de criança travessa, virei na sua direção, permitindo que ele enxergasse o livro que seguro com tanta alegria._ Você me pedia para ler ele o tempo todo.- Manuseou a cabeça positivamente.- Era o seu favorito dentre todos eles._ Chegou uma época que você nem lia mais, apenas me mostrava as imagens e já ia falando o que estava em sua memória. Sabia cada uma das palavras.- Com a voz saudosa, fui falando as coisas que me lembro com perfeição de todos esses momentos lindos._ Como você se lembra de tudo isso?- Sua voz denunciou toda a surpresa que ele sente._ Foi onde eu criei o meu amor pela leitura, jamais me esqueceria.- Contei o óbvio, caminhando até o puff em frente ao divã, sentando ali e apontando para que ele faça o mesmo.- Mesmo sem saber, o senhor me ensinou a amar esse mundo, me deu o meu maior presente._ Você ainda ler?-Quis saber._ O tempo todo, meus pais ficam louco por isso.- Sorrir, escutando a sua gargalhada anasalada.- Meu maior sonho é ter uma biblioteca igual a sua._ Do que adianta ter algo tão grande se nem usa? A leitura só perdeu o sentido, não me ajuda mais.- Soltou um suspiro triste, jogando a cabeça para trás._ Você leu a maioria, tio. Os livros ainda tem a mesma magia que o senhor me ensinou, ainda nos fazem viajar, conhecer mundos diferentes e viver grandes amores.- Soltei o maior sorriso que consegui, sentindo uma felicidade tão grande no peito por falar daquilo que mais amo na minha vida.Ele negou com a cabeça, fechando os seus olhos. Sua postura pesada, como se carregasse o peso do mundo nas costas e não tivesse quem o entendesse, ao menos o ajudasse a ficar melhor. Ele não me deixa entrar para tentar fazer isso, mas tem algo que pode ajudar ele, fazer com que o mundo fique mais leve ou melhor, fazer com que ele viaje para um outro lugar. _ Escolhe um, vamos ler juntos.- Propus animada.- Só não sou muito fã de terror, fora isso pode escolher qualquer um que vou ler com você._ Isso é uma loucura.- Negou com a cabeça._ Eu vou estudar e o senhor trabalhar, mas quando os dois estivermos em casa, podemos separar um tempo para ler ao menos um capítulo por dia.- Fiquei de pé, mais animada do que nunca._ Eu não vou fazer isso.- Negou com a cabeça_ Então eu escolho, se bem me lembro, ama os de ficção.- Caminhei rapidamente até a prateleira com esse gênero, escolhendo com calma.Escolhi um livro que tinha a imagem de uma mulher na frente, com um fundo todo azul e as letras em dourado bem bonitas. Sentei no local que estava antes, pegando, na mesinha ao lado, um marca páginas._ Perdendo a noção do tempo.- Li o título do primeiro capítulo e assim prossegui por duas páginas seguintes, entregando o livro em suas mãos. Meio relutante, o meu tio deu prosseguimento à leitura enquanto eu tomava um pouco de água. Para a minha enorme alegria, ele acabou gostando mais do que imaginava e se envolveu na nova realidade que estamos entrando. Ele me ensinou a ler no passado, me ensinou a viajar sem tirar os meus pés de casa. Hoje eu preciso fazer com que ele aprenda, novamente, tudo aquilo que aprendi com ele e, de certa forma, moldou a pessoa que sou hoje e a que estou me tornando. Dessa forma, se tudo der certo, eu posso acabar criando intimidade com ele, fortalecendo aquele nosso laço tão forte. Eu quero o meu tio de volta, a nossa amizade e cumplicidade. Só não posso me esquecer de um fato importante, mas que o meu coração se nega a aprender desde que chegamos aqui; somos apenas tio e sobrinha, nada a mais!MARY COLLINSRespirei o mais fundo que consegui, encarando a menina refletida no espelho. Iniciar em uma escola nova, no meio do semestre, não é um sonho de ninguém, ao menos algumas pessoas diferenciadas. No meu caso eu acredito que seja ainda pior, afinal não mudei apenas a minha escola, mas também de cidade. As chances de conhecer qualquer pessoa da minha turma são praticamente nulas, o que me faz crer que terei que fazer amizades novas.Sei que vou chegar lá e mesmo sendo a novata, não vou ficar sozinha, muito pelo contrário. Não conheço ninguém de lá, mas posso garantir que ao menos uma pessoa vai me reconhecer e, como consequência, não vai sair do meu pé. É sempre a mesma coisa, em todo lugar que estou é preciso socializar, tendo um grupo de pessoas perto de mim, todas achando que sou tão supérflua quanto! Para piorar tudo, tenho que sorrir e ser educada, não quero ofensas, dirigidas a minha pessoa, nas primeiras páginas das revistas ao acordar.O ensino médio, com toda certeza,
MARY COLLINSGuardei o celular de volta, saindo do carro após me despedir do motorista que me trouxe aqui. Assim que coloquei os pés para fora, todos os olhares se voltaram para mim. Tentei ignorar todos eles, embora seja uma missão quase impossível, entrando no enorme prédio, a minha mais nova escola. _ Bom dia.- Cumprimentei a zeladora que estava em um dos corredores._ Bom dia, querida.- Soltou um sorriso, quase que me desejando um “seja bem vinda” através do olhar. _ Gostaria de saber onde fica a sala da diretoria.- Pedi a informação.Meus pais sempre me ensinaram que não faz mal pedir ajuda, se você precisar é só falar com quem pode te ajudar, melhor do que ficar perdida. Graças a Deus a vergonha não é algo que faz parte de mim, nem poderia ao levar em consideração a vida que tenho. _ Vamos, eu te guio até lá.- Soltou o sorriso mais gentil que conseguiu, começando a me guiar pelos enormes corredores desse lugar._ Obrigada.- Concordei com a cabeça, seguindo ela.Passamos por u
MARY COLLINSDei graças a Deus assim que sai da escola, entrando no carro que logo me guiou para a empresa do meu amado tio. Sério, eu realmente achei que essa manhã não teria mais fim. Estava me sentindo uma estrela americana, em frente às câmeras após ganhar um importante prêmio. Qualquer oportunidade que tinham, todos estavam perto de mim, enchendo-me de perguntas. A minha vida toda eu estudei na mesma rede escolar, no mesmo lugar. Por mais que rodasse o mundo todo com os meus pais, sempre retornaremos ao nosso local seguro. Por mais que lá também existissem pessoas que me enchem a paciência, eu já estava acostumada com eles, sabia lidar perfeitamente. Sobrevivia, com maestria, aquela selva que chamava de escola. Nunca tinha precisado passar por esse processo de adaptação, na verdade, ajudava outras pessoas com isso. É um pouco assustador ser novata, olhar para os lados e não ter um rosto conhecido ou que me passe segurança. Todos ficam em cima de mim, querendo saber um pouco ma
MARY COLLINS_ Mary.- A voz grossa me tira dos meus pensamentos, voltando para a minha realidade. Rapidamente seco as lágrimas debaixo dos meus olhos, das quais nem percebi que foram formadas, espero não ter borrado a maquiagem.- Tem muito tempo que você chegu? Espero não ter demorado demais, um cliente me segurou na reunião e não consegu sair antes. Enfim, sinto pelo pequeno atraso, mas já desliguei o meu celular e estou pronto para termos um otimo horário de almoço._ Oie, tio.- Viro apenas o meu tronco em direção a porta, vendo ele parado.Involuntariamente o meu olhar desce, avaliando bem o quão lindo o meu querido tio está nesse exato momento. Tudo feito sob medida na cor grafite. A camisa social marcando bem os seus músculos, com o primeiro botão aberto. A calça social fazendo questão de marcar um volume que dá muita sugestão, assim como não fica mole nas pernas, mas bem definido, afinal ele malha o corpo todo. Nas mãos a parte de cima do terno, enquanto o olhar está focado em m
MARY COLLINSAdentro o apartamento do meu tio, deparando-me com o silêncio reconfortante que se faz presente. Acredito que nesse momento Sílvia deve estar pela cozinha, terminando algumas coisas antes de ir para sua casa descansar. Meu tio não exige que ela fique por muito tempo aqui, a liberando para finalizar o seu turno assim que terminar de preparar as refeições do dia. Resisto ao desejo de ir até o ambiente e iniciar uma conversa com ela, tentando descobrir como foram os últimos anos para o lindo dono desse apartamento. Sei que nossa conversa iria durar mais tempo do que o esperado, o que me deixaria muito feliz, mas já estou atrasada para ir ao shopping e quero realmente dedicar um tempo a mais para minha amiga. Chego rapidamente em meu quarto, vendo que esse está perfeitamente arrumado e com um delicioso cheiro de lavanda. Sou bem chatinha com isso, amo estar em lugares cheirosos, por isso sempre deixo aqueles aparelhos que de hora em hora vão espirrando o cheirinho. O clima
MARY COLLINS_ E o que achou da escola?- Começa o assunto._ Um pouco diferente da minha antiga, mas eu vou me acostumar logo.- Saímos do elevador.- Depois pode me emprestar o seu caderno? Preciso ter certeza de que estou no mesmo ritmo que todos._ Claro.- Paramos em frente ao seu carro esportivo, daqueles chiques e que só tem dois lugares.- Se precisar de ajuda com qualquer coisa, estou aqui para te ajudar._ Você é muito gentil, obrigada.- Agradeço por isso e por ter aberto a porta do carro.Antes de fechar a porta, Steve solta uma piscadinha na minha direção. Não demonstro nenhuma reação, pegando o cinto de segurança e o colocando como se deve. O ruivo dá a volta pela frente, sentando ao meu lado. Após fazer um processo similar ao meu, saiu com o carro da garagem, tendo como destino um dos melhores shopping da cidade. _ Quer colocar alguma música?—- Oferece. _ Estou bem assim.- Foco o meu olhar na janela, vendo as coisas irem mudando conforme avançamos. Não fica um clima agradá
WILLIAM MARTINS Com a mão direita, seguro firmemente na cintura de April, entrando nela de forma bruta e violenta. Uso minha mão livre para fazer um rabo de cavalo em seus cabelos, puxando suas costas em direção ao meu corpo, beijando toda a lateral do seu pescoço. Seus músculos internos me apertam, tirando um gemido rouco de meus lábios. Como a mulher fogosa que é, começa a rebolar sua cintura na minha direção, aumentando ainda mais o nosso prazer. Aumento um pouco a intensidade, chegando no resultado desejado dentro de poucos minutos. Seu corpo fica mole em meus braços, assim como suas pernas tremem tamanho prazer proporcionado pelo orgasmo recente. Retiro o meu membro, tirando a camisinha dele e começando com movimentos de cima para baixo. Como estamos a um tempo nesse nosso momento quente, não precisou de muito e cheguei a minha libertação, com o meu líquido branco sujando suas costas. Deixo o seu corpo em cima da minha mesa de trabalho, caminhando para o banheiro particular
WILLIAM MARTINS _ Vamos, eu te deixo em casa.- Como estou a poucos centímetros deles, escuto ele falar. Mas não vai mesmo! Eles não são nada, não existe um motivo para levá-la para casa. Começo a andar mais rapidamente, parando ao lado da minha sobrinha, que está de costas para o estacionamento.. _ Tio, o que está fazendo aqui?.- Não esconde sua surpresa. _ Eu vim te buscar.- Respondo a sua pergunta olhando nos olhos de seu amigo. Espero que esse menino entenda o recado, ela vai embora comigo e não com ele. _ Achei que ia mandar o motorista.—- Mary. _ Da próxima vez eu mando, ou se preferir, você vai com o seu amigo.- Tento controlar a minha raiva, mas acabei falhando miseravelmente, com essa sendo extremamente nítida na minha voz. Mary me olha no mesmo momento, visivelmente constrangida. Provavelmente não gostou nem um pouco da forma que falei, mas pouco estou me importando com isso. Tentei a agradar e não recebo nem mesmo um obrigado. Pelo visto, estava doida para ir com es