MARY COLLINS “Em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais superficiais, corajoso e admirável é aquele que vive sua vida sem se importar com a opinião. Que fala o que pensa, priorizando a sua verdade ao invés de mentir em busca de agradar ao próximo. No mundo existem aproximadamente 7,888 bilhões de pessoas. Por mais que tente, jamais conseguirá agradar a todos, ao menos uma pequena porcentagem não irá gostar de você e do seu modo de ser. E tá tudo bem com isso, a democracia nos permite ter opiniões diferentes e viver em harmonia. Meu conselho para você, querido leitor, é que viva a sua vida. Viva da forma que você deseja, sendo sincero consigo mesmo e com os seus gostos. O seu eu do futuro agradece por viver em um mundo real ao invés daquele construído por mentiras contadas por você para agradar os demais.”Posto a minha arte, fechando o notebook logo em seguida. Conseguirei acompanhar toda a percussão pelo meu celular, só não quero fazer isso agora. Ontem a noite, depois que
MARY COLLINS _ Eu falei que a roupa ia ficar legal.- Liam, com o seu jeito nem um pouco convencido, fala assim que eu saio do closet com o look que ele me ajudou a formar. Passamos a manhã toda colados na escola, como uma dupla mesmo. Sempre que podíamos, fugimos dos nossos amigos, afinal não nos sentimos tão à vontade assim naquele grupo. Steve não me deixou em paz em nenhum momento, ficava atrás de mim toda hora. A minha sorte é que esse loiro estava ao meu lado, caso contrário teria sido bem pior. O ruivo é muito inconveniente, ficava forçando uma aproximação desnecessária. Conversamos bastante na escola, acabei percebendo que Liam é bem diferente do seu grupo de amigos. Ele não é tão fútil assim, na verdade me pareceu bem maduro para a sua idade. Não chegou a me contar o que aconteceu hoje na sua casa, evitou falar de seus pais. Como Liam tem um carro, vim com ele. Mandei mensagem ao meu tio, avisando que não precisava mandar o motorista. Ele estranhou, mas fez como eu pedi.
MARY COLLINS_ Meu Deus.—- Exclamo com uma enorme felicidade, vendo o famoso letreiro de Hollywood.— Não sabia que tinha como chegar tão pertinho assim. _ Fico feliz que tenha gostado. Deito a minha cabeça no estofado do banco, fecho os meus olhos e fico sentindo o vento contra o meu rosto. Não sei quantos minutos se passaram, mas o carro parou e quando fui prestar atenção em tudo, estávamos atrás do letreiro. _ Se eu fosse você, tirava esse salto pra ficar mais confortável.—- Aconselhou. _ Ficar descalça? Olho para os meus pés, com um conflito enorme dentro de mim. Nem no meu quarto eu fico descalça, imagina na grama. Minha mãe se imaginar isso vai surtar, falando que é contra as leis de etiqueta ou se sair na mídia não vai ser bom para a minha imagem. _ Só temos nós dois aqui, Mary. Permita-se ser apenas você, sem as responsabilidades do sobrenome.William tira o seu tênis, colocando a meia dentro dele. Solta uma piscadinha na minha direção e sai do carro, abrindo a porta de t
MARY COLLINS Último dia com dezessete aninhos, amanhã já é dezoito. Bem, acho que com um estímulo desses todos acordamos felizes facilmente. Acho que foi por isso que antes mesmo de abrir os olhos um sorriso já se fazia presente em meus lábios. Os aniversários para mim vão além das grandes festas, os presentes e vestidos incríveis. Nunca encarei um ano a mais em minha vida como algo ruim, muito pelo contrário. Vou conquistar minha independência, posso começar a fazer as minhas coisas sem precisar de ninguém ou ter que pedir. Tenho diversas expectativas para essa nova primavera que irá se iniciar, mal vejo a hora de ver cada uma delas tomando forma. Muito em breve estarei terminando o ensino médio e começando minha tão sonhada faculdade, embora não esteja tão certa com relação a área. Mas o que realmente me deixa feliz é que vou poder morar sozinha. Embora minha realidade seja quase essa, já que meus pais vivem trabalhando e viajando a trabalho. Agora só não tenho ficado tão sozinh
WILLIAM MARTINS _ Aqui está o que pediu, senhor.—- Silvia coloca o capa protetora de roupas apoiado na cadeira da sala de jantar, tirando um sorriso meu. Fiz tudo em cima da hora, afinal achei que meu irmão iria levar sua filha para comemorar o aniversário. Ao invés disso, ele saiu com sua mulher em uma viagem a trabalho… mais uma. Passamos tudo isso com o nosso pai, tendo o trabalho em primeiro sempre, independente da situação. Eu via o quanto isso o magoava, principalmente por ser o mais velho. Por esse motivo estávamos sempre juntos, sendo o melhor amigo um do outro. É triste ver que agora que cresceu e é pai, acaba cometendo o mesmo erro. Mary tentou desconversar, mas percebi o que a incomodou um pouco. Por isso a minha missão, como o melhor tio do mundo, de acordo com ela mesma, é lhe proporcionar o melhor aniversário desse mundo. Minha adorável sobrinha não quer uma festa cheia de glamour, ela só quer comemorar com aquelas que ama e, ao menos por um dia, ser uma garota comum
WILLIAM MARTINSEm uma das nossas conversas, Mary expressou que tinha o desejo de ter um cabelo colorido. Só não o faz por saber que seus pais iriam surtar e porque tem medo de estragar, afinal tem cabelos que não se dão com essas químicas e acabam perdendo toda a sua beleza. Como suas mechas, naturalmente são castanhas e de tamanho mediano, escolhi algo diferente. Um loiro seria muito tradicional, um adolescente inconsequente faria algo mais intenso como essa peruca em minhas mãos. _ Eu amei.—Pega de minhas mãos. _ Vamos colocar?Mary apenas concorda com a cabeça, puxando-me para a sua penteadeira. Ela senta na cadeira, ficando de frente para o espelho. Antigamente eu ajudava muito a minha esposa a pentear essa pequena, então acabei aprendendo a fazer alguns penteados simples. Por isso foi bem fácil ajudar a fazer uma trança do lado direito, enquanto ela fazia no esquerdo. Ao terminar, juntamos tudo e a ajudei a colocar a peruca. _ Como fiquei?—Morde o canto inferior de seus láb
MARY COLLINS _ Las Vegas.—Sorrio assim que entramos na cidade, observando que diferente dos locais que morei normalmente, aqui é bem movimentado.Os grandes cassinos ainda estão abertos, na verdade eles nem fecham, ficam abertos vinte e quatro horas. Algumas pessoas saindo para trabalhar, outras para curtir uma praia ou apenas viver da forma que desejarem. Bem, é isso que eu vou tentar fazer hoje. Durante um dia inteiro eu não vou ser a Mary perfeitinha, aquela que se anula só para fazer o que o outro quer. Melhor ainda, qualquer coisa que eu fizer vai repercutir como se eu fosse uma pessoa normal, sem tomar uma proporção exagerada. Já tinha aceitado não fazer nada no dia do meu aniversário, ou apenas sair para jantar. Por mim estaria tudo bem assim se pudesse rir muito com Liam e ler com o meu tio. Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que ele faria isso, que o seu presente é algo que sonhei a minha vida inteira e ao menos por um dia, poderei viver. Eu ainda não sei o
MARY COLLINS _ O senhor é meu guia hoje, titio.— O desafio com o olhar._ Gosta de adrenalina?— Morde o canto inferior dos lábios, com os seus olhos brilhando. Não sei que ideia passou pela sua cabeça, mas com toda certeza eu topo. Por isso nem pensei no quão louca poderia ser essa sua invenção, apenas concordei com um manusear de cabeça, ansiosa para saber o que fez com que ele ficasse nessa pose tão linda. Paramos em frente a um enorme brinquedo, que tem uma fila grande. Ele pega do topo da torre e vai até lá embaixo, sendo muito parecido com um elevador. Sendo que ele vai descer tudo de uma vez só, em uma velocidade impressionante. Literalmente em um piscar de olhos ou menos. _ Nossa.—Tenho certeza que nesse momento o meu olhar está do tamanho do mundo. Me assustou um pouquinho, preciso confessar. _ Tem coragem?—Dessa vez é ele quem me desafia com o olhar. _ Vamos ir juntos? _ Sim. O brinquedo retorna e assim novas pessoas entram. Colocam todas as traves de segurança e se p