WILLIAM MARTINSEm uma das nossas conversas, Mary expressou que tinha o desejo de ter um cabelo colorido. Só não o faz por saber que seus pais iriam surtar e porque tem medo de estragar, afinal tem cabelos que não se dão com essas químicas e acabam perdendo toda a sua beleza. Como suas mechas, naturalmente são castanhas e de tamanho mediano, escolhi algo diferente. Um loiro seria muito tradicional, um adolescente inconsequente faria algo mais intenso como essa peruca em minhas mãos. _ Eu amei.—Pega de minhas mãos. _ Vamos colocar?Mary apenas concorda com a cabeça, puxando-me para a sua penteadeira. Ela senta na cadeira, ficando de frente para o espelho. Antigamente eu ajudava muito a minha esposa a pentear essa pequena, então acabei aprendendo a fazer alguns penteados simples. Por isso foi bem fácil ajudar a fazer uma trança do lado direito, enquanto ela fazia no esquerdo. Ao terminar, juntamos tudo e a ajudei a colocar a peruca. _ Como fiquei?—Morde o canto inferior de seus láb
MARY COLLINS _ Las Vegas.—Sorrio assim que entramos na cidade, observando que diferente dos locais que morei normalmente, aqui é bem movimentado.Os grandes cassinos ainda estão abertos, na verdade eles nem fecham, ficam abertos vinte e quatro horas. Algumas pessoas saindo para trabalhar, outras para curtir uma praia ou apenas viver da forma que desejarem. Bem, é isso que eu vou tentar fazer hoje. Durante um dia inteiro eu não vou ser a Mary perfeitinha, aquela que se anula só para fazer o que o outro quer. Melhor ainda, qualquer coisa que eu fizer vai repercutir como se eu fosse uma pessoa normal, sem tomar uma proporção exagerada. Já tinha aceitado não fazer nada no dia do meu aniversário, ou apenas sair para jantar. Por mim estaria tudo bem assim se pudesse rir muito com Liam e ler com o meu tio. Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que ele faria isso, que o seu presente é algo que sonhei a minha vida inteira e ao menos por um dia, poderei viver. Eu ainda não sei o
MARY COLLINS _ O senhor é meu guia hoje, titio.— O desafio com o olhar._ Gosta de adrenalina?— Morde o canto inferior dos lábios, com os seus olhos brilhando. Não sei que ideia passou pela sua cabeça, mas com toda certeza eu topo. Por isso nem pensei no quão louca poderia ser essa sua invenção, apenas concordei com um manusear de cabeça, ansiosa para saber o que fez com que ele ficasse nessa pose tão linda. Paramos em frente a um enorme brinquedo, que tem uma fila grande. Ele pega do topo da torre e vai até lá embaixo, sendo muito parecido com um elevador. Sendo que ele vai descer tudo de uma vez só, em uma velocidade impressionante. Literalmente em um piscar de olhos ou menos. _ Nossa.—Tenho certeza que nesse momento o meu olhar está do tamanho do mundo. Me assustou um pouquinho, preciso confessar. _ Tem coragem?—Dessa vez é ele quem me desafia com o olhar. _ Vamos ir juntos? _ Sim. O brinquedo retorna e assim novas pessoas entram. Colocam todas as traves de segurança e se p
MARY COLLINS Sorrio de forma travessa, indo com o meu carro atrás do meu tio, acertando bem na sua traseira. No mesmo momento ele olhou para trás, um pouco assustado mas com um enorme sorriso no rosto. É visível o quanto ele está tão feliz quanto eu. _ Isso vai ter volta.—Fala em tom de promessa. Mordo o lado direito dos meus lábios, tombando a cabeça para o esquerdo. O desafio em meu olhar é claro, tanto que ele começa a girar o seu volante para fazer a volta e vir atrás de mim. Rapidamente começo a andar de costas mesmo, sem me importar com a possibilidade de acabar batendo em outra pessoa. Nesse momento eu só quero fugir dele. Na verdade, apenas no carrinho b**e bata. Para a minha sorte, o brinquedo chegou ao final e os carrinhos pararam de andar. Sai animada, olhando para ele com um enorme sorriso nos lábios. Infelizmente não fizemos nenhum tipo de aposta, eu teria ganhado fácil. _ Você tem muita sorte, baixinha.— Implica comigo, abraçando-me pelo ombro. Nosso dia es
MARY COLLINSOlho para o meu pandinha, resistindo a vontade de o pegar a abraçar. Sei que se eu fizer isso, vou acabar me entregando ao sono. Sou sincera ao falar que estou cansada, do tipo muito. Mas quero me manter acordada para aproveitar esse finalzinho do dia e o fazer companhia. O distrair com uma conversa e evitar que também fique com sono. Entramos em uma pequena briga pelo nome do meu urso, o que acabou nos distraindo durante todo o caminho. Isso porque ele sugeria um e eu logo recusava, dando diversos motivos. A mesma coisa acontecia quando eu fazia a sugestão. Quando fomos nos dar conta, o assunto tinha tomado um rumo mais aleatório ainda e já estamos na garagem do seu prédio. _ Ainda acho Fred uma ótima escolha.— Meu tio fala enquanto entramos no elevador. _ Não, é um nome muito comum.— Nego com a cabeça, certa de que esse não será o nome do meu urso.— Ele se chamará Lovely. Toda vez que eu ver ele, meu coração vai se encher de amor pelo dia de hoje._ Gostei.— Sorrir.—
MARY COLLINS _ Obrigada, meninas. — Agradeço a maquiadora e a cabeleireira, assim que elas terminam de me arrumar para a minha grande festa que não sai mais dos tlaboides. Finalmente chegou o dia da grande festa, vou viver isso logo e depois não terei mais que me preocupar com os preparativos. Meus pais estão nervosos, acho que os investidores são mais importantes do que estava pensando. Elas se despedem e saem para se trocar e poderem curtir um pouco. Minha mãe não gosta muito, na vredade ela odeia, mas sempre entrego um convite para o pessoal que trabalha comigo, assim eles podem aproveitar um pouco. Não me sentiria bem sabendo que viram tudo de perto e não vão poder participar, no máximo olhar tudo de longe. Meus pais não gostam muito disso, de acordo com eles temos que saber separar as coisas. Mesmo que falem um pouquinho, acabam aceitando o meu pedido e fazendo o que peço. Estou dando o espetáculo que eles gostam tanto, é o mínimo que podem fazer por mim. Saio da cadeira gi
MARY COLLINS _ Mãe, pai.— Paro perto deles, que estão conversando com dois sócios. _ Mary, minha princesa, como você está linda.— Minha mãe, que está usando um lindo vestido preto, elogia. Encomendamos os nossos vestidos com o mesmo estilista, um muito renomado em Milão. O seu é um vestido justo preto e todo brilhante, longo, com uma fenda do lado direito enorme, indo até a sua coxa. Possui um decote em formato de v, sendo de alças finas. _ A senhora também está linda.— A abraço rapidamente, sentindo um beijo carinhoso ser depositado na minha testa. _ Sua mãe tem toda razão, Mary.— Meu pai segura nas minhas mãos.— Está parecendo uma princesa, a minha princesa. Ele solta uma das minhas mãos, incentivando-me a rodar com a outra. Faço conforme ele me pediu, girando lentamente, vendo o meu vestido acompanhar os meus movimentos, enchendo-se todo de ar de uma forma que fez com que tudo parecesse mágico. Ao parar, vejo o seu sorriso orgulhoso e amoroso. Eles não são os melhores pais
WILLIAM MARTINS O toque tão suave de sua palma em cima da minha, estranhamente faz com que eu sinta a região em si formigar. Minha mão repousada não sua cintura, com um aperto suave, mas com força o suficiente para garantir que o seu corpo continue perto do meu até o fim dessa valsa, embora minha vontade seja que não tenha mais fim. Seu olhar preso ao meu, com um sorriso tão doce nos lábios que me faz bem de uma forma que não sou capaz de explicar. Sinto que estou em uma atmosfera diferente apenas por tê-la em meus braços. Uma magia me envolve, fazendo com que tudo ao redor pareça tão insignificante ao se comparar com a ternura da jovem mulher que permite ser conduzida por mim nessa valsa. O mundo todo é reduzido a nada quando estamos falando dela.Toda a tristeza que eu sentia desapareceu com os seus sorrisos. Mary foi um sopro de felicidade para a solidão que me envolvia. Ela retornou para a minha rotina e trouxe com si um pouco de toda vontade de viver e descobrir o mundo que os