MARY COLLINS Último dia com dezessete aninhos, amanhã já é dezoito. Bem, acho que com um estímulo desses todos acordamos felizes facilmente. Acho que foi por isso que antes mesmo de abrir os olhos um sorriso já se fazia presente em meus lábios. Os aniversários para mim vão além das grandes festas, os presentes e vestidos incríveis. Nunca encarei um ano a mais em minha vida como algo ruim, muito pelo contrário. Vou conquistar minha independência, posso começar a fazer as minhas coisas sem precisar de ninguém ou ter que pedir. Tenho diversas expectativas para essa nova primavera que irá se iniciar, mal vejo a hora de ver cada uma delas tomando forma. Muito em breve estarei terminando o ensino médio e começando minha tão sonhada faculdade, embora não esteja tão certa com relação a área. Mas o que realmente me deixa feliz é que vou poder morar sozinha. Embora minha realidade seja quase essa, já que meus pais vivem trabalhando e viajando a trabalho. Agora só não tenho ficado tão sozinh
WILLIAM MARTINS _ Aqui está o que pediu, senhor.—- Silvia coloca o capa protetora de roupas apoiado na cadeira da sala de jantar, tirando um sorriso meu. Fiz tudo em cima da hora, afinal achei que meu irmão iria levar sua filha para comemorar o aniversário. Ao invés disso, ele saiu com sua mulher em uma viagem a trabalho… mais uma. Passamos tudo isso com o nosso pai, tendo o trabalho em primeiro sempre, independente da situação. Eu via o quanto isso o magoava, principalmente por ser o mais velho. Por esse motivo estávamos sempre juntos, sendo o melhor amigo um do outro. É triste ver que agora que cresceu e é pai, acaba cometendo o mesmo erro. Mary tentou desconversar, mas percebi o que a incomodou um pouco. Por isso a minha missão, como o melhor tio do mundo, de acordo com ela mesma, é lhe proporcionar o melhor aniversário desse mundo. Minha adorável sobrinha não quer uma festa cheia de glamour, ela só quer comemorar com aquelas que ama e, ao menos por um dia, ser uma garota comum
WILLIAM MARTINSEm uma das nossas conversas, Mary expressou que tinha o desejo de ter um cabelo colorido. Só não o faz por saber que seus pais iriam surtar e porque tem medo de estragar, afinal tem cabelos que não se dão com essas químicas e acabam perdendo toda a sua beleza. Como suas mechas, naturalmente são castanhas e de tamanho mediano, escolhi algo diferente. Um loiro seria muito tradicional, um adolescente inconsequente faria algo mais intenso como essa peruca em minhas mãos. _ Eu amei.—Pega de minhas mãos. _ Vamos colocar?Mary apenas concorda com a cabeça, puxando-me para a sua penteadeira. Ela senta na cadeira, ficando de frente para o espelho. Antigamente eu ajudava muito a minha esposa a pentear essa pequena, então acabei aprendendo a fazer alguns penteados simples. Por isso foi bem fácil ajudar a fazer uma trança do lado direito, enquanto ela fazia no esquerdo. Ao terminar, juntamos tudo e a ajudei a colocar a peruca. _ Como fiquei?—Morde o canto inferior de seus láb
MARY COLLINS _ Las Vegas.—Sorrio assim que entramos na cidade, observando que diferente dos locais que morei normalmente, aqui é bem movimentado.Os grandes cassinos ainda estão abertos, na verdade eles nem fecham, ficam abertos vinte e quatro horas. Algumas pessoas saindo para trabalhar, outras para curtir uma praia ou apenas viver da forma que desejarem. Bem, é isso que eu vou tentar fazer hoje. Durante um dia inteiro eu não vou ser a Mary perfeitinha, aquela que se anula só para fazer o que o outro quer. Melhor ainda, qualquer coisa que eu fizer vai repercutir como se eu fosse uma pessoa normal, sem tomar uma proporção exagerada. Já tinha aceitado não fazer nada no dia do meu aniversário, ou apenas sair para jantar. Por mim estaria tudo bem assim se pudesse rir muito com Liam e ler com o meu tio. Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar que ele faria isso, que o seu presente é algo que sonhei a minha vida inteira e ao menos por um dia, poderei viver. Eu ainda não sei o
MARY COLLINS _ O senhor é meu guia hoje, titio.— O desafio com o olhar._ Gosta de adrenalina?— Morde o canto inferior dos lábios, com os seus olhos brilhando. Não sei que ideia passou pela sua cabeça, mas com toda certeza eu topo. Por isso nem pensei no quão louca poderia ser essa sua invenção, apenas concordei com um manusear de cabeça, ansiosa para saber o que fez com que ele ficasse nessa pose tão linda. Paramos em frente a um enorme brinquedo, que tem uma fila grande. Ele pega do topo da torre e vai até lá embaixo, sendo muito parecido com um elevador. Sendo que ele vai descer tudo de uma vez só, em uma velocidade impressionante. Literalmente em um piscar de olhos ou menos. _ Nossa.—Tenho certeza que nesse momento o meu olhar está do tamanho do mundo. Me assustou um pouquinho, preciso confessar. _ Tem coragem?—Dessa vez é ele quem me desafia com o olhar. _ Vamos ir juntos? _ Sim. O brinquedo retorna e assim novas pessoas entram. Colocam todas as traves de segurança e se p
MARY COLLINS Sorrio de forma travessa, indo com o meu carro atrás do meu tio, acertando bem na sua traseira. No mesmo momento ele olhou para trás, um pouco assustado mas com um enorme sorriso no rosto. É visível o quanto ele está tão feliz quanto eu. _ Isso vai ter volta.—Fala em tom de promessa. Mordo o lado direito dos meus lábios, tombando a cabeça para o esquerdo. O desafio em meu olhar é claro, tanto que ele começa a girar o seu volante para fazer a volta e vir atrás de mim. Rapidamente começo a andar de costas mesmo, sem me importar com a possibilidade de acabar batendo em outra pessoa. Nesse momento eu só quero fugir dele. Na verdade, apenas no carrinho b**e bata. Para a minha sorte, o brinquedo chegou ao final e os carrinhos pararam de andar. Sai animada, olhando para ele com um enorme sorriso nos lábios. Infelizmente não fizemos nenhum tipo de aposta, eu teria ganhado fácil. _ Você tem muita sorte, baixinha.— Implica comigo, abraçando-me pelo ombro. Nosso dia es
MARY COLLINSOlho para o meu pandinha, resistindo a vontade de o pegar a abraçar. Sei que se eu fizer isso, vou acabar me entregando ao sono. Sou sincera ao falar que estou cansada, do tipo muito. Mas quero me manter acordada para aproveitar esse finalzinho do dia e o fazer companhia. O distrair com uma conversa e evitar que também fique com sono. Entramos em uma pequena briga pelo nome do meu urso, o que acabou nos distraindo durante todo o caminho. Isso porque ele sugeria um e eu logo recusava, dando diversos motivos. A mesma coisa acontecia quando eu fazia a sugestão. Quando fomos nos dar conta, o assunto tinha tomado um rumo mais aleatório ainda e já estamos na garagem do seu prédio. _ Ainda acho Fred uma ótima escolha.— Meu tio fala enquanto entramos no elevador. _ Não, é um nome muito comum.— Nego com a cabeça, certa de que esse não será o nome do meu urso.— Ele se chamará Lovely. Toda vez que eu ver ele, meu coração vai se encher de amor pelo dia de hoje._ Gostei.— Sorrir.—
MARY COLLINS _ Obrigada, meninas. — Agradeço a maquiadora e a cabeleireira, assim que elas terminam de me arrumar para a minha grande festa que não sai mais dos tlaboides. Finalmente chegou o dia da grande festa, vou viver isso logo e depois não terei mais que me preocupar com os preparativos. Meus pais estão nervosos, acho que os investidores são mais importantes do que estava pensando. Elas se despedem e saem para se trocar e poderem curtir um pouco. Minha mãe não gosta muito, na vredade ela odeia, mas sempre entrego um convite para o pessoal que trabalha comigo, assim eles podem aproveitar um pouco. Não me sentiria bem sabendo que viram tudo de perto e não vão poder participar, no máximo olhar tudo de longe. Meus pais não gostam muito disso, de acordo com eles temos que saber separar as coisas. Mesmo que falem um pouquinho, acabam aceitando o meu pedido e fazendo o que peço. Estou dando o espetáculo que eles gostam tanto, é o mínimo que podem fazer por mim. Saio da cadeira gi