Anthony tamborilava os dedos sobre a mesa da cafeteria, o olhar perdido na tela do celular. Nenhuma mensagem de Emma. Ele não esperava que ela tomasse a iniciativa, mas, mesmo assim, uma parte dele queria ver seu nome iluminando a tela, como um sinal de que ela também estava pensando nele. A incerteza o corroía por dentro, uma luta constante entre respeitar o espaço dela e a vontade quase incontrolável de procurá-la. Ele girou a xícara de café entre os dedos, observando o líquido escuro com um olhar distante. O café já estava frio, assim como a paciência que começava a se esgotar. O tempo parecia se arrastar, e cada minuto sem uma resposta era um lembrete do quão pouco controle ele tinha sobre aquilo. Suspirou pesadamente, apoiando os cotovelos na mesa e esfregando o rosto com as mãos. Desde aquela conversa sincera, sentia-se em um limbo, preso entre a esperança e o medo, tentando decifrar se havia um caminho certo a seguir ou se estava apenas se iludindo.Ele sempre soube o que queri
Emma respirou fundo, tentando dissipar o calor que se espalhava por seu corpo. Mas era impossível. Anthony estava ali, olhando-a daquela forma, como se pudesse enxergar cada pensamento escondido em sua mente. Ela detestava como ele a desarmava tão facilmente. Detestava mais ainda como seu corpo respondia sem que ela tivesse qualquer controle.O silêncio entre eles se prolongou, repleto de algo que nenhum dos dois nomeava, mas que ambos sentiam. O café esfriava na mesa, esquecido. Emma passou a língua pelos lábios, umedecendo-os involuntariamente. Anthony seguiu o gesto com os olhos, e um músculo em sua mandíbula se contraiu.— Você está fugindo de novo — ele disse, a voz grave e baixa.Emma ergueu o olhar, a provocação brilhando em seus olhos.— E você está tentando me prender — rebateu, cruzando os braços.Anthony sorriu, um sorriso lento e carregado de intenção.— Eu não preciso insistir. Você sempre encontra o caminho de volta.As palavras a atingiram como uma corrente elétrica. Po
Anthony sentiu o gosto de Emma em seus lábios, uma mistura estranhamente viciante de açúcar e tesão. O corpo dela se encaixava no dele como peças de um quebra-cabeça maluco, cada toque, uma resposta bizarramente perfeita. Ele deslizou as mãos na cintura dela, sentindo a pele quente sob a roupa fininha, memorizando cada curva, cada suspiro entrecortado que escapava dos lábios dela. Ele queria mais. Sempre quis mais. Mas não era só desejo bobo. Tinha algo nela, um imã bizarro, que o fazia querer abraçá-la forte e, ao mesmo tempo, protegê-la de tudo e todos. Anthony nunca se achou um cara sentimental, mas Emma era um furacão em seu coração, bagunçando tudo que ele achava que sabia. Com o coração dela batendo forte contra o dele, os dedos dela agarrados nele como se fosse um urso de pelúcia, Anthony percebeu que não tinha volta. Ela o tinha de corpo e alma. Ele se afastou só um pouquinho pra olhar nos olhos dela. Olhos intensos, brilhando de desejo e expectativa, mas com uma pontinha de h
Os dias passaram num ritmo diferente para Anthony. Desde aquela noite com Emma, tudo ao redor parecia menos relevante. O trabalho na empresa, que sempre exigira sua atenção total, agora dividia espaço com pensamentos involuntários sobre ela. Cada reunião, cada decisão importante, era entrecortada por lembranças do toque dela, do cheiro que ficara impregnado em sua pele, da forma como ela se encaixava nele.Emma, por outro lado, também vivia uma nova rotina. O novo trabalho exigia dela uma energia renovada, e ela se jogava de cabeça, aproveitando cada desafio como se fosse um novo capítulo em sua vida.Anthony acompanhava tudo de longe, sem pressioná-la. Mas ele sabia que não queria viver assim, encontrando-a entre as brechas da rotina, roubando momentos que nunca eram suficientes. Ele queria mais. Queria Emma por inteiro.Foi numa noite de sexta-feira que ele decidiu que era hora de mudar tudo.Quando Emma chegou ao apartamento dele, depois de um dia exaustivo no trabalho, Anthony já
Cinco meses haviam se passado desde que assumiram o relacionamento. A rotina deles se ajustava pouco a pouco, encontrando um equilíbrio entre os mundos distintos de cada um. Anthony e Emma estavam mais conectados do que nunca, e a cada dia a certeza de que pertenciam um ao outro crescia ainda mais.Na sexta-feira à tarde, Anthony dirigia pela estrada, com Emma no banco do carona, os pés descalços apoiados no painel e um sorriso preguiçoso nos lábios enquanto observava a paisagem passar pela janela.— Preciso admitir que uma escapada para o campo foi uma ótima ideia — Emma comentou, suspirando. — Depois da semana intensa que tive, tudo o que eu quero é paz.Anthony sorriu, mantendo os olhos na estrada, mas esticando a mão para segurar a dela.— E eu quero você relaxada. Nada de preocupações, nada de estresse. Só nós dois, longe de tudo. E bem descansada, porque essa noite… você será toda minha.Emma arqueou uma sobrancelha, um sorriso brincando no canto dos lábios. O olhar dela cintila
Na manhã seguinte, Anthony despertou antes de Emma. Ele ficou alguns instantes apenas observando-a dormir, o peito subindo e descendo em um ritmo tranquilo, os cabelos espalhados pelo travesseiro. Havia algo profundamente íntimo naquele momento, algo que fazia seu peito apertar de um jeito bom. A luz suave da manhã filtrava-se pela cortina fina, banhando o rosto dela em um brilho dourado.Ele deslizou os dedos suavemente pela pele de seu braço, um toque leve o suficiente para não despertá-la, mas necessário para que ele se convencesse de que ela estava ali, com ele. Emma se mexeu levemente, soltando um murmúrio sonolento antes de virar o rosto para o outro lado. Anthony sorriu. Era uma visão da qual ele jamais se cansaria.Apesar da vontade de permanecer ali, ele se levantou com cuidado, vestiu a calça jeans jogada ao pé da cama e saiu do quarto. Decidiu preparar o café da manhã
Os dias seguintes passaram em um ritmo tranquilo, mas algo começou a mudar em Emma. No início, ela não deu muita importância. Apenas um leve cansaço aqui, uma tontura ali. Mas, conforme as manhãs se tornavam mais difíceis e os enjoos insistentes, ficou impossível ignorar.Naquela manhã, Emma despertou com uma sensação desagradável no estômago. A luz filtrada pelas cortinas não parecia mais acolhedora, mas agressiva. O cheiro de café vindo da cozinha de Anthony, que normalmente a fazia sorrir, agora revirava seu estomago.Ela se levantou com esforço, sentindo as pernas fracas. Caminhou até o banheiro com um nó na garganta e antes que pudesse se preparar foi tomada por uma ânsia intensa. Segurou na pia tentando respirar fundo, porém o enjoo venceu.O som de passos apressados ecoou pelo corredor.— Emma? — Anthony apareceu à porta, os olhos arregalados ao vê-la naquela situação. Ele correu até ela ajoelhando ao seu lado. — Ei, o que houve? Você está bem?Emma se afastou devagar, sentindo
As manhãs seguintes foram um turbilhão de emoções para Emma. Cada manhã era uma mistura de ansiedade e novas descobertas sobre si mesma e sobre o que estava por vir. Anthony, por sua vez, não desgrudava dela nenhum segundo sequer, estava atento a cada mínimo sinal de desconforto que Emma sentia. Ele fazia questão de preparar suas refeições, acompanhá-la às consultas e garantir que ela estivesse confortável.Mais tarde, após um jantar tranquilo no apartamento de Anthony, ele se acomodou ao lado dela no sofá e a encarou com um olhar pensativo. Emma estava com as pernas dobradas sobre a almofada segurando uma xícara de chá morno entre as mãos apreciando o calor reconfortante.— Eu estive pensando — Anthony começou quebrando o silêncio — você deveria se mudar para cá.Emma ergueu os olhos para ele,