As manhãs seguintes foram um turbilhão de emoções para Emma. Cada manhã era uma mistura de ansiedade e novas descobertas sobre si mesma e sobre o que estava por vir. Anthony, por sua vez, não desgrudava dela nenhum segundo sequer, estava atento a cada mínimo sinal de desconforto que Emma sentia. Ele fazia questão de preparar suas refeições, acompanhá-la às consultas e garantir que ela estivesse confortável.Mais tarde, após um jantar tranquilo no apartamento de Anthony, ele se acomodou ao lado dela no sofá e a encarou com um olhar pensativo. Emma estava com as pernas dobradas sobre a almofada segurando uma xícara de chá morno entre as mãos apreciando o calor reconfortante.— Eu estive pensando — Anthony começou quebrando o silêncio — você deveria se mudar para cá.Emma ergueu os olhos para ele,
No dia seguinte, Emma despertou ao lado de Anthony, sentindo o calor acolhedor do corpo dele junto ao seu. A nova rotina ainda parecia um tanto irreal, mas ao mesmo tempo trazia uma sensação de conforto inesperado. Depois de um café da manhã calmo, ela começou a se organizar para a visita de Olivia.O som da campainha ecoou pelo apartamento, fazendo Emma sorrir em antecipação. Ela correu para abrir a porta e encontrou Olivia parada ali, segurando uma sacola de pãezinhos frescos e com um sorriso radiante.— Aí está minha mais nova amiga gravidinha! — Olivia exclamou puxando Emma para um abraço apertado. — Olha para você! Já está diferente.Emma riu, puxando a amiga para dentro.— Ah, para com isso! Ainda nem dá para perceber.— Mas eu sei que tem um bebezinho aí dentro — Olivia respondeu, apontando para a barriga de Emma. — Isso é surreal!Enquanto as duas riam e se acomodavam no sofá, Anthony entrou na sala com um sorriso amigável. Ele secava as mãos com um pano de prato, claramente v
Nos dias seguintes, Emma foi se ajustando à nova rotina com Anthony. Os pequenos detalhes do cotidiano a faziam perceber como a vida ao lado dele podia ser simples e, ao mesmo tempo, cheia de significado. As manhãs eram tranquilas, recheadas de conversas despreocupadas e cafés compartilhados na varanda do apartamento. Às vezes, Anthony preparava o café antes mesmo que ela saísse da cama, o aroma quente e acolhedor a despertando de maneira suave.Olivia como sempre estava por perto, aparecendo com frequência com desculpas variadas, uma hora era uma nova receita de bolo que precisava ser testada, outra um catálogo de decoração infantil que, segundo ela, Emma precisava ver imediatamente. Emma ria, sabendo que a amiga apenas queria garantir que ela não se sentisse sozinha ou sobrecarregada. E, de fato, não se sentia.Uma tarde, depois do trabalho, Anthony chegou em casa segurando uma sacola discreta. Emma, curiosa, arqueou as sobrancelhas enquanto ele a puxava para o sofá.— Feche os olho
O relógio marcava o final do expediente quando Anthony estacionou o carro em frente ao prédio onde Emma trabalhava. O céu começava a tingir-se de tons alaranjados, o que conferia um brilho dourado às fachadas dos edifícios. Ele desligou o motor, recostou-se contra a porta do carro e esperou. Um sorriso suave brincava em seus lábios enquanto observava o fluxo de pessoas saindo do prédio, algumas apressadas, outras conversando animadamente sobre os planos para a noite.Emma surgiu pelas portas de vidro, o olhar se iluminando ao encontrá-lo ali. Ela ajeitou a bolsa no ombro e caminhou em sua direção com um sorriso divertido nos lábios.— Pronto para sequestrar minha noite? — ela brincou, ao se aproximar.— Sempre — ele respondeu, puxando-a para um beijo rápido antes de abrir a porta do carro para ela.Anthony havia planejado cada detalhe daquela noite. Reservara uma mesa em um dos restaurantes mais aconchegantes e sofisticados de Nova Iorque, um local intimista onde a iluminação era comp
Anos atrásEu tinha medo de permanecer ali. Tinha medo do que ele poderia me fazer caso perdesse a cabeça como das outras vezes. Sabia que Ethan não mudaria, já havia anos que ele mantinha aquela postura autoritária, como se tivesse algum domínio sobre mim. E, de certa forma, ele tinha.Sentada na cama velha do meu quarto, encarei a parede cinza à minha frente, onde a tinta descascava em pequenas lascas. O teto exibia manchas de infiltração, e o chão de madeira rangia a cada movimento. A casa inteira precisava de reparos urgentes, mas nunca houve interesse em consertá-la. O cheiro de mofo impregnava o ambiente, tornando tudo ainda mais sufocante.Pensei em como minha vida poderia ser diferente se meus pais nunca tivessem me abandonado. Talvez, agora, eu estaria cursando uma faculdade, teria amigos que frequentariam minha casa e, quem sabe, um namorado. Nossa casa seria espaçosa, com quartos grandes e uma piscina nos fundos, onde passaríamos os finais de semana reunidos em família. Sim
Por um breve instante, o silêncio ensurdecedor pairou entre nós.O senhor Cooper não desviou o olhar, e eu senti um frio na barriga que chegava a doer. Não pelo medo, mas pela imponência que ele exalava. Seu olhar era avaliador, frio, calculista, como se estivesse determinando se eu era digna de ocupar aquele cargo.— Seja bem-vinda, senhorita Clarke — disse ele, finalmente, com uma voz grave e firme.Sua entonação carregava um tom de autoridade natural, daquele tipo de homem que está acostumado a comandar tudo e a todos com pulso firme. Ele estendeu a mão, e eu a apertei com profissionalismo, embora sentisse o calor e a força de seu aperto e o frio que antes sentia na barriga subir para a coluna.— Obrigada, senhor — respondi, mantendo a voz firme, tentando disfarçar o nervosismo.Ele soltou minha mão e virou-se para a loira que o acompanhava.— Alguma pendência para hoje? — perguntou sem rodeios.— Sua agenda está na sua mesa, junto com os contratos para análise — informou ela, mant
Voltei para minha mesa sentindo o peso daquelas últimas palavras: “Não me decepcione.” Não sei por que aquilo mexeu tanto comigo, mas a verdade é que Anthony Cooper não era um homem fácil de ignorar. Ele exalava autoridade, controle e… algo mais. Algo que fazia minha pele arrepiar sempre que seus olhos se fixavam nos meus. Era como se ele pudesse me decifrar, despir com aqueles olhos profundos como o mar.Respirei fundo tentando esquecer o que sua presença me causava, eu não podia me distrair. Tentei focar no trabalho. Passei as horas seguintes organizando reuniões, atendendo ligações e respondendo mais e-mails. Queria mostrar que estava à altura do cargo, que merecia estar ali porque eu era a melhor.O relógio marcava quase meio-dia quando a porta do escritório dele se abriu. Meu coração acelerou, outra vez, mas mantive a postura profissional.Anthony saiu da sala ajustando os punhos da camisa, agora com o paletó novamente no lugar. Seu olhar encontrou o meu por um breve momento ante
O silêncio que pairava entre nós era carregado de algo que eu não queria nomear porque sabia que era mais que errado.Sentada à frente do meu chefe, em um restaurante luxuoso no coração de Nova Iorque, eu sentia o peso da sua presença como uma tempestade prestes a se formar no horizonte vindo na minha direção. Ele me observava com aquele olhar afiado, desafiador como se pudesse me dissecar e descobrir cada segredo meu. Mas eu não cederia. Não ao jogo dele.O garçom serviu a taça de vinho à minha frente, e eu a girei entre os dedos, observando o líquido escarlate deslizar pelas laterais do cristal.— Você não bebe? — Anthony perguntou, erguendo uma sobrancelha. Seu tom era neutro, mas havia um interesse sutil em sua voz. Era perceptível.— Prefiro manter a cabeça clara no trabalho, senhor. — Respondi, antes de levar a taça aos lábios e dar um pequeno gole. Ele sorriu de canto, como se achasse graça da minha resposta.— Inteligente. Gosto disso.Fingi não perceber o elogio velado e foqu