Na manhã seguinte, Anthony despertou antes de Emma. Ele ficou alguns instantes apenas observando-a dormir, o peito subindo e descendo em um ritmo tranquilo, os cabelos espalhados pelo travesseiro. Havia algo profundamente íntimo naquele momento, algo que fazia seu peito apertar de um jeito bom. A luz suave da manhã filtrava-se pela cortina fina, banhando o rosto dela em um brilho dourado.Ele deslizou os dedos suavemente pela pele de seu braço, um toque leve o suficiente para não despertá-la, mas necessário para que ele se convencesse de que ela estava ali, com ele. Emma se mexeu levemente, soltando um murmúrio sonolento antes de virar o rosto para o outro lado. Anthony sorriu. Era uma visão da qual ele jamais se cansaria.Apesar da vontade de permanecer ali, ele se levantou com cuidado, vestiu a calça jeans jogada ao pé da cama e saiu do quarto. Decidiu preparar o café da manhã
Os dias seguintes passaram em um ritmo tranquilo, mas algo começou a mudar em Emma. No início, ela não deu muita importância. Apenas um leve cansaço aqui, uma tontura ali. Mas, conforme as manhãs se tornavam mais difíceis e os enjoos insistentes, ficou impossível ignorar.Naquela manhã, Emma despertou com uma sensação desagradável no estômago. A luz filtrada pelas cortinas não parecia mais acolhedora, mas agressiva. O cheiro de café vindo da cozinha de Anthony, que normalmente a fazia sorrir, agora revirava seu estomago.Ela se levantou com esforço, sentindo as pernas fracas. Caminhou até o banheiro com um nó na garganta e antes que pudesse se preparar foi tomada por uma ânsia intensa. Segurou na pia tentando respirar fundo, porém o enjoo venceu.O som de passos apressados ecoou pelo corredor.— Emma? — Anthony apareceu à porta, os olhos arregalados ao vê-la naquela situação. Ele correu até ela ajoelhando ao seu lado. — Ei, o que houve? Você está bem?Emma se afastou devagar, sentindo
As manhãs seguintes foram um turbilhão de emoções para Emma. Cada manhã era uma mistura de ansiedade e novas descobertas sobre si mesma e sobre o que estava por vir. Anthony, por sua vez, não desgrudava dela nenhum segundo sequer, estava atento a cada mínimo sinal de desconforto que Emma sentia. Ele fazia questão de preparar suas refeições, acompanhá-la às consultas e garantir que ela estivesse confortável.Mais tarde, após um jantar tranquilo no apartamento de Anthony, ele se acomodou ao lado dela no sofá e a encarou com um olhar pensativo. Emma estava com as pernas dobradas sobre a almofada segurando uma xícara de chá morno entre as mãos apreciando o calor reconfortante.— Eu estive pensando — Anthony começou quebrando o silêncio — você deveria se mudar para cá.Emma ergueu os olhos para ele,
No dia seguinte, Emma despertou ao lado de Anthony, sentindo o calor acolhedor do corpo dele junto ao seu. A nova rotina ainda parecia um tanto irreal, mas ao mesmo tempo trazia uma sensação de conforto inesperado. Depois de um café da manhã calmo, ela começou a se organizar para a visita de Olivia.O som da campainha ecoou pelo apartamento, fazendo Emma sorrir em antecipação. Ela correu para abrir a porta e encontrou Olivia parada ali, segurando uma sacola de pãezinhos frescos e com um sorriso radiante.— Aí está minha mais nova amiga gravidinha! — Olivia exclamou puxando Emma para um abraço apertado. — Olha para você! Já está diferente.Emma riu, puxando a amiga para dentro.— Ah, para com isso! Ainda nem dá para perceber.— Mas eu sei que tem um bebezinho aí dentro — Olivia respondeu, apontando para a barriga de Emma. — Isso é surreal!Enquanto as duas riam e se acomodavam no sofá, Anthony entrou na sala com um sorriso amigável. Ele secava as mãos com um pano de prato, claramente v
Nos dias seguintes, Emma foi se ajustando à nova rotina com Anthony. Os pequenos detalhes do cotidiano a faziam perceber como a vida ao lado dele podia ser simples e, ao mesmo tempo, cheia de significado. As manhãs eram tranquilas, recheadas de conversas despreocupadas e cafés compartilhados na varanda do apartamento. Às vezes, Anthony preparava o café antes mesmo que ela saísse da cama, o aroma quente e acolhedor a despertando de maneira suave.Olivia como sempre estava por perto, aparecendo com frequência com desculpas variadas, uma hora era uma nova receita de bolo que precisava ser testada, outra um catálogo de decoração infantil que, segundo ela, Emma precisava ver imediatamente. Emma ria, sabendo que a amiga apenas queria garantir que ela não se sentisse sozinha ou sobrecarregada. E, de fato, não se sentia.Uma tarde, depois do trabalho, Anthony chegou em casa segurando uma sacola discreta. Emma, curiosa, arqueou as sobrancelhas enquanto ele a puxava para o sofá.— Feche os olho
O relógio marcava o final do expediente quando Anthony estacionou o carro em frente ao prédio onde Emma trabalhava. O céu começava a tingir-se de tons alaranjados, o que conferia um brilho dourado às fachadas dos edifícios. Ele desligou o motor, recostou-se contra a porta do carro e esperou. Um sorriso suave brincava em seus lábios enquanto observava o fluxo de pessoas saindo do prédio, algumas apressadas, outras conversando animadamente sobre os planos para a noite.Emma surgiu pelas portas de vidro, o olhar se iluminando ao encontrá-lo ali. Ela ajeitou a bolsa no ombro e caminhou em sua direção com um sorriso divertido nos lábios.— Pronto para sequestrar minha noite? — ela brincou, ao se aproximar.— Sempre — ele respondeu, puxando-a para um beijo rápido antes de abrir a porta do carro para ela.Anthony havia planejado cada detalhe daquela noite. Reservara uma mesa em um dos restaurantes mais aconchegantes e sofisticados de Nova Iorque, um local intimista onde a iluminação era comp
Anos atrásEu tinha medo de permanecer ali. Tinha medo do que ele poderia me fazer caso perdesse a cabeça como das outras vezes. Sabia que Ethan não mudaria, já havia anos que ele mantinha aquela postura autoritária, como se tivesse algum domínio sobre mim. E, de certa forma, ele tinha.Sentada na cama velha do meu quarto, encarei a parede cinza à minha frente, onde a tinta descascava em pequenas lascas. O teto exibia manchas de infiltração, e o chão de madeira rangia a cada movimento. A casa inteira precisava de reparos urgentes, mas nunca houve interesse em consertá-la. O cheiro de mofo impregnava o ambiente, tornando tudo ainda mais sufocante.Pensei em como minha vida poderia ser diferente se meus pais nunca tivessem me abandonado. Talvez, agora, eu estaria cursando uma faculdade, teria amigos que frequentariam minha casa e, quem sabe, um namorado. Nossa casa seria espaçosa, com quartos grandes e uma piscina nos fundos, onde passaríamos os finais de semana reunidos em família. Sim
Por um breve instante, o silêncio ensurdecedor pairou entre nós.O senhor Cooper não desviou o olhar, e eu senti um frio na barriga que chegava a doer. Não pelo medo, mas pela imponência que ele exalava. Seu olhar era avaliador, frio, calculista, como se estivesse determinando se eu era digna de ocupar aquele cargo.— Seja bem-vinda, senhorita Clarke — disse ele, finalmente, com uma voz grave e firme.Sua entonação carregava um tom de autoridade natural, daquele tipo de homem que está acostumado a comandar tudo e a todos com pulso firme. Ele estendeu a mão, e eu a apertei com profissionalismo, embora sentisse o calor e a força de seu aperto e o frio que antes sentia na barriga subir para a coluna.— Obrigada, senhor — respondi, mantendo a voz firme, tentando disfarçar o nervosismo.Ele soltou minha mão e virou-se para a loira que o acompanhava.— Alguma pendência para hoje? — perguntou sem rodeios.— Sua agenda está na sua mesa, junto com os contratos para análise — informou ela, mant