A palestra estava sendo uma verdadeira tortura. Tudo o que eu mais queria era sair dali com Emma ao meu lado e sentir o gosto dos seus lábios outra vez. Não fazia nem 24 horas que havíamos ficado juntos, e eu já sentia uma necessidade absurda de tê-la de novo.
Cruzei os braços, tentando manter a compostura, mas minha mente insistia em vagar para a noite anterior. O jeito como ela se entregou a mim sem reservas, o som do seu nome escapando dos meus lábios, os olhares carregados de desejo.
Desviei os olhos para onde ela estava sentada. Emma mantinha a postura impecável, o olhar fixo no palestrante, as pernas cruzadas com a elegância que sempre demon
Fiquei parada ali, tentando manter a calma, mas minha mente estava longe. A última coisa que eu precisava era de mais complicação, e ainda assim, ali estava Anthony, com aquele sorriso que só ele tinha, me dizendo para ir com ele. O que eu estava fazendo?Ele se aproximou e tocou meu rosto, e um arrepio percorreu minha pele. Seus olhos estavam fixos nos meus, e eu sabia que não havia mais volta. Não era só o desejo, mas algo mais profundo, mais inquietante.Isso é loucura!Pensei, tentando racionalizar. Mas quando ele falou, sua voz baixa e intensa, não
Eu estava sentada na mesa da cozinha, o cheiro de café fresco preenchendo o ar enquanto mexia distraidamente a colher na xícara. O dia lá fora estava claro, mas minha mente parecia envolta em uma névoa de indecisão. Foi quando ouvi os passos dele se aproximando.Anthony parou à minha frente com aquele sorriso fácil, as mãos nos bolsos da calça jeans. Ele sempre tinha uma postura relaxada, como se o mundo ao seu redor estivesse sempre sob controle. Meus olhos encontraram os dele por um momento e senti meu coração dar uma leve tropeçada.— Emma, estava pensando… — Ele se inclinou contra o balcão, cruzando os braços. — O que acha de sairmos no final de semana? Só nós dois.A pergunta pairou no ar entre nós. Engoli em seco e coloquei a colher sobre o pires, tentando ignorar o aperto súbito no estômago.— Sair? Como um encontro? — Minha voz saiu hesitante, como se eu estivesse testando a palavra antes de aceitá-la como real.Ele sorriu, inclinando a cabeça de lado.— Sim, como um encontro.
Emma ajustou o vestido pela terceira vez desde que saíra de casa. Não estava desconfortável, mas a ansiedade insistia em fazer com que ela checasse cada detalhe de sua aparência. O jantar com Anthony não era apenas um encontro casual. Era a primeira vez que saíam juntos fora do ambiente de trabalho, o que tornava tudo mais complicado e excitante ao mesmo tempo.Desde que fora contratada como secretária de Anthony Cooper, Emma sabia que sua relação com ele deveria se manter estritamente profissional. No entanto, as trocas de olhares, as conversas prolongadas no escritório e os momentos de cumplicidade foram se acumulando até que o inevitável aconteceu. Agora, ali estava ela, ao lado do chefe, sentada à mesa de um restaurante sofisticado, tentando controlar a inquietação.— Você está linda esta noite — Anthony disse, com um sorriso que fez seu coração acelerar.Ela sorriu de volta, tentando não transparecer sua hesitação. Ele estava absurdamente charmoso, como sempre. O terno perfeitame
A sala de Anthony parecia menor do que de costume, sufocada pelo peso da tensão. Ele observou Emma se afastar, a porta se fechando com um clique suave, porém definitivo. A impotência o invadiu como uma maré avassaladora. Ele sabia que havia cometido um erro, um erro que colocara em risco a mulher que amava.As palavras dela ecoavam em sua mente: Isso não é só sobre o emprego, Anthony. É sobre mim, sobre nós.Ele compreendia a profundidade daquelas palavras. Não era apenas um escândalo no escritório. Era o futuro deles. A confiança que ele havia quebrado.Anthony afundou-se na cadeira, o olhar perdido nas fotos espalhadas sobre a mesa. Ele analisou cada imagem, buscando um rosto familiar, um detalhe, qualquer pista que revelasse quem estava por trás daquilo. A raiva crescia dentro dele, densa e quente, misturada à frustração e à culpa.Ele pegou o telefone e discou um número.— Preciso que venha ao meu escritório agora — ordenou, a voz firme e afiada. — E traga tudo o que tiver sobre a
Emma ficou parada na porta por longos segundos após Anthony partir. O envelope em suas mãos parecia pesar toneladas, como se carregasse não apenas provas de sua inocência, mas também a verdade que ela vinha tentando evitar. A verdade sobre o que sentia por ele. Sobre o medo que a consumia.Caminhou até a mesa e o depositou ali, intocado. Respirou fundo, tentando silenciar a confusão em sua mente. Era mais fácil assim, não era? Fugir antes que algo desse errado. Antes que se machucasse ainda mais.Sentou-se no sofá e abraçou os joelhos. Desde criança, aprendera que felicidade era algo passageiro. Algo sempre ameaçado por uma tempestade iminente. Cada vez que ousava acreditar, o dest
Anthony apertava o volante com força, os nós dos dedos brancos. Seu carro cortava as ruas de Nova York em alta velocidade, a mente fixa em um único objetivo: encontrar Daniel Carter.Ele já sabia onde procurá-lo. O desgraçado não era tão esperto quanto pensava. Uma série de transferências bancárias rastreadas pelo investigador o levaram a um pequeno bar nos arredores da cidade, um daqueles lugares onde homens com dívidas e pouca dignidade afogavam seus fracassos em copos de uísque barato.Ao chegar, Anthony não perdeu tempo. Passou pelos clientes, ignorando os olhares curiosos e a música baixa que toca
O dia amanheceu frio e cinzento, refletindo perfeitamente o turbilhão dentro de Emma. Ela respirou fundo antes de entrar no prédio da empresa, tentando se preparar para o que viria. Mas, no instante em que passou pela recepção, os sussurros começaram. Ela fingiu não ouvir. Caminhou até o elevador, sentindo olhares em sua direção. Dentro da cabine, funcionários trocavam olhares significativos, alguns até rindo discretamente. — Dizem que ela dormiu com ele para conseguir o emprego. — Bom, pelo visto deu certo, né? — O chefe sempre teve um gosto refinado… O sangue de Emma gelou. Ela apertou os olhos, esperando o elevador chegar ao seu andar o mais rápido possível. Quando finalmente saiu, apressou-se até sua mesa, ignorando os olhares curiosos. Seu coração batia forte, a vergonha crescendo dentro dela como um peso sufocante. Ela tentou focar no trabalho. Tentou ignorar os olhares e a
Emma passou o resto da noite inquieta. Tentou assistir a um filme, mas sua mente vagava para os eventos do dia. Tentou ler um livro, mas as palavras pareciam embaralhar diante de seus olhos. No fim, deitou-se na cama, encarando o teto, sentindo o peso do cansaço, mas sem conseguir dormir.No dia seguinte, acordou antes do despertador tocar. Seu coração estava acelerado, e a decisão que tanto tentava evitar pulsava em sua mente. Ela não podia mais adiar. Precisava fazer algo.Vestiu-se com cuidado, optando por um blazer escuro e uma camisa simples. Queria transmitir segurança, mesmo que por dentro estivesse desmoronando. Pegou sua bolsa e saiu de casa com passos decididos.