Anthony apertava o volante com força, os nós dos dedos brancos. Seu carro cortava as ruas de Nova York em alta velocidade, a mente fixa em um único objetivo: encontrar Daniel Carter.
Ele já sabia onde procurá-lo. O desgraçado não era tão esperto quanto pensava. Uma série de transferências bancárias rastreadas pelo investigador o levaram a um pequeno bar nos arredores da cidade, um daqueles lugares onde homens com dívidas e pouca dignidade afogavam seus fracassos em copos de uísque barato.
Ao chegar, Anthony não perdeu tempo. Passou pelos clientes, ignorando os olhares curiosos e a música baixa que toca
O dia amanheceu frio e cinzento, refletindo perfeitamente o turbilhão dentro de Emma. Ela respirou fundo antes de entrar no prédio da empresa, tentando se preparar para o que viria. Mas, no instante em que passou pela recepção, os sussurros começaram. Ela fingiu não ouvir. Caminhou até o elevador, sentindo olhares em sua direção. Dentro da cabine, funcionários trocavam olhares significativos, alguns até rindo discretamente. — Dizem que ela dormiu com ele para conseguir o emprego. — Bom, pelo visto deu certo, né? — O chefe sempre teve um gosto refinado… O sangue de Emma gelou. Ela apertou os olhos, esperando o elevador chegar ao seu andar o mais rápido possível. Quando finalmente saiu, apressou-se até sua mesa, ignorando os olhares curiosos. Seu coração batia forte, a vergonha crescendo dentro dela como um peso sufocante. Ela tentou focar no trabalho. Tentou ignorar os olhares e a
Emma passou o resto da noite inquieta. Tentou assistir a um filme, mas sua mente vagava para os eventos do dia. Tentou ler um livro, mas as palavras pareciam embaralhar diante de seus olhos. No fim, deitou-se na cama, encarando o teto, sentindo o peso do cansaço, mas sem conseguir dormir.No dia seguinte, acordou antes do despertador tocar. Seu coração estava acelerado, e a decisão que tanto tentava evitar pulsava em sua mente. Ela não podia mais adiar. Precisava fazer algo.Vestiu-se com cuidado, optando por um blazer escuro e uma camisa simples. Queria transmitir segurança, mesmo que por dentro estivesse desmoronando. Pegou sua bolsa e saiu de casa com passos decididos.
Os dias passavam, e a saudade corroía Anthony por dentro. Ele tentava se concentrar no trabalho, mas era impossível. Cada detalhe da empresa lhe lembrava Emma: o som dos saltos dela no corredor, o perfume discreto que ficava no ar quando ela passava, o tom de voz firme, porém doce, ao falar com os colegas. Agora, tudo parecia frio, sem vida.Mergulhou no trabalho com mais intensidade do que o normal, ocupando cada minuto para evitar pensar nela. Mas não adiantava. Mesmo nas reuniões mais importantes, sua mente vagava para o dia em que Emma entrou em seu escritório e pediu demissão. O brilho nos olhos dela, misturado com mágoa e determinação, ainda o assombrava.Em casa, o vazio era ainda maior. Sentad
Na manhã seguinte, o sol fraco se infiltrava pelas frestas da cortina fina do pequeno apartamento de Emma. O despertador tocou, mas ela já estava acordada há algum tempo, encarando o teto, com pensamentos dispersos. A conversa com Anthony na noite anterior ainda ecoava em sua mente. Ele havia reaparecido como um furacão, bagunçando tudo o que ela tentava organizar dentro de si. Mas Emma não podia se dar ao luxo de se perder em sentimentos conflitantes agora. Precisava de um emprego. Precisava recomeçar.Levantou-se e seguiu sua rotina matinal, vestindo-se de maneira simples, mas profissional. Optou por uma calça de alfaiataria preta e uma blusa branca, prendendo os cabelos em um coque despretensioso. O espelho refletiu seu rosto sério e determinado, e, com um último suspiro,
Anthony tinha passado a noite em claro. Depois de deixar Emma em seu apartamento, dirigiu sem rumo pela cidade, os pensamentos um turbilhão. Ele não esperava que tudo se resolvesse de uma hora para outra, mas também não conseguia simplesmente deixá-la seguir sozinha sem oferecer alguma ajuda.Por isso, naquela manhã, ele estava ali, encostado na parede do corredor estreito do prédio dela, esperando. Seu corpo estava exausto, mas sua mente permanecia alerta. Quando Emma abriu a porta e o encontrou ali, surpresa, ele soube que a batalha pela confiança dela ainda estava longe de ser vencida. Mas isso não o faria desistir.A conversa foi curta, objetiva. Ele conhecia bem aquele tom determinado de Emma. Ela n&ati
No domingo, Emma decidiu passar um tempo na casa de Olivia, sua única e melhor amiga. Depois da conversa sincera com Anthony, sentiu que precisava respirar, colocar os pensamentos em ordem. Olivia sempre fora seu porto seguro, e estar ali, cercada pelo ambiente acolhedor e pelas risadas fáceis da amiga, trazia uma sensação de normalidade que ela tanto precisava. — Você está mais pensativa do que o normal — Olivia comentou, entregando-lhe uma xícara de chá. — Isso tem a ver com o Anthony? Emma suspirou, olhando para a bebida fumegante antes de assentir levemente. — Sim. Ele tem sido... persistente. Olivia sorriu de canto, sentando-se ao lado dela no sofá. — Isso é bom, não é? Alguém que não desiste de você? — Eu não sei. — Emma passou os dedos pela borda da xícara. — Não estou acostumada com isso. E é estranho pensar que alguém pode realmente querer ficar, mesmo depois de saber tudo. — Emma, você merece ser feliz. — Olivia pegou sua mão, apertando-a levemente. — Talvez
Na segunda-feira, Anthony não foi até a empresa. Optou por trabalhar de casa, mas, para ser sincero, pouco conseguia se concentrar no que precisava ser feito. Sua mente estava em Emma. Desde o momento em que acordara, sentia-se inquieto, como se algo dentro dele estivesse fora do lugar. O apartamento parecia maior, mais silencioso sem a presença dela, e o peso dessa ausência tornava tudo mais difícil de ignorar. Desde a conversa sincera que tiveram, ele não conseguia afastá-la dos pensamentos. Sabia que ela passaria a semana livre antes de começar no novo trabalho, e, embora estivesse feliz por ela seguir em frente, também sentia uma pontada de vazio. A rotina de tê-la por perto, mesmo quando estavam em silêncio, era algo que ele não percebera o quanto valorizava até perdê-la. A xícara de café sobre a mesa esfriava intocada enquanto ele analisava alguns documentos no notebook, ou pelo menos tentava. Seus olhos percorr
Anthony tamborilava os dedos sobre a mesa da cafeteria, o olhar perdido na tela do celular. Nenhuma mensagem de Emma. Ele não esperava que ela tomasse a iniciativa, mas, mesmo assim, uma parte dele queria ver seu nome iluminando a tela, como um sinal de que ela também estava pensando nele. A incerteza o corroía por dentro, uma luta constante entre respeitar o espaço dela e a vontade quase incontrolável de procurá-la. Ele girou a xícara de café entre os dedos, observando o líquido escuro com um olhar distante. O café já estava frio, assim como a paciência que começava a se esgotar. O tempo parecia se arrastar, e cada minuto sem uma resposta era um lembrete do quão pouco controle ele tinha sobre aquilo. Suspirou pesadamente, apoiando os cotovelos na mesa e esfregando o rosto com as mãos. Desde aquela conversa sincera, sentia-se em um limbo, preso entre a esperança e o medo, tentando decifrar se havia um caminho certo a seguir ou se estava apenas se iludindo.Ele sempre soube o que queri