Ando
Meio desligadoEu nem sinto Meus pés no chãoPela caixinha de som soava Marisa Monte - Ando meio desligado - enquanto Camille arrumava casa.
Olho
E não vejo nadaEu só pensoSe você me querEu nem vejo a horaDe te dizerAquilo tudoSua voz acompanhava o ritmo da canção
Que eu decorei
E depois do beijoQue eu já sonheiVocê vai sentir masPor favorNão leve à malEu só quero que você me queiraNão leve à malEstava tão dispersa que não notou a presença de Bella avaliando a mulher a sua frente. Parecia intocável, mas ali na sua frente era só mais um ser humano qualquer, dividindo a melancolia de uma canção que transpirava sentimentos.
Camille ao sentir ser vigiada pausou a musica ainda de costas para Bella, e em uma girada rápida captou os olhos castanhos da jovem em si. Sorriu fraco ao perceber que a deixou envergonhada.
- Imagino que esta ai tempo suficiente para me ouvir tagarelar
- A musica inteira, a propósito bom gosto - com as costas das maos sobre o rosto disse Bella. Era visível seu sono, visto que dormiu muito mal.
- Obrigada! Pelo que percebi você também tem um gosto excelente para músicas. - disse Camille lembrando dos momentos em que ouvia Bella cantar sozinha na recepção do restaurante.
- Talvez! - disse a jovem preguiçosa.
- Você toma café puro?
- Só começo o dia depois do café
- Então se arrume e venha tomar café, suas roupas estão secas, e dobradas no armário. - Camille fez um sinal para o banheiro do corredor.
Bella assentiu se retirando, sua chefe parecia diferente no quesito humor, estava mais alegre. Para ela era impossível sendo que dormiram tarde, e Camille bebeu bastante vinho durante a noite, no mínimo era para estar de ressaca. Porem o comportamento era o contrário.
Depois de ter pego seu celular no quarto em que dormiu, Bella se assustou com a hora faltava pouco para meio dia.
Entrou na cozinha querendo se despedir de Camille, essa recusou.- Você não vai Anabella, como você mesma disse seu dia só começa depois que toma café - a mais velha deu por fim a discussão.
"É impressão minha ou meu nome soa sexy na sua voz alterada?" pensou a jovem encarando o mar dos olhos azuis de Camille.
- Combinado? - perguntou a gerente.
- O que disse? - Bella sacudiu a cabeça dissipando os pensamentos em relação a sua chefe.
- Eu disse que depois do café irei te deixar na sua casa, pois tenho compromisso logo depois.
- Ok - concluiu por fim.
Ambas tomaram o café em silêncio, Bella vez ou outra não conseguia deixar de notar o abdômen de Camille, pois esta usava apenas um top preto e um short folgado, o suor escorria pela barriga da mais velha tirando sua concentração em focar apenas no café.
Camille que não era boba, notou os olhares da jovem para seu corpo, porem nada que não elevasse seu ego, as horas de treino fez valer a pena.
Com o carro estacionado em frente à casa de Bella, esta foi lembrada de chegar duas horas mais cedo pois era aniversário de uma cliente e seria comemorado no restaurante, então era preciso a presença da jovem para ajudar na organização.
Bella concordou e agradeceu por Camille te-la ajudado.A gerente seguiu rumo ao seu compromisso. Apertou a companhia três vezes até que foi atendida por uma mulher sonolenta.
- Surpresa? Por que não avisou que viria, teria me preparado e feito uma festa, não é sempre que minha tia me visita, não é mesmo - disse a jovem irônica.
- Para de graça Mônica, estou aqui para conversar sobre nosso telefonema. Eu mesma ficarei com o caso de Anabella da Costa Vieira. - Camille enfatizou decidida
- Mas tia voce não fica a frente de nenhum caso desde... - hesitou em dar continuidade.- Desde Malu, eu sei. - Camille falou com tristeza em lembrar de sua parceira que trabalhava com ela no FBI, além de ser parceira no trabalho, era sua companheira fora dele também... - Porem essa menina tem algo que faz minha intuição gritar tanto para o lado bom e ruim. Quero entender melhor o que esta acontecendo. - falou.
Mônica desconfiada analisava sua tia em silêncio, podia jurar ver seus olhos brilhar de relance e se sua linha de raciocínio estiver certa, faria de tudo para ajudar Camille.
- Ok, vamos conversar sobre isso. Mas primeiro preciso tomar café, você me acordou de um sono gostoso. - disse Mônica indo em direção a cozinha.
Depois de tudo pronto, café e sanduíche, prosseguiu:
- Até agora pelo o que estou sabendo o ex de Bella não fez nada com ela, além da ameaça que ele acabaria com a vida dela caso se envolvesse com alguém, ou não ficasse com ele, algo assim
- Desgraçado - soltou Camille com raiva. - Esses dias ele abordou Anabella em frente o restaurante, eu não fazia idéia que era ela, eu vi que ela tentou recuar dele. Incomodada com a cena fui ate eles, ele falou mais alguma coisa e foi embora.
- Eu não confio nesse sujeito tia, tenho vítimas que sofreu agressao da parte dele. Porem Bella é minha amiga a anos, se eu tomar a frente não vou ser nem um pouco racional.
- Colheu os depoimentos?
- Tudo arquivado pra usar na hora certa. - disse Mônica lavando as louças e indo para sala, Camille a seguia.
- No telefone você disse algo sobre o pai dela, o que tem? - perguntou Camille após sentar no sofá branco de três lugares.
- Ele é alcoólatra, batia muito em Bella quando chegava bêbado, ela tem traumas disso até hoje. - Mônica terminou de falar olhando para sua tia que parecia lembrar de algo.
- Esta explicado o que houve então- disse Camille para si, porem sua sobrinha ouviu.
- O que tia?
Camille suspirou em dúvidas se contava ou não o episódio da noite, porem se elas são amigas como Moni diz, se deu por vencida:
- Ela teve um pesadelo essa madrugada, dizia não varias vezes, e em determinado momento pedia para que eu não deixasse nada acontecer, então comecei a acorda-la, ela chorava assustada demais, quando reconheceu o ambiente e viu que eu estava ali apenas me abraçou com força como se precisasse se fundir em mim. Eu ignorei tudo e retribui o abraço, eu entendi o que ela estava sentindo.
- Nossa, isso é pesado! Ela gosta de você - Mônica terminou a fala convicta.
- Não diga bobeiras, depois disso nem ela, nem eu, tocamos no assunto.
- Tia, estamos falando da Bella, ela não suporta que a toquem, abraço muito menos, acredite se ela te abraçou mesmo fragilizada pelo momento é porque ela gosta sim. - concluiu Mônica.
- Será? -
- Tente ser menos durona, tire um pouco essa mascara que você usa e irá descobrir. - Mônica sorriu - como eu já disse a Bella vocês precisam confiar uma na outra, o resto acontece. Confiança é uma peça importantíssima.
Depois da conversa tensa, Camille saiu da casa de sua sobrinha decidida a conquistar a confiança de Anabella.
Não sabendo que essa já tinha!
- Eu preciso terminar essa bagunça, por favor vai embora, não temos mais nada para conversar.Bella falava irritada com seu ex namorado, duas horas depois que a jovem foi deixada em casa, Diogo bateu em sua porta. Como se não bastasse a chuva para lhe estressar com todo o estrago feito na noite anterior, se deparava com um homem pegajoso em seus pés, o rapaz desconhecia a palavra não.- Você não pode me expulsar - falou segurando firme os dois braços da jovem - olhe para mim. - gritou.- Eu não sei mais quem é você, ou o que se tornou para ser tão bruto com uma mulher - Bella dizia tentando se desvencilhar das mãos brutas do ex, porem esse transtornado pela raiva apertava mais.- Você me respeite, sempre disse me amar e agora não quer mais? - falou irônico - voce acha que eu sou bobo, quem é a pessoa pela qual me trocou?- Me solta, n&
CamilleEu estou literalmente cansada, como pode estender um aniversário e faze-lo virar noivado? Sem nenhum comunicado antes. Odeio essa falta de comprometimento, de responsabilidade.Meus funcionários não iriam precisar trabalhar tanto, eu mesma adiantaria bastante coisa.Esses últimos dias tem sido meio agitados, quando Mônica deu aquele telefonema senti que estava em meu antigo trabalho, e não posso negar eu amava ser uma agente do FBI, eu amo! Porém o peso no passado, ou a desculpa que eu uso para me colocar como vítima, não me permite voltar para meu ramo, não definitivamente.Eu amava uma mulher que foi tudo para mim. Uma mulher que era simplesmente tudo, tudo que eu já tive de bom nessa vida. Na sacada com minha taça de vinho lembranças vêm e vão, tenho certeza que eu estaria apanhando de Malu se ela me visse nessa situação, uma mulher que é dona de um
Naquela manhã de domingo Bella acordou Se sentindo um pouco indisposta, levou as mãos nas têmporas massageando na tentativa de amenizar o desconforto que sentia. De frente para o espelho se encarava, tinha olheiras, a pele um pouco desidratada, e os cabelos sem o brilho que amava. Decidiu que precisava voltar a ser mais vaidosa, todo o acontecimento do relacionamento a deixou um pouco descuidada, Diogo nunca gostou que ela se arrumasse muito dizia que era para chamar atenção de outros homens, para evitar brigas maiores fazia a vontade dele. E agora uma imagem refletida de si mesma a fazia se sentir envergonhada por tal atitude. Ela mais nova batia de frente com seu pai, e com Diogo baixava a guarda, pensava no quanto o amor poderia ser cruel, se todos falam que o amor é lindo, então ela desconhecia esse sentimento. Única amor que aqueceu seu coração foi o maternal de sua mãe.Pois a caminhar ate a cabeceira da cama e pegar seu celular, várias ligações de Diogo, e mensagens um
A semana estava passando voando, estava sendo cansativo porem satisfatório para Bella. A jovem ficou mais relaxada percebendo que seu ex finalmente estava entendo as coisas sobre eles, e parou de ficar lhe enchendo com ligações e mensagens.Outro ponto que estava sendo bom para ela, era o comportamento de Camille, podia não ser nada para alguns porem para Bella, ter a chefe mais aberta com ela, menos grossa, e sorrindo as vezes em sua direção, significava muito para ela. E mesmo acanhada devolvia os sorrisos que ganhava, fazendo assim ambas criarem uma bolha discreta.Estava dispersa na recepção quando um casal chegou fazendo sua atenção voltar a eles. Ao perceber quem era sorriu, não era um casal e sim o trisal Cavalcanti que sempre jantava no restaurante juntos, ora as duas mulheres, ora o marido e uma de suas esposas, e juntos como agora.- Boa noite Anabella - disse o homem educado.- Boa noite - Bella falou direcionando o olhar para os três em sua frente
Eu sentia sua mãos passeando pelo meu corpo, era macia, firme, e delicada. Nossos corpos estavam febris parecia chamas do inferno a cada toque, sua boca passeava pelo meu pescoço deixando ali sua marca, certamente estaria roxo amanhã, mas eu não me importaria de ter mais se caso a sensação fosse tão boa quanto essa. Eu estava vendada, apenas sentia cada passear de dedos que se atrevia em sair da minha boca lubrificados, e sendo levados até minha intimidade totalmente despida de peça íntima, eu estava completamente nua e entregue.Eu poderia conhecer outros beijos, mas nenhum ia ser capaz de chegar perto aos lábios que me toca, e adentra minha boca com tamanha volúpia e paixão, sua língua não precisava de permissão para entrar e dançar com a minha, estávamos no mesmo ritmo, eu podia jurar ouvir as batidas do seu coração, o meu não estava diferente de uma escola de samba.- Eu vou te amar de todas as maneiras que você merece menina - a rouquidão de sua voz só fez me ace
No carro Bella olhava inquieta pelo retrovisor, tinha a sensação de estar sendo seguida como das outras vezes, vezes essas que não contou a Monica para não a preocupar. Sabia que sua amiga ficaria no seu pé. Sempre quando pegava uber e ia embora notava um carro preta atrás até o fim do seu trajeto e depois passava direto quando ela descia. Talvez ela só estava ficando paranoica.— Quero te levar em um lugar, se importa? - perguntou Camille fazendo a atenção de Bella cair sobre ela.— Não, porem está tarde não?— Está cansada? tem compromisso? podemos voltar.— Não, pode seguir. Não me importo.O percurso foi curto, as vezes o silêncio era quebrado com uma conversa e outra relacionado ao trabalho. Por mais estranho que fosse Bella não estava desconfortável na presença da sua chefe. Ao estacionar o carro a jovem olhou em volta, depois voltou seu olhar para Camille.— Praia? - perguntou confusa.— Sim, gostaria de passear um pouco na areia em sua presença. -
Foi um martírio para Camille e Bella se despedirem, passavam das uma da manhã quando a jovem adentrou o apartamento, em seu corpo a blusa da gerente a esquentava e junto sentia seu perfume adocicado. Estava feliz, queria não ter se despedido, queria poder beijar aqueles lábios que era muito melhor que em sonho. Jamais imaginou que sua chefe tomaria tal atitude, e que o que nutriam uma pela outra era recíproco.Depois de tomar seu banho e comer um sanduíche, pegou seu celular e notou a ausência de mensagens do numero desconhecido, apenas mensagens de Mônica, e dos pais de sua amiga que encheu sua caixa de notificação.- Estou bem amiga, não se preocupe. – tratou de responder Mônica assim que leu as mensagens, esta estava preocupada.- Caralho Bella, por que não me respondeu?- Estava com minha chefe na praia, conversando, não vi sua mensagem.- Só conversando? A essa hora? – indagou- Eu cheguei já tem um tempo, relaxa, só isso mesmo curiosa. Agora eu preciso
— Eu vou cair - Bella dizia com certo pavor na voz, enquanto Camille a girava no ar.Estavam na praia novamente, aproveitando a companhia uma da outra e apreciando o céu que clareava a noite com um lindo luar cheio.— Enquanto estiver em meus braços, jamais vou permitir isso - disse abaixando a jovem ficando cara a cara. O peito da gerente subia e descia rapidamente pela movimentação que fez segundos atrás.— Você é sempre assim quando não esta interpretando a chefe mau?— Assim como? — Uma mulher romântica - Bella disse passando seus braços pelo pescoço da mais velha.— Não sou, porem é impossível me segurar - disse roçando seu nariz na jovem e a beijando em seguida. Camille puxou Bella mais para si, o beijo de lento passou a ser rápido, a jovem puxou o lábio da gerente por entre os dentes, iniciando o beijo com mais intensidade.— Dorme na minha casa hoje? - perguntou Camille após encerrarem o beijo.— Mais já esta apressada - Bella disse encar