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capítulo 2 - Anos depois..

— Então é isso? Eu vou ficar paralítica para sempre? - perguntei com desespero para Luís.

— Não, Lya, você tem chances de se recuperar... Mas vai precisar de muita fisioterapia e determinação. Em seis meses ou um ano, você pode voltar a andar. - ele se sentou ao meu lado e segurou minha mão - Eu sei que é difícil, mas você não está sozinha...

— Eu não quero isso! - gritei com raiva - Quero que todos saiam daqui! - ninguém ousou me contrariar naquele momento e todos saíram do quarto, menos Lua - Você também, vai embora!

— Eu não vou te abandonar, maninha... - ela sorriu com ternura - Quanto mais cedo você começar a fisioterapia, mais rápido vai se sentir melhor. - ela tinha razão, mas eu estava tão revoltada que não quis ouvir. Quando vi que teria que usar uma cadeira de rodas, eu entrei em pânico e tentei me matar durante a noite em casa. Meus pais, Lua, minhas amigas e o Luís tentaram me apoiar, mas eu me recusei a fazer a fisioterapia. Miguel levou uma surra do papai e do Luís quando voltou da sua viagem a Las Vegas. Os meses foram passando e eu fui me acostumando com a minha situação, mas Lua nunca desistiu de me incentivar a fazer a fisioterapia.

DOIS ANOS DEPOIS...

Depois de tanto tempo, eu finalmente decidi que precisava parar de me lamentar e começar a me tratar. Acordei cedo e, como sempre, Lua me ajudou a tomar banho e me vestir.

— Eu vou fazer fisioterapia - disse olhando para ela enquanto ela colocava meu short - Vocês não vão precisar mais se preocupar comigo...

— Que bom que você tomou essa decisão, lya. Você é minha irmã e eu amo ficar com você, mas você merece ser feliz e independente.

— Você é uma ótima irmã - a porta se abriu de repente.

— Vejam só quem está se arrumando... A aleijadinha - ele disse com deboche.

— Vejam só quem está nos incomodando: O cachaceiro - Lua retrucou com ironia - Sai daqui, Miguel! ou eu chamo o papai para te dar uma surra por importunar nossa irmã - ele saiu bufando.

— Eu odeio ele! - eu disse chorando.

— Não liga para ele, merlya. Ele é um idiota que não sabe o que fala. Vamos, eu vou te levar para a clínica de fisioterapia. Hoje é o seu primeiro dia de uma nova vida.

— Será que eu vou conseguir? - eu perguntei com medo.

— Claro que vai! Você é forte e corajosa. E eu vou estar sempre ao seu lado, te apoiando.

— Obrigada, Lua. Você é a melhor irmã do mundo.

— De nada, lya. Você também é a melhor irmã do mundo. Agora vamos, temos que chegar cedo.

Nós saímos do quarto e fomos para o carro. Eu estava nervosa, mas também esperançosa. Talvez eu pudesse voltar a andar e ter uma vida normal de novo. Talvez eu pudesse até reencontrar o hugo, que eu não via desde o acidente. Ele era o meu namorado na época, mas ele se afastou de mim depois que eu me recusei a fazer a fisioterapia. Eu ainda o amava, mas não sabia se ele ainda sentia o mesmo por mim.

ALEX

Acordei às 5 da manhã e fui direto para o banheiro tomar um banho e me arrumar para mais um dia de trabalho.

— Bom dia, maninho. Eu só queria te perguntar uma coisa: você vai mesmo pedir aquela bruxa em casamento? - minha irmã apareceu na porta do meu quarto com uma cara de poucos amigos.

— Anahí, Você é a minha irmã favorita, mas não tem o direito de se meter na minha vida assim - eu disse enquanto colocava a minha gravata.

— Eu sou a sua única irmã... — ela revirou os olhos. Ela e Natália se odiavam e desde que eu anunciei que ia pedir a Natália em casamento, Anahi não parou de reclamar.

— Oi, filho. Bom dia. — minha mãe entrou no quarto com um sorriso forçado. Ela também não gostava da minha noiva, mas tentava disfarçar.

— Oi, mãe. Tô saindo — ela me entregou uma marmita com o café da manhã — AMO VOCÊS! — eu peguei uma maçã e saí correndo para o meu carro. Meu celular começou a tocar sem parar e eu atendi pelo viva-voz.

— Oi - eu disse sem tirar os olhos do trânsito.

— Quero que você venha aqui agora - ela disse com uma voz irritada - Ontem você me deixou sozinha para ir jantar com aquela vagabunda da sua irmã!! Eu não me importo se ela é sua parente, eu preciso que você esteja aqui comigo..

— Se você ofender a minha irmã mais uma vez, eu vou terminar com você - eu disse com raiva e desliguei o telefone. Eu respirei fundo e tentei me acalmar. Eu amava a Natália, mas ela era muito ciumenta e possessiva. Ela não aceitava que eu tivesse uma família e amigos. Ela queria que eu fosse só dela. Eu sabia que isso não era saudável, mas eu tinha medo de ficar sozinho. Depois que meu pai morreu em um acidente de carro, eu mudei muito. Eu me tornei mais fechado e inseguro. A Natália foi a primeira pessoa que me fez sentir vivo de novo. Ela era linda, inteligente e bem-sucedida. Ela era tudo o que eu achava que precisava. Mas será que era mesmo?

Eu cheguei no meu consultório onde eu trabalhava e estacionei o carro

quando entrei dei de cara com minha assistente Melissa. Ela era simpática, divertida e gentil. Ela sempre me tratava bem e me fazia rir. Ela era diferente da Natália, que era fria, arrogante e mal-humorada. as vezes eu me pego pensando se é isso mesmo que eu quero da minha vida. Será que ela gostava de mim? Será que eu gostava realmente de Natália? Eu balancei a cabeça e afastei esses pensamentos. Eu estava Prestes a ficar noivo de Natália e me concentrar no meu trabalho. Eu tinha que fazer a minha escolha e viver com as consequências.

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