ERICKAquilo me irritava porque ao mesmo tempo que ele me lançava aquele olhar e não abaixava a cabeça, o seu olhar ao mesmo afiadamente cortante gritava: Desprezível!E eu conseguia o ler perfeitamente, era tão claro quanto água para mim.Incomodo, era o que sentia estando sobre o seu olhar e isso mexia comigo de uma forma tão estranha. Me deixava confuso e fazia mais bullying com ele para tentar parar de sentir tudo aquilo.Passei a analisa-lo quando estávamos no mesmo ambiente, porém longe o suficiente para que houvesse mais uma seção de ofensas e brincadeiras tortas com ele, por minha parte é claro. Já haviam se passado alguns meses desde que Diego estudava no Atlas e consegui perceber as mudanças que estavam acontecendo.Seu rosto estava bem mais afilado e levemente definido porque seu maxilar estava mais marcado. Seus cabelos estavam bem mais comportados, suas roupas estavam ficando um pouco mais largas.Algo estava mudando nele, por quêPerceber isso fez aquele incomodo voltar
ERICKApoiei as mãos na pia e tentei regular a respiração que estava ofegante. Não sei quantos minutos fiquei naquela posição, mas ergui o olhar ao ouvir a porta do banheiro ser aberta e ninguém menos que o causador dessa bagunça interna que está acontecendo comigo.Diego olhou para mim e logo seus olhos foram tomados pelo desprezo habitual. Ao perceber aquilo a raiva dentro de mim ascendeu com força novamente.- O que foi? Nunca me viu porra!? Vai ficar parado como um idiota aí?- Sinceramente, você é desprezível. - Falou com a mistura de nojo e raiva. Por um impulso ligeiro eu estava a centímetros dele o encarando com toda a raiva que estava no momento.- E acha que ligo para a opinião de um ninguém como você! Você é um nada. Só um monte de bosta que eu teria o prazer de juntar e jogar no lixo. Na verdade, você é um lixo. Um lixo que ninguém liga. Consegue perceber o nada que você é? Um feioso quatro olhos que mais parece uma baleia de tão gordo. - Eu disse com raiva.Diego fixou se
ERICKMinha mente estava confusa e estava me matando toda essa confusão. Essa agonia em meu peito que crescia cada vez que o olhar dele vinha em minha mente.Naquele dia me escondi no vestiário e quase não saí de lá. Meus pensamentos confusos estavam me enlouquecendo.A partir daquele acontecimento me tornei mais agressivo com Diego. Na minha cabeça aquela agressão faria sentido se fizesse mais vezes e aquela agonia e o incomodo sumiriam.Mas o quão errado eu estava.O ano estava quase acabando e certo dia Diego chegou em uma moto e sem usar os óculos habituais. Isso fez muita atenção cair sobre ele. Que porra era aquela? A partir daquele dia, minha atenção sobre aquele nerd cresceu ainda mais. O que estava acontecendo ali? Por que isso de repente?Era impossível olhar para ele e não perceber a diferença de como Diego havia entrado no Atlas e como estava agora. Seu corpo estava mais magro, seu rosto mais definido, sem os óculos seus olhos castanhos claros ficaram mais destacados, seus
DIEGO- Eu preciso ir, de verdade. - Falei pela milésima vez para aquele moreno que insistia em não me deixar ir.- Não, ainda podemos ficar um pouquinho mais. - Falou com a voz manhosa, o que me fez rir. Quem imaginaria que eu estaria vendo tal cena. Erick me olhava com os olhinhos tristes e um belo biquinho em seus lábios. Neguei com a cabeça para aquela situação.- Erick, já ficamos tempo de mais aqui. São quase quatro da tarde. - Falei para ele ao olhar as horas no meu celular.Ficamos conversando, na verdade, Erick me contou metade de como viemos parar neste exato momento. Não foi contado tudo, mas foi o suficiente para aquele dia. Saber daquilo, mesmo que não seja toda a história fez minha cabeça quase explodir, na verdade foi tudo muito novo, mas um novo bom e intrigante. Me deixou curioso para saber mais, porém pedi que fossemos devagar e ele respeitou isso.- Só mais uma hora vai. - Pediu com aquela típica vozinha manhosa e sôfrega, aparente chantagem emocional, mas comigo is
DIEGO- É melhor nós irmos agora. - Falei meio sem graça, Erick me olhou com um sorriso cafajeste. - Diz se esse não foi o seu melhor beijo. - Ele disse ao perceber meu estado, minhas bochechas esquentaram ainda mais.- Só vamos de uma vez, convencido.Erick soltou uma gargalhada baixa e rouca.- Tudo bem, mas saiba que só vamos porque você quer. Por mim, ficaríamos juntos aqui. - Falou se levantando e pegando suas chaves em cima da mesinha de centro.Neguei com a cabeça e revirei os olhos.- Você é um serzinho tão boca aberta as vezes. - Eu disse quando o mesmo passou por mim e juntos seguimos para a saída.- É meu charme. - Falou ao abrir a porta e me jogar uma piscadela marota.- É claro que é.Alguns minutos depois estávamos dentro do carro dele indo em direção a minha casa.- Meus pais vão encher meus ouvidos por hoje. - Comentei mais para mim mesmo que para Erick ao meu lado.- Por quê?- Ah, bem simples, fugi da escola, deixei minha moto lá, estou chegando com um estranho que e
DIEGO- Convencido de uma figa. - Eu disse saindo do carro, não sem antes ouvir a risada de Erick. Ele deu partida no carro, buzinou para mim e assim acelerou indo para o seu ninho. Pensando em ninho, lembrei que não perguntei a ele sobre o assunto com seu pai. Mas perguntarei em outra oportunidade, isso com certeza.- Posso saber onde o senhorzinho estava? - Minha mãe perguntou no instante que cruzei a porta. Olhei para ela como se tivesse sido pego fazendo algo errado, o que de fato estava mesmo fazendo, mas enfim.- Dona Alice. - Falei em um suspiro já sabendo que iria ouvir um sermão.A mais velha me olhou com o olhar analítico, Letícia estava ao lado de nossa mãe no sofá. Revirei os olhos ao ver sua expressão de satisfação pela situação em que me meti.- Chegou cedo mamãe. - Falei descontraído indo sentar ao seu lado no sofá, claro no lado oposto da minha irmã.- Não me venha com essa Diego. Onde você estava? E melhor, com quem? - Perguntou com a tom sério e a olhei com incerteza
DIEGO- Nem abra essa boca ou eu mato você e não estou brincando. -Falei para Letícia que entrou na sala novamente com aquela cara de cobra peçonhenta. Ela parou com a boca aberta e levantei para ir ao meu quarto tomar um banho relaxante.No dia seguinte, Erick e eu estávamos sentados juntos novamente, claro que isso nos proporcionou muitos olhares de questionamento e curiosidade por parte dos nossos colegas de classe, afinal estávamos brigados e agora estávamos quase colados um ao outro.Para deixar claro que Erick que estar grudado em mim, okay. Vez ou outra ele aperta minha coxa sorrateiramente e me lança um sorriso descarado após receber um olhar reprovador de minha parte.- Me encontre no vestiario. - Murmurou ao meu lado, o que me fez o olhar confuso e negar com a cabeça. - Professor, posso ir ao banheiro? - Perguntou erguendo a mão.- Claro, Erick. - Afirmou o homem mais velho.- Espero você lá. - Sussurrou mais uma vez para mim antes de levantar e ir até a porta tranquilamente
DIEGO- Como assim você marcou de sair e nem pode Diego? - Nathy resmungou incrédula e a olhei acusador.- Você disse que não iria me julgar. - Reclamei e Nathy suspirou.Contei a ela sobre o impasse em que eu estou metido e também ela sabe sobre Erick e eu. Claro né, para Nathy era meio óbvio minhas fugidinhas já que minha amigo sabia o que havia rolado antes disso.- Atenção! - Amanda gritou a nossa frente.Ah, é mesmo, estávamos no último período de aula, porém os líderes de torcida tinham ensaio como podem perceber.Amanda dava ordens e nós obedecíamos, mas sempre os mesmos passos então não havia muita dificuldade. As vezes me pergunto se ela não tem um pingo de criatividade para criar outra coreografia.- E o que você quer que eu faça? - Minha amiga perguntou ao meu lado enquanto fazia seus movimentos.- Que me ajude. - Falei ao mesmo tempo que fazia meus movimentos também.- Com?- Falei para minha mãe que você irá dormir comigo, que iremos fazer uma noite de amigos. - Expliquei