Aquela voz me soa familiar, parece que eu já escutei antes. Me viro para ver quem é e se trata do professor Alexander.
- Professor? O senhor por aqui? - Pergunto.
- Eu moro naquele prédio alí. - Ele diz apontando para um prédio de uns 10 andares, que ficava em um condomínio bem chique. - E eu sempre venho pedalar por aqui.
Confesso que as vezes eu passava por lá e ficava olhando aquele condomínio tão luxuoso. Sempre morei em casa e as vezes me dava uma certa vontade de morar num apartamento daqueles, devia ser bem legal, aí quando Henrique começasse a agredir eu ou mamãe, eu poderia ameaçar de me jogar, vai que ele parasse.
- Quer dar umas voltas? - Perguntou.
- Claro.
Começamos a andar de bike por diversas ruas enquanto conversávamos um pouco, ele parecia ser tão legal, me contou que havia feito uns dois semestres de Matemá
Alexander entra segurando um violão, sobe no palco e se senta em uma cadeira que tinha alí. Ele começa tocar violão e a cantar músicas sertanejas, daquelas bem conhecidas da galera, todo mundo cantava com ele, inclusive a gente, eram músicas do Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, Felipe Araújo, Gustavo Mioto, só musicão. E ele cantava tão bem, tinha uma voz linda, juro que quando eu o via no colégio, jamais imaginei que ele pudesse cantar tão bem, seu timbre de voz me lembrou bastante o do Cristiano Araújo, era meio parecido. As mulheres foram à loucura, o que não era de se admirar, pois Alexander era lindo e cantava tão bem, acho que eu estava virando fã dele.- Ele canta tão bem. - Falei lá pelas tantas.- Não achei nada demais. - Disse Vincenzo.- Como non? Ele tem unabellavoz
Assim que o sinal tocou para o recreio, o professor ficou na sala arrumando suas coisas e eu fiquei terminando de fazer meus exercícios.- Você não vem pro recreio? - Me questionou Lucca.- Vão que eu já vou. - Falei.Lucca, Vincenzo e Kika foram para o recreio, juntamente de meus outros colegas enquanto eu terminava os exercícios.- Falta muito, Mike? - Perguntou meu professor.- Mais duas questões e eu acabo. - Falei sem tirar os olhos de meu caderno.- Mas está conseguindo entender a matéria? - Ele perguntou. - Não quero que você fique com dúvidas.- Tá tudo tranquilo, sor. A matéria que eu tenho dificuldade mesmo é matemática, essa eu não consigo ir bem de jeito nenhum.- Mike, eu já te falei que sou fera em matemática, se você quiser te dou umas aulas particulares, e como você
- Eu… Eu caí na escola e me machuquei em um brinquedo. - Falou Kim.- Não minta, por favor, foi o Henrique que te fez isso, ele te bateu, não foi? - Perguntei angustiado.- Não Mike, papai não me bate, eu juro.- Mas então me diz quem fez isso, fala, por favor. - Pedi.- Eu já disse que caí na escola, eu não sou mentirosa. - Falou Kim começando a chorar.- Hey, tudo bem pequena, eu acredito. - Falei ao abraçá-la.Continue a dar banho em minha irmã, mas aquilo não saia de minha cabeça, não conseguia acreditar em Kimberly, era nítido que era mentira. Após o banho, Kim fez questão que eu não a visse trocar de calcinha, falou que estava com vergonha porque estava crescendo, talvez isso fosse verdade, mas sei lá, eu não conseguia acreditar 100% nela. Kim vestiu uma roupa seca e depois se
Alguns dias se passaram, finalmente havia chegado o dia da minha prova de matemática, estava bem nervoso, mas queria muito tirar uma nota boa para mostrar pro sor Alexander. Confesso que a prova estava meio difícil, pensei que seria mais fácil, mas em comparação com antigamente, estava bem melhor, já conseguia entender o enunciado dos exercícios, acho que fiz a prova em meia hora, nunca tinha feito tão rápido assim.- Já terminou tudo? - Perguntou a professora.- Já sim. - Falei.Me retirei da sala e fiquei no pátio, pois era o terceiro período e logo após era o recreio. Alguns minutos depois o sinal toca e enquanto aguardo meus amigos, o sor Alexander passa por mim, ele havia saído de uma sala e estava indo para a sala dos professores, mas antes ainda parou para falar comigo.- E aí, garoto. - Ele falou.- Oi. Tive prova de matemá
Uma médica entrou no quarto em que eu estava e passou a me examinar, eu ainda sentia muita dor, principalmente no braço direito e na cabeça. A médica fez uns exames em mim e disse que a dor na cabeça foi por causa das batidas, mas que ficaria tudo bem e me receitou uns remédios pra dor, já o braço… Eu não conseguia nem mexer, doía muito, pois antes de apagar, eu tentava me proteger com ele enquanto Henrique me batia com o taco de baseball. No entanto, ela disse que eu havia fraturado um osso e eu tive que engessar, era um saco ficar com gesso, principalmente porque coçava pra caralho.- Eu posso fazer um desenho? - Perguntou Kim meio empolgada.- Pode. - Falei.Kim desenhou eu e ela e fez um coração no meio da gente e ainda colocou o nome dela embaixo, que coisinha mais fofa.Ganhei alta uns dois dias depois, pois nesse período eu tive que ficar em obs
- Michael, você precisa de ajuda com algo? - Pergunta o sor Alexander durante a aula dele.- Não, eu tô bem. Obrigado. - Falo.Sabem, estava sentindo um vazio tão grande, eu conversava com meus amigos e tudo, mas não me sentia bem, era tudo tão cinza sem o Vi, se ao menos eu tivesse uma notícia dele, se pelo menos, eu tivesse a plena certeza de que ele está bem e o pior que eu nem podia perguntar para aquele aprendiz de Lúcifer, pois ele não falaria nada, ah, se mamãe soubesse de algo…Assim que minha aula acabou, fui até o pátio esperar por Kim, mas ela não apareceu, então resolvi ir até a sua sala. Kim estava com os braços cruzados sobre a mesa e a cabeça em cima deles, nem me viu chegar. A professora dela estava terminando de apagar a lousa e também não viu quando eu entrei na sala.- Licença. - Falei c
Dias depois e eu ainda seguia com o braço engessado. Lucca e Kika me ajudavam bastante na escola e com os deveres de casa. Meus outros colegas também sempre que podiam me ajudavam com algo e os três patetas pararam de pegar no meu pé nesse tempo, Dylan falou que não era certo implicar com um deficiente, que idiota, eu estava apenas com o braço machucado, não era nenhum deficiente, mas fiquei na minha, pois assim eles deram um tempo.- E você nunca mais teve notícias do Vincenzo? - Perguntou Lucca.- Não, ele trocou de número e excluiu o facebook, não quer mesmo falar comigo. - Falei cabisbaixo.- Eu também tentei falar com ele, mas não consegui pelos mesmos motivos. - Disse Lucca.Ah, não sei se vocês lembram, mas eu havia dito um tempo atrás sobre o amigo virtual de Kika, ela estava meio interessada nele e tal, e durante o tempo que eu esti
No sábado eu acordei mais tarde, mas não tinha vontade de levantar da cama, sentia muita saudade do Vi e no fim de semana era quando a saudade mais apertava, pois costumávamos um dormir na casa do outro e passar o finde juntos, era tão legal, e agora estava sentindo um vazio, uma angústia, uma vontade de chorar.Me levantei ao meio dia e fui até a cozinha. Kim estava sentada à mesa, bem cabisbaixa.- Bom dia, pequena. - Falei.- Bom dia. - Ela disse tristonha.- O que houve? - Questionei.- Nada.Mamãe estava trabalhando, Henrique havia saído e Noah estava no seu quarto, mexendo no computador, então, resolvi esquentar o almoço que mamãe havia deixado pra gente. Servi três pratos e chamei pelo meu irmão, que logo se juntou à nós.- O que foi? Não vai comer? - Perguntei à Kim ao notar que ela nem havia olhado pra