Os dias se passavam e o desespero aumentava, não tínhamos nenhuma pista do paradeiro de minha irmã. A polícia estava investigando sem parar, porém ainda não havíamos conseguido nada que nos levasse até a Kim, nenhuma pista, nenhum sinal, nada...
- Nada da sua irmã? - Perguntou Vincenzo.
- Não, nem sinal dela. - Falei. - Não sei mais o que fazer para encontrá-la.
- O problema é que não sabemos onde procurar. - Falou Martin.
Vincenzo e Martin haviam ido dormir em minha casa, eles estavam fazendo isso ultimamente, as vezes ia um, as vezes outro e de vez em quando os dois, estavam fazendo isso na esperança de me animarem, as vezes até dava certo, mas volta e meia lembrava novamente da minha pequena Kim, ah, se pelo menos eu soubesse de algo, qualquer notícia dela…
De repente o telefone toca, saio correndo para a sala, Vi e Marti
- Não, eu não vou conseguir ir. - Falou mamãe. - Calma, eu vou com você. - Disse papai ao abraçá-la. - Eu também. - Falei. No fim, fomos todos nós, até Noah, queríamos dar todo apoio a mamãe. Não conseguíamos parar de chorar, o medo de ser minha irmã tomava conta da gente. Eu não conseguia nem pensar nessa hipótese, nem sei o que eu faria se fosse ela, acho que não aguentaria tamanho sofrimento. Eu não conseguia acreditar que aquele desgraçado fosse capaz de matar uma criança, se bem que ele foi capaz de abusar duas crianças indefesas, então eu também não duvidava muito que ele fosse capaz disso. - Não pode ser ela. - Falou mamãe aos prantos enquanto íamos ao local onde identificaríamos o corpo. - Não será. - Falou papai. Eu estava rezando muito para não ser a minha irmã e tinha fé que não era ela, mas igual estava com muito medo. Noah que estava sentado do meu lado, pega em minha mão tentando me confortar, olho para ele e lhe sorrío,
Conto para meus pais e para a polícia sobre o telefonema, eles ficam aliviados por saber que Kim estava viva, mas também com medo do que possam fazer com ela. E a pergunta ficou no ar: Terá sido Henrique mesmo? Afinal, ele estava preso, com certeza não tinha sido ele que me telefonou na noite anterior, mas também tem aquela coisa, ele pode ter mandado alguém sequestrá-la, será?E quanto mais os dias se passavam, mais preocupado eu ficava, a publicação do desaparecimento dela seguia crescendo o número de compartilhamentos, curtidas e comentários, todo mundo desejando que eu a encontrasse logo, minha família, meus amigos e pessoas do país todo que eu nem conhecia.Henrique seguia dizendo pra todo mundo que ele não havia feito isso e que não sabia de nada, sei lá, não conseguia acreditar, talvez pelo fato dele já ter nos feito tanto mal.
- Você? - Pergunta mamãe.- O que você está fazendo aqui? - O questiono furiosamente.- Posso entrar? - Pergunta.- Mas que ousadia! - Diz meu irmão.- Com licença. - Fala ao entrar em nossa casa. - Eu juro que não sei onde a Kim está.Notei o ódio nos olhos de minha mãe, Noah e eu estávamos do mesmo jeito. E nesse momento ainda aparece papai, que gela ao se deparar com Henrique. Os dois ficam se olhando em completo silêncio.- O que ele faz aqui? - Pergunta papai.Henrique alega que nos procurou em missão de paz, mas eu já não acreditava em nada do que ele dizia, era impossível de acreditar nele. Como odeio esse homem.- Cadê a minha filha? - Pergunta papai ao partir para cima de Henrique.- Sua filha?- Eles já sabem de tudo. - Falou mamãe. - Que o Mike e a Kim não são se
Era por volta de 7h10, estávamos na escola. Vi, Lucca, Kika e eu estávamos sentados em um banco. Silêncio.- E a sua irmã? - Me pergunta Lucca.- Nada ainda. - Respondo cabisbaixo.A cada dia que passava, a saudade aumentada, não tinha um dia sequer que eu não lembrasse de Kim ou que eu não me sentisse culpado pelo seu sequestro, afinal, estávamos na escola, era pra eu ter a protegido e eu não o fiz. Tinha tanto medo de nunca mais ver a minha irmãzinha, não ouvir mais sua doce voz dizendo ''te amo Mike'', não ganhar mais seus beijos, de não ver o sorriso mais doce do mundo, não, isso não pode acontecer.Ah, a diretora Suzana havia postado nas redes sociais da escola sobre o sequestro da minha irmã, ela disse que lamentavelmente era a única coisa que poderia fazer no momento.- Tomara que a Kim apareça logo. - Disse Kika
Ninguém conseguia dizer uma só palavra, era um silêncio interminável, misto de medo e angústia, queríamos muito que nossa Kim voltasse pra gente, estávamos super esperançosos, imaginando que dessa vez tudo daria certo e que teríamos a nossa pequena novamente conosco.De repente nossa campainha toca. A gente se olha aflitos. Mamãe corre para abrir a porta. Eis que vemos um policial com uma criaturinha no colo, que sorri pra gente.- Kim! - Falamos todos juntos.Era ela. Era a minha irmã, a minha Kim. Estava um pouco suja, com roupas rasgadas, toda descabelada e havia emagrecido bastante, parecia estar fraca. Mamãe pega minha irmã em seu colo, todos a abraçamos. A ficha ainda não tinha caído, não conseguia acreditar que era ela.- Como você está, meu amor? - Perguntou papai.- Agora estou bem, mas tive tanto medo. - Falou
Estávamos no enterro do Henrique. Só tinha a gente, Alex e Ryan. Ah, esqueci de contar pra vocês, Henrique havia tentado se aproximar de Ryan, mas o garoto também não quis e nem Alex deixou.Mamãe não sabia se devíamos ir ou não ao enterro, eu também não tinha certeza se queria ir, mas depois de muito pensarmos, decidimos que deveríamos fazer isso. Ele nunca foi um bom marido e muito menos um bom pai, mas senti que devíamos, afinal, ele estava morto.Olho para ele no caixão e não sinto nada, dentro de mim tinha apenas um enorme vazio, não estava feliz e muito menos triste, era tão estranho essa sensação de vazio.- Como você está se sentindo, meu amor? - Perguntou mamãe para Kim.- Eu não sei. - Falou docemente.Acho que todos estavam sentindo a mesma coisa que eu. Alex se aproxim
Olá, meu nome é Michael, tenho 16 anos e meio, e sou de Porto Alegre, e eu vou lhes contar a história da minha vida.Eu tinha 9 anos quando tudo começou, mas me lembro como se fosse ontem. Vim de uma família de classe alta, sempre estudei em colégio particular, só roupa de marca, sempre tive todos os vídeo games que eu quis, dinheiro nunca foi problema para mim, mas mesmo tendo tudo o que eu queria, eu nunca fui feliz.Minha mãe era dona de casa, meu pai apenas que trabalhava, quando criançaeu não sabia, mas hoje eu sei, após muitos anos descobri que ele era traficante, e dono de uma quadrilha, por isso que todo ano ele mudava de carro. Nunca foi um pai bom, e nem presente para mim, e além de tudo, ele era drogado e alcoólatra. Desde pequeno, eu sempre presenciei papai batendo em minha mãe, e muitas vezes ele batia em mim também, não lembro
Naquela noite eu tive pesadelo, sonhei a noite toda com o meu '' querido '' pai, sonhava com ele me abusando. Me acordei na manhã seguinte, olhei para o lado e Vi não estava, nisso senti a cama úmida, e como aqui no Sul faz muito frio no inverno, suor não podia ser. Olhei para a cama e ela estava toda molhada.''Lascou.'' – Pensei começando a chorar.Não sabia o que fazer, olhava para a cama molhada e ficava mais nervoso, não tinha levado nem roupa, e ainda estava com o pijama de Vi, estava com muito medo que ele ou os pais dele brigassem comigo.Tirei aquela roupa molhada, e fiquei ali, olhando para a cama toda mijada, tentando pensar no que eu faria, queria encontrar uma saída, mas não conseguia pensar em nada.- Mike, minha mãe está mandando a gente ir tomar café. - Falou Vi ao entrar no quartoe me ver ali sem roupa.Fiquei cabisbaixo, não cons