Fiquei vendo meu professor ali chorando, bem diante de mim e eu sem saber o que dizer, o que fazer, e de repente as únicas palavras que eu consegui dizer foram:
- Eu sinto muito.
Ele levantou a cabeça, se pondo a me olhar, aquelas lágrimas escorriam pelo seu rosto, me deixando com mais dó dele, me dando vontade de cuidá-lo.
- Desculpe, garoto. - Ele disse limpando as lágrimas. - Não quero que você pense que seu professor é um fraco.
- Quê? - Indago. - Jamais pensaria isso, não te acho fraco, pelo contrário, te acho muito forte, já passou por tudo isso e está sempre buscando levar alegria para seus alunos, sério, te admiro muito, como professor e como ser humano.
Ele então sorriu para mim e ficamos nos olhando por alguns segundos, senti um embrulho no estômago, mas busquei me conter.
O sor pediu desculpa por todo ocorrido, como
Alex e eu fizemos um lanche na praça de alimentação e depois ele me levou pra casa.- Muito obrigado por tudo. - Falo assim que chego em minha casa.- Não foi nada, garoto. - Ele diz me olhando fixamente.Me despeço e entro em casa. Mamãe já havia chegado do serviço.- Onde você estava? - Ela pergunta.- Eu avisei o Henrique que eu ia ao cinema.- Tudo bem, querido, era só pra saber mesmo.Vou até o quarto de Noah e ele estava em sua cama mexendo no notebook, acabo me sentando do lado dele.- Que tá pegando? - Pergunta Noah.- É o que eu queria saber. - Falei. - Se eu te contar algo, você promete que guarda segredo?- Claro. - Diz Noah ao parar de mexer no not e se pondo a olhar para mim.- Sabe, eu sinto que eu ainda amo muito o Vi, sinto tanta falta dele, penso muito naquele idiota… Mas tem uma pessoa qu
Continuamos na mesma posição, nossos olhares se cruzavam, não conseguia parar de olhar pra ele e senti como se Alex também não conseguisse parar de me olhar e essa foi a primeira vez que eu senti muita vontade de beijá-lo, uma vontade imensa, que eu nunca havia sentido antes, um desejo meio incontrolável, mas fiquei com muito medo, não sabia como ele reagiria, e se ele também queria aquele beijo tanto quanto eu, e então, desejei que ele me beijasse, mas Alex apenas se pôs a rir e saiu de cima de mim, se pondo a voltar a correr, e eu me pus a correr atrás dele.Ah, confesso que fiquei meio decepcionado, bem que Alex podia ter me dado um beijo como segundo presente de aniversário, mas logo lembrei que ainda teríamos bastante tempo pela frente e que talvez esse tão sonhado beijo ainda acontecesse.Já era noite, o tempo voou, nem vimos as horas passar e quando per
Sem querer acabo olhando para os lábios de Alex enquanto desejo beijar aquela boca, mas eis que eu lembro que ele é hétero, tinha esquecido completamente desse detalhe.- Mike?- Sim?- Tá tudo bem? - Ele pergunta.Apenas aceno a cabeça positivamente e terminamos nosso almoço. Pouco depois resolvemos ir à praia, desta vez estava lotada, era uma aglomeração imensa de pessoas, o dia estava lindo, fazia muito calor e o sol estava muito quente, ainda bem que Alex e eu tínhamos passado protetor solar.Estávamos sentados naquelas cadeiras de praia enquanto víamos o mar e a movimentação toda.- Nossa, que lindo o corpo daquela mulher. - Falou Alex se referindo a uma mulher linda, ela era negra, tinha longos e lindos cabelos crespos e tinha um corpo que nem daquelas modelos de capa de revista.- Aham. - Falei meio dando de ombros.- Voc&ec
- E como estava a viagem? - Pergunta mamãe assim que eu chego em casa.- Ótima. - Respondo. - Santa Catarina é tão linda e a água do mar é tão cristalina, curtimos muito a praia, passeamos, estava muito legal.- Que bom que você gostou. - Fala mamãe ao me abraçar.- E como foi aqui com o Henrique? - Pergunto.- Não se preocupe, eu cuidei bem dela. - Diz Noah.Gente, sério, eu estava impressionado com a mudança de Noah, ele parecia outra pessoa, estava tão querido.- Estava com saudade. - Diz Kim ao me abraçar.- Também estava. - Falo. - Ah, trouxe algo para vocês.Entrego uma lembrancinha para cada um, para mamãe eu havia comprado um enfeite pra colocar na sala que tinha uma onda e dizia ''Santa Catarina'', para Noah eu havia comprado um chaveiro em formato de prancha e para Kim eu comprei uma camisa que t
- Como que você foi viajar com o nosso professor? - Me perguntou Lucca incrédulo.- Ah, ele me convidou pra ir e eu fui. - Falei dando de ombros.Os dois ficaram super surpresos, mas também não era pra menos, acho que se eles me contassem algo assim, eu não acreditaria. Mas sabem, eu estava muito feliz, a viagem tinha sido incrível, não aconteceu nada como eu gostaria, mas foi ótima, ah, não sei nem explicar o que eu estava sentindo.A aula naquele dia foi muito chata, nem tivemos espanhol, eu sempre havia gostado dessa matéria, mas ultimamente eu estava gostando mais do que o normal.À tarde, eu passei na casa de Vi para ver os pais dele e também para saber se tinham alguma novidade.- Mike, querido, eu já estava indo à sua casa falar contigo. - Disse tia Stef.- Por quê? O Vi mandou notícias?- Melhor que isso
- O que foi? - Lhe perguntei.Alex se sentou de frente para mim e olhando em meus olhos, me questionou:- Lembra que eu te falei sobre o acidente com minha esposa e a minha filha?Acenei positivamente com a cabeça, e ele continuou:- Pois então, eu consegui provar minha inocência, viram que tinha sido um acidente. Mas há dois meses, eu andei me envolvendo em uma confusão, um ex aluno meu, que foi reprovado na minha matéria por falta, me procurou, se fez de meu amigo e tal e me apunhalou pelas costas, e sem que eu visse ele colocou cerca de 100 kg de drogas no meu carro, e ele armou tudo, pensou em cada detalhe para que eu fosse pego e por causa dele, eu fiquei uma semana preso, depois disso meu advogado conseguiu um habeas corpus, e estava desde então aguardando por essa audiência, quero muito provar a minha inocência.Sabem, tinha ficado meio assim com isso que Alex me contara, eu acredit
Naquele dia, Alex e eu resolvemos desligar nossos celulares, resolvemos fingir que o resto do mundo não existia, 24h sem celular, pensei que eu nunca fosse aguentar uma coisa dessas, mas com ele eu aguentaria até mais tempo.Ao terminarmos nosso café, resolvemos dar umas voltas. Fomos passear pela Casa de Cultura Mário Quintana, que ficava no centro da cidade, ficamos um pouco por lá. Alex tinha levado seu violão e ficou cantando e tocando músicas do repertório de seus shows. Várias pessoas que estavam no local começaram a se aproximar e a elogiar ele, falaram que Alex cantava muito bem, e de fato, cantava mesmo e ele ainda cantava sorrindo, achava tão fofo, teve uma moça que chegou a dizer pra ele ir pro The Voice, tenho certeza que se ele fosse, ganharia de lavada.Era quase meio dia quando resolvemos ir à Cidade Baixa, que é onde tem vários bares, restaurantes, p
No dia seguinte quando eu acordei, Alex já havia saído para ir trabalhar e me deixou apenas um bilhete que dizia ''Bom dia, garoto. Não quis te acordar antes de sair, deixei seu café pronto, sinta - se a vontade e qualquer coisa que precise me manda um whats, que quando der eu respondo. Tenha um bom dia.''Puxa, não mandou nem um beijinho?'' - Pensei.Tomei meu café, que ele tinha deixado pronto e voltei a dormir, não tinha nada pra eu fazer sozinho mesmo, como queria que Alex tivesse ficado novamente comigo, mas eu entendia que ele não podia, que tinha que trabalhar.Estava dormindo, quando ele chegou.- Acorda dorminhoco. - Falou ao dar um tapa na minha bunda.- Que susto! - Falei.Ele riu e se sentou do meu lado, estava sério, senti que ele queria me falar algo.- O que houve? - Perguntei quebrando o silêncio.- Precisamos conversar.Odeio essa frase