- Claro que sim. - Falou Kim, me assustando. - Cada vez que ele bate em ti ou na mamãe, é como se ele tivesse batendo em mim.
Ai gente, como não amar esse serzinho? Me digam, como? É impossível.
- Oh, pequena, não fica assim, nós somos grandes, sabemos nos virar. - Falei ao abraçá-la.
Papai entrou em meu quarto e nos viu ali deitados em minha cama, e a única coisa que ele disse, foi:
- Kim, tá na hora de dormir, vem, que eu vou te colocar na cama.
- Eu não quero. Mike, posso dormir com você?
- Claro, pequena... - Falei.
- Não desobedece o papai. Estou mandando você vir, você tem que dormir no seu quartinho, já tá grande. - Disse meu pai.
Kim me abraçou e me deu um beijo no rosto e saiu com nosso pai, se bem que nem dá pra chamar aquilo de pai. Mas ela estava com um semblante triste, e fiquei m
- Kim, isso não é coisa de criança, fugir pode ser perigoso. - Falei.- E o que você pode fazer que uma criança não pode?Sério, eu me negava a crer que ela tivesse apenas 6 anos, oxe, parecia gente grande falando. Queria tanto levar Kim comigo, mas ao mesmo tempo tinha medo por ela, medo do perigo, e do que Henrique podia fazer com ela se nos encontrassem. Estava em uma sinuca de bico, nunca havia entendido direito esse ditado, mas era como eu estava me sentindo. Olhei para minha irmã, ali tão pequena, com aqueles olhinhos lacrimejados, esperando que eu falasse algo... Foi quando eu disse:- Tudo bem. Fugimos hoje à meia noite. Arruma uma mochila com algumas roupas.- Obrigada Mike, eu sabia que você não me abandonaria. - Disse Kim se pondo a me abraçar.Kim saiu em disparada para seu quarto e eu fiquei me perguntando se havia feito a coisa certa, ela era t&at
Ah, estava tão triste com toda essa situação, mas eu acho que era o certo a se fazer naquele momento.Os pais de Vi também ligaram para falar com ele, mas Vi não atendeu, acho que ele devia ter atendido, mas ele sabia o que fazia.À tarde a Redenção lotou, sempre era bem movimentada, pessoas caminhando com famílias, amigos, animais... E nesse dia teve parada LGBT, era sempre alí onde se fazia essas festas, e já aproveitamos para ficar pra festa.Estava bem legal, tinha bastante drags dançando, transsexuais, e centenas de gays e lésbicas se beijando. Kim estava junto e ela via tudo, homem beijando homem, mulher beijando mulher e parecia tão normal pra ela.- Mano, é homem ou mulher? - Perguntou Kim se referindo a uma transsexual lindíssima que estava dançando no palco.- Digamos, que ela nasceu no corpo errado, nasceu menino, mas ag
Estávamos caminhando pelo centro, quando de repente parou uma viatura em nossa frente, Vi e eu apenas nos olhamos, peguei Kim no colo e começamos a correr.- O que está havendo? - Perguntou minha irmã.- Depois eu te explico. - Falei.A gente correu, mas a viatura veio atrás da gente e um dos policiais mandou a gente parar, e sem saída acabamos obedecendo.- Medo de alguma coisa, garotos? - Perguntou um dos policiais.- Não, senhor. - Respondi.Um dos policiais mandou a gente entrar na viatura, alegando que os pais de Vi e o meu querido papai haviam dado parte na delegacia sobre nosso sumiço. Olhem que amor, meu papai estava preocupado comigo, que querido, sim, isso foi uma ironia.Acabamos tendo que ir com eles, não tínhamos muito o que fazer. Kim e eu estávamos muito nervosos, não parávamos de chorar. Me pus a lembrar de tudo o que eu vinha pa
Papai me deu um beijo na testa de boa noite e saiu de meu quarto, nossa, nem lembrava quando foi a última vez que ele fez isso.No dia seguinte, fui ao colégio normalmente. Assim que me viu, Kika veio correndo me abraçar e falar comigo.- CiaoMike, comostai? - Perguntou Kika. - Senti tanto a sua falta.- Ah, estou bem. - Falei dando de ombros. - Também senti muito a sua falta.Kika me questionou o porquê de Vi e eu termos fugido e eu inventei uma desculpa qualquer, e acho que colou. Vi ainda não havia chegado, acabamos não indo juntos naquele dia.Lucca foi outro que gostou muito de me ver, ele era muito sangue bom e eu torcia tanto pra ele e Kika se acertarem, ambos se mereciam.Pouco depois, Vi chegou e se juntou a nós, e nosso quarteto ficou completo novamente.- Olhem, o casalzinho voltou. - Falou Dylan ao se aproximar da gen
- Cadê os nossos pais? - Perguntei de forma irônica.- Oi, meus amores. - Falou mamãe.- Eles estão estranhos, tô com medo. - Disse Kim ao me agarrar pelo braço.- Eu também. - Falei.- Seu pai e eu estávamos lembrando de quando vocês eram pequenos.Oi? Como era? Achei que ele não lembrasse disso, e sim, só das drogas e bebidas, se bem que desde que Kim e eu voltamos pra casa, eu não lembro dele ter bebido ou se drogado, pelo menos, não em casa, ele também não tinha me batido mais e nem me estuprado. Será que ele estava mudando de verdade? Era tudo o que eu mais queria.Por volta de umas 22h30, eu estava quase dormindo, estava podre de cansaço, acho que era da idade... E então, escuto o barulho da porta abrindo, estava um pouco acordado e um pouco dormindo, não vi direito quem era, estava muito cansado, mas eis que
- E o que você achou do professor novo? - Perguntei à Vi mais tarde.- Ah, sei lá, ele parece legal. - Falou o garoto dando de ombros.- É, com certeza melhor do que a professora Amanda ele será. - Falei.- Sem dúvida.À noite eu estava lendo um livro quando batem em minha porta.- Entra! - Falei.Era Kim, estava cabisbaixa, com um olhar triste como se algo tivesse acontecido.- O que houve, pequena? - Perguntei.- Tive pesadelo. Será que posso dormir com você?Respondi que sim, e ela se deitou do meu lado, e se pôs a me abraçar, estava um pouco trêmula, me deixou até meio assustado.- Hey, que pesadelo foi esse que te deixou desse jeito? - Questionei Kim.- Hã... Não quero falar sobre isso, foi horrível. - Disse Kim ao me abraçar mais forte.Guardei meu livro, apaguei a luz e comecei a
À noite, eu estava dormindo, devia ser mais de 1h00 quando me acordo com o choro de Kim, que estava em pé no meu quarto.- Hey, o que foi pequena? - Perguntei ao me sentar na cama.Mas ela não parava de chorar e de soluçar, estava muito nervosa e tremia sem parar.- Kim, você está me assustando. - Falei. - O que aconteceu?- Eu fiz xixi na cama. - Falou entre um soluço e outro de seu choro. - Desculpa!- Hey, está tudo bem. Não precisa chorar. Vem, vamos trocar essa roupa. - Falei ao notar que sua roupa estava bem molhada.Nos dirigirmos para o quarto dela, troquei a roupa de Kim e a roupa de cama, e a coloquei para dormir.- Mike, dorme aqui comigo, por favor? - Pediu. - Sinto falta de quando eu era menor, e você dormia comigo e me dizia que me protegeria dos monstros. Mike, me protege dos monstros essa noite?- Claro que sim, pequena. - Falei ao dar um beijo
Segunda - feira, estava um dia tão feio, as nuvens estavam pretas, parecia que cairia um temporal e pior que eu nem havia levado guarda chuva.- Acho que vai chover. - Falou Vi enquanto íamos para o colégio.- Você acha? - Perguntei. - Eu tenho certeza.Kim estava tão pensativa, já fazia alguns dias que ela andava meio quietinha, o que era raro e eu não sabia se eu ficava feliz ou triste com isso, pois tinha vezes que eu implorava pra Kim parar de falar, pois eu não conseguia nem escutar meus pensamentos.Chegamos alguns minutos antes do sinal tocar, pois Vi e eu gostávamos de chegar mais cedo no colégio, pois assim podíamos ficar conversando com nossos amigos antes da aula começar. Kika chegou mais tarde nesse dia, quase na hora do recreio, pois teve médico.- Vou ao banheiro. - Falou Vi se pondo a se retirar.Ele sai, Lucca e