Parte 85...Santiago— Sofia... Preciso saber onde dói, querida - tentei mover seu braço e ela gritou de novo. Fiquei de pé — Merda! - saí rápido e antes de descer a escada, vi Ramiro subindo, pulando os degraus de dois em dois — Finalmente... Precisamos de um médico urgente, ela não está bem.— Já vi isso. quando entrei Vilto já estava com o médico ao telefone. Chegará em breve - segurou meu braço — Eu já cuidei de tudo. Nossa equipe está no local, fazendo a limpeza. Ninguém vai saber o que houve ali.— Ótimo! - soltei o ar preso e passei os dedos pelo cabelo — Venha comigo.— Diabos... No final, você tinha razão - Ramiro comentou quando a viu, agora sob a luz, com os machucados — Aqueles filhos da puta nunca mais vão machucar ninguém. - ele se abaixou ao lado da cama — Ei, pequena... Que susto você nos deu... - ela abriu os olhos — Me desculpe por não ter chegado antes...— Não... - a voz dela falhou — Não é sua culpa - tentou sorrir e fez uma careta de dor — Eu não deveria... Ter d
Parte 86...SantiagoQuando o médico chegou eu expliquei o ocorrido, para que ele tivesse ideia de como ela estava, fisicamente e emocionalmente.— Pode deixar, Santiago, vou fazer um exame breve, mas que vai me dizer a condição dela. Conforme for, talvez ela tenha que ser levada a um hospital.— Tudo bem, se for necessário - concordei com a cabeça — Quero que ela fique bem.— Isso com certeza. Me deixe sozinho com ela por uns minutos e lhe chamo depois.Ramiro o levou até meu quarto e fiquei no corredor esperando, ansioso e preocupado. Ainda vou ter que conversar com Alejandro e os outros, para que saibam o que houve e aí vou ter que contar que eu mantive Sofia escondida todos esses anos.— Santiago, entre aqui, por favor - o médico disse — Ela quer sua presença.Meu coração deu outro salto. Entrei e fechei a porta. Sofia estava deitada de lado, o rosto molhado pelas lágrimas.Confesso que me deu um pouco de raiva ao ver o médico tocando nela. Tudo bem que era um homem idoso e casado
Parte 87...Alejandro— Como assim me casar com ela? - ele gesticulou forte, exagerado — Eu não penso em me casar... Não agora... É uma coisa que tem que ser pensada e...— E nada, Santiago - ergui a mão para que se calasse — Todos nós aqui sabemos que na máfia e na família, todos devem manter a ordem dentro da regra... Se eu preciso ter um herdeiro, vocês também precisam e ninguém vai fugir disso - caminhei pela sala, pensativo.— Mas eu posso cuidar dela, como estava fazendo... Até que ela consiga se organizar na vida e seguir sozinha.— Bom, cá pra nós... Você não está fazendo um bom trabalho nesse sentido - Ricardo disse, com uma cara de crítica — A garota mal saiu do convento e já foi quase estuprada e talvez até morta.— Cala a boca, Ricardo! - ele disse com uma cara feia — Você não sabe de nada.— Ninguém sabia, não é Santiago - parei e me virei — Você escondeu esse fato todo esse tempo... Sabe que eu poderia até lhe dar uma punição por isso... Mas... Como a garota não tem que
Parte 88...Alejandro— O que vai fazer agora, irmão? - Ricardo me questionou na saída para pegar o carro.— Sobre Santiago? - ele fez que sim e eu apenas dei de ombro — Nada. Como eu disse, ele errou e agora vai ter que corrigir. Se a garota está ferida, a culpa é dele que a colocou nessa situação, não tem que questionar e sim fazer o que eu mandei. — Ramiro insinuou que ele está interessado na garota.— Então é mais fácil ainda para ele. É só comunicar a ela depois, que vão se casar.Abri a porta e entrei no carro. Ricardo veio com Gabriel em outro carro e meus homens estão na Land Rover atrás.— Eu vou para casa, tomar um banho e depois vou até o hospital. Alguma novidade sobre Diego ou algum apoiador?— Sobre isso - Ricardo se inclinou na janela — Apesar de ter alguma ligação com Diego, não foi ele realmente quem mandou atacar Camila durante as compras com a amiga. - eu franzi a testa — Tem mais alguém envolvido nisso e está muito bem encoberto, por isso está dando trabalho, mas
Parte 89...AlejandroO corredor do hospital era silencioso, exceto pelo som distante de passos apressados e o leve zumbido das luzes fluorescentes. Eu estava sentado ao lado da cama de Camila, segurando sua mão, observando o rosto dela enquanto ela dormia. Ela parecia frágil, mas ao mesmo tempo forte, como sempre foi. Mesmo ali, deitada naquele leito, ela mantinha uma aura de resistência.Quando o médico entrou no quarto, ela abriu os olhos lentamente, como se sentisse a mudança no ar. Ele era um homem alto, de jaleco branco e expressão séria, mas gentil. Segurava uma prancheta e deu um leve sorriso ao se aproximar.— Como está se sentindo? - ele cumprimentou, olhando para mim e depois para Camila. — Um pouco melhor - Camila respondeu, a voz um pouco rouca, mas firme. — A dor diminuiu bastante.— Isso é ótimo - ele disse, fazendo algumas anotações. — Bem, tenho boas notícias. Os exames mostraram uma melhora significativa, e acredito que você já pode ir para casa amanhã. Claro, com
Parte 90...Alejandro— Não, está tudo bem - olhei para a cama onde Camila finalmente dormia tranquila — Já acertei com o fisioterapeuta para ficar com ela, como o médico disse, mas vamos ter que torcer para que isso seja suficiente.Estava ao celular com Ricardo, que me contava estar de olho em Diego. O pessoal dele tinha conseguido pegar uma pista direta e resultou em algo real para nós. Agora ele estava preparando o ataque, mas eu quero estar presente quando o pegarem. Diego tem que ser meu.— Eu vou aguardar por você, até porque, acabamos de pegar o local exato onde ele está e temos que montar uma armadilha surpresa para que ele não escape dessa vez.— Ótimo, irmão, você está me deixando mais animado.— Não fique tão preocupado, vai dar tudo certo com Camila.— Espero que sim - apertei os olhos cansados, esfregando os dedos pela olheira que começa a aparecer depois de não dormir bem esses dias — Amanhã vou levá-la para casa, ela vai descansar um pouco e depois já começa a fazer a
Parte 91...Santiago— Ok, digamos que seja tudo isso junto. Mas e daí? Como vou falar para ela o que eu fiz?— Não tem que ser de todo honesto - ele deu de ombros — Apenas continue com a mesma conversa de que você tinha uma promessa feita ao pai dela, use isso e pronto. A peça em casamento - ele abriu as mãos.— Não é tão simples assim, Ramiro. Ela pode simplesmente dizer que não - andei para o outro lado — A garota passou a vida dentro de uma prisão. Agora que está livre, vai querer se prender de novo?— Depois do que aconteceu a ela? - ele ergueu a sobrancelha — Tenho certeza de que ela deve estar sonhando com a segurança dos muros daquele convento.— É, talvez você tenha razão mesmo. - cocei o queixo — Mas vai se um choque pra ela. E se ela disser que não, mesmo com Alejandro reclamando ou até querendo briga comigo, eu não vou forçá-la a isso.— Não, claro que não. Aí já seria demais. Mas acho que deve usar o mesmo de antes, comece daí e deixe que ela pense.— É - puxei o ar fundo
Parte 92...Camila— Ela não está machucada a esse ponto, mãe. Basta um dia ou dois de descanso e pronto. Camila estará pronta para começar a fisioterapia.— Ah! - ela mexeu a cabeça para trás e continuou com o sorriso falso de simpatia — Você vai ter que fazer mais terapia... Que coisa, não? Parece que seu problema é grave mesmo, mais do que eu imaginava.Eu franzi a testa. Achei estranho esse modo dela falar comigo, até porque, antes ela estava sendo tão educada e gentil. Não entendi.— Mãe...— É bom que você se dedique muito a essa terapia, já que vão se casar na igreja e vai precisar entrar andando, não é? - ela soltou uma risadinha abafada, como se fosse só uma piada inocente.Senti meu estômago apertar, mas antes que eu questionasse ou comentasse algo, Alejandro se adiantou, com uma expressão de raiva se formando no rosto dele.— Madre, esse não é o momento para um comentário desse tipo. Camila está bem depois do susto e vai se recuperar. É o que importa.— Sim, claro... Mas só