Mundo de ficçãoIniciar sessão
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Um passeio só nosso
Parte 37...AlejandroO sol se infiltrava pelas cortinas, derramando uma luz dourada sobre o quarto. Eu estava acordado há algum tempo, apenas observando-a. Camila dormia profundamente, com os cabelos espalhados no travesseiro como uma obra de arte que eu nunca soube apreciar antes. Ela era diferente de tudo que eu já tive ou quis. Talvez fosse isso que me prendesse a ela. Quando a vi antes, ela já tinha uma aura diferente e eu soube na hora que poderia ser perigoso para mim, ficar muito perto dela.A vantagem é que a diferença de idade e minha vida maluca da época, não me permitiram me aproximar dela mais. De certa forma, isso foi até uma sorte.Depois do que havia acontecido com ela, graças a Diego, aquele canalha, eu tinha uma dívida com ela. Eu não fazia ideia do que realmente ele planejava. Achei que estaria ajudando aquele insano a se livrar de um inimigo e com isso, eu também teria vantagem.Foi um engano. Às vezes acontece. Agora nem tanto, mas no passado eu ainda cometia mui
Um pouco de ciúme
Parte 38...Alejandro Depois de um tempo no sofá, decidi que o dia ainda não estava completo. Camila estava tão relaxada, com um sorriso genuíno nos lábios, que eu não queria que a sensação terminasse.— Venha - disse, levantando-me e estendendo a mão para ela. — Ainda há algo que você precisa experimentar aqui.— Mais? - ela riu, pegando minha mão e levantando — Achei que já tínhamos feito tudo o que Formentera tinha a oferecer em um único dia.— Ah, não... Nem perto disso. Como está a sua perna?— Eu aguento. Já tomei meu medicamento. Se não for pra ficar muito tempo...— Não, vai ser só mais uma coisa que eu gosto e que você precisa conhecer.Caminhamos até uma sorveteria famosa, que ficava no coração da vila. Escolhi dois sabores para mim – pistache e limão, os meus preferidos – enquanto Camila ficou indecisa entre morango e chocolate. Acabou pedindo os dois.Foi engraçado o modo como ela passava de um lado para outro, olhando o colorido dos potes cheios de sorvete.Sentamos em u
Talvez eu estivesse errada
Parte 39...CamilaEstava deitada na cama, olhando para o teto, com os lençóis macios cobrindo meu corpo. É bom descansar um pouco depois do dia cheio que tive.O som baixo da voz de Alejandro vinha do outro lado da porta, no pequeno escritório reservado. Ele disse que ia falar com os irmãos, mas eu não conseguia me concentrar no que ele dizia. Queria entender, mas além de seu tom de voz baixo, minha mente estava a mil.Eu deveria estar menstruada há dois dias. Dois dias. Não era exatamente um atraso preocupante, mas, considerando a frequência com que Alejandro me tocava, não consegui evitar que a ideia surgisse na minha cabeça.Tudo bem que era cedo demais para que eu tivesse ficado grávida.— Grávida?Sussurrei para mim mesma, sentindo uma onda de calor subir pelo meu corpo. Era cedo demais para saber qualquer coisa. E, sinceramente, não era algo que eu achava que aconteceria tão rápido, mas ao mesmo tempo, agora eu me toquei que fiquei perdida em outras coisas sobre esse casamento,
Depois do desprezo
Parte 40...AlejandroEstá bem cedo ainda. A cortina balança com o vento que vem do mar. Em algum lugar por perto tem alguns pássaros que já estão bem animados pelo dia novo que começa.Eu suspiro e me viro para Camila, deitada ao meu lado, de costas para mim. Apoiei a cabeça na mão. Ela não me deu mais atenção depois de nossa conversa.O dia não foi perdido porque aproveitei o tempo em que ela ficou sem falar comigo, para ligar para Ricardo.Mesmo por telefone conseguimos resolver um pequeno problema em uma das entregas e ele me passou a chamada do pai das garotas.Só vou devolver as duas depois que ele cumprir a parte dele no nosso acordo. Ricardo vai cuidar disso.Eu poderia ter me imposto sobre ela, mas não quero que fique achando que nosso casamento vai ser apenas obrigações da parte dela.Camila tem uma mente muito particular. Apesar de fazer parte de meu mundo, da criação dos pais dela, ela não é muito ligada nos nossos costumes.Recebi também uma mensagem de minha mãe. Ela vol
Relembrar é inevitável
Parte 41...AlejandroRelembrar esse dia era péssimo pra mim, mas foi inevitável. Camila ainda está adormecida e ela nem faz ideia de que eu tive participação no ataque à sua família e que terminou com ela sendo ferida.Desci a mão até seu quadril e senti a pele um pouco mais grossa, no local onde ela tem a cicatriz do tiro. Puxo o ar. Isso me causa irritação e incômodo.Diego ainda está por aí e ele continua tão insano quanto antes. Mesmo agora, que seu grupo e seu poder de barganha é pequeno, ele ainda insiste em ter sua vingança.Só que eu não sabia que ele seria capaz de ferir uma criança como ele fez, apenas para causar dor a Hector, que dias depois, veio até mim para pedir ajuda.Só aí eu entendi que Diego tinha me usado pela arrogância que eu tinha em achar que sabia de tudo.Camila se tornou uma mulher muito bonita. Aliás, quando eu a vi pela primeira vez, foi como se uma nova oportunidade tivesse se aberto para mim. Mas ela não fazia ideia de que eu já a havia visto antes.Me
Eu não me importo
Parte 42...Alejandro— Adoro sua pele - corro a mão por sua bunda — É tão suave, macia... - aperto seu quadril de propósito. Sinto que fica tensa — O que foi? O que a incomoda agora?— Minha pele não é macia... - ela coloca a mão por cima da minha.— Eu não me importo com sua cicatriz, querida - encosto o nariz em seu cabelo — Eu disse à você antes... Não me importo que você manque... Não me importo que seja teimosa e nem quem tenha fugido de mim...Gosto como ela fica corada, envergonhada, com certeza. Não quero que se sinta tímida com seu corpo. Enfio os dedos em seu cabelo.— Por que não se importa?Meu coração bate acelerado. Gostaria de contar, mas não é hora ainda para isso. Quando tivermos mais tempo juntos, quando as coisas estiverem mais organizadas. Aí sim, posso falar.Eu a viro para mim e seguro sua nuca, a puxando para um beijo. Ela geme contra mim e abre os lábios, me deixando passar.— E por que eu deveria?O som de seu gemido doce passa por mim e chega ao meu pau, me
Um aviso surpresa
Parte 1...CamilaEu tinha acabado de chegar de uma consulta na clínica de sempre, mas era só uma rotina. Como minha perna estava me incomodado um pouco, eu achei melhor falar com o médico.Eu ainda sentia o eco das palavras do médico na consulta, enquanto o carro percorria as ruas que levavam de volta à nossa casa. A dor na perna era incômoda, mas suportável. O doutor, como sempre, reforçava que eu precisava manter os exercícios de fisioterapia. Às vezes, eu me perguntava se ele achava que eu era menos teimosa do que realmente sou.Eu só parei com a terapia, tempos atrás, porque não estava me incomodando. Acho que esses dias eu exagerei na natação.Assim que entrei na sala de estar, minha mãe estava sentada no sofá, bordando alguma peça de roupa como fazia quando queria distrair a mente. Ela ergueu os olhos e sorriu com ternura, mas não parou o bordado.— Como foi no médico, querida? - ela perguntou, sem desviar as mãos do trabalho.— Nada demais. Ele só reclamou da minha falta de p
Ouvindo atrás da porta
Parte 2...CamilaEu estava saindo da cozinha e ao passar em frente do escritório de meu pai, parei ao ouvir a voz de minha mãe.— Eu sei da importância desse acordo, meu marido... Mas você não acha que ela deveria poder escolher?— Escolher o quê, Valéria? - a voz de meu pai era seca — Nossa filha é aleijada.— Pelo amor de Deus, homem, não fale assim dela - encostei o ouvido na porta ao ouvir minha mãe retrucar — Camila não é aleijada.— E ela manca porque motivo, então? - ouvi um som forte, como uma cadeira sendo arrastada — É um charme dela?Ouvir aquilo me deixou triste. Meu pai nunca aceitou meu problema, que nem mesmo foi criado por mim. Aliás, se existe um culpado disso dentro dessa família, ele é quem deve se sentir assim. Eu fui uma vítima.— Por que você tem que ser frio dessa forma, Hector? Ela é sua filha. Sua única filha!O silêncio que se seguiu foi tão cortante quanto as palavras do meu pai. Encostei a mão na maçaneta, hesitando entre entrar e enfrentar aquela discussã
Último capítulo