Alejandro Albeniz O senhor Pedro tinha razão em tudo e me fez questionar o que que eu esperava do meu relacionamento com a Ximena. Se eu a desejava e queria que ela me levasse a sério, no mínimo, eu deveria estar completamente livre. Me acostumei à vida que eu e Catalina levávamos, algo meio aberto, ao menos da minha parte, nunca me senti preso a minha namorada, ela sempre foi o comodismo, a opção mais próxima, o que nunca foi justo com ela.Liguei para Catalina e disse que a buscaria na entrada da mansão. Dentro de casa, não daria para conversar, a privacidade era algo que não existia na propriedade Albeniz.Catalina entrou no carro, linda e sexy como sempre. Toda arrumada e esbanjando altruísmo, o que eu iria fazer não era legal. Aprendi com meu pai que casamento era um negócio e tinha isso em mente quando deixei o meu relacionamento com Catalina ir tão longe.Tinha tesão nela. Qual homem não teria? O problema é que não a amava e não poderia passar uma vida inteira a enganando e se
Ximena Valverde Eu concordava com os pensamentos do meu pai, não era legal Alejandro Albeniz ser noivo e ficar correndo atrás de mim, como fazia desde o dia que nos conhecemos. O que eu não concordava, foi a maneira com a qual o senhor Pedro achou de pôr seus pensamentos para fora. Eu ainda não era a pessoa independente que gostaria, mas era uma adulta de vinte e seis anos e se ele queria conversar, que fizesse isso comigo. Iria acalmar o coração do meu pai em dizer que entre Alejandro e eu não havia nada além de um início conturbado de uma amizade.Não iria dizer que algo dentro de mim me bloqueava toda vez que pretendia me afastar de vez do Alejandro, ao mesmo tempo, meus sentimentos de perda não me deixavam me aproximar dele. Eu estava vivendo um paradoxo, de certa forma, o fato de ele ter compromisso era mais um bloqueio para eu manter distância e meu pai estava mais do que certo, não devia ficar aceitando suas caronas e muito menos seus presentes. Mesmo que ele chegasse por aqu
Ximena Valverde Era oficialmente o meu primeiro dia de trabalho na Granafly. Iker me aguardava no saguão do prédio para subirmos juntos até o último andar. Apesar de ser um cara bastante legal, ele tinha um jeito expansivo que às vezes me deixava um pouco encabulada, como o fato de me cumprimentar beijando meu rosto. Isso me lembrava minha professora de yoga, ela era brasileira e disse que no país dela, esse tipo de cumprimento era muito comum. Nós subimos e ficamos sabendo pela secretária da presidência, que teríamos reunião com o CEO.Alejandro ainda não havia chegado, mas ficamos o aguardando na sala. 15 minutos depois, ele entrou na sala de reunião, exalando seu perfume cítrico e sua beleza masculina. Com terno preto e de cabelo molhado, penteado todo para trás. Alejandro estava um tanto sério, claro que no trabalho ele tinha uma postura mais fechada, entretanto, ele parecia chateado. Nos cumprimentou e sentou na cadeira de frente para nós. — Então, Pavel, tenho sua primeira m
Alejandro Albeniz Fazia minha análise on-line, pedia para a Raquel que só fosse interrompido em caso de urgência. Falei tarde demais, pois Catalina entrou na minha sala ao mesmo tempo que eu falava com a secretária pelo telefone. Solicitei a ela silêncio, enquanto conversava com a psicóloga, era apenas vinte minutos, mais como uma apresentação de nós dois afinando a relação profissional e paciente, para no outro dia começar o tratamento.Sendo invasiva, Catalina veio até a minha mesa e na frente da tela do notebook, me deu um beijo rápido na boca, dando tchauzinho para a psicóloga, que respondeu simpática, em seguida, sentou na cadeira disponível em frente à minha mesa e esperou o tempo da consulta. Eu a todo tempo me senti constrangido, ainda mais quando a senhora Elizabeth, induzida pelas ações de Catalina, falava para eu me apoiar na minha linda “namorada” para vencer as barreiras da minha mente.Finalmente, a consulta inicial com a senhora Elizabeth chegou ao fim e pude voltar mi
Ximena Valverde O que eu estava fazendo? Me arrumando toda para sair com um cara que dizia gostar de mim em um dia e no outro, pedia privacidade com a noiva que insistia em dizer que terminou.Ele era um cafajeste e eu uma idiota!Me apeguei ao fato do jantar executivo, mentindo para mim mesma, me deixando levar pela lorota de Alejandro Albeniz. Para falarmos de negócios, não seria necessário dirigir por uma hora até um restaurante resorts, romântico, bucólico e com três estrelas Michelin.Mesmo tendo consciência de que tudo era uma maneira, um óbvio pretexto de Alejandro para ficarmos sozinhos, eu não via a hora dele chegar.Meu coração disparou assim que ouvi a buzina ressoar lá fora. — Mãe, diz ao Alejandro que já estou saindo. — Abri levemente a porta do quarto, pedindo à minha mãe, que estava na sala.Só faltava passar meus documentos para a carteira de mão. Ao sair, na sala, minha mãe encheu o meu ego.— Filha, você está linda!Já o meu pai…— Jantar de negócios? Sei… — disse
Alejandro Albeniz O vestido não colaborava para minha sanidade, um decote me dando a visão dos seios que tinham o tamanho certo, caberiam certinho na minha boca. A peça marcava a cintura fina com a saia mais solta, onde eu queria enfiar a minha mão por debaixo. Não consegui largar sua boca e tinha que me segurar para não assustar a mulher com meus desejos libidinosos. O aroma doce que emanava dela, me deixava mais inebriado e tonto de tesão.— Vamos ficar. — afastei minha boca da dela. — O bangalô daqui tem uma piscina térmica super relaxante. — e foi assim que eu cortei o clima.— Vocês, homens, são engraçados. — Ximena me empurrou de leve, me afastando. — Não podem ver uma mulher, que já pensam em sexo.— Não é uma mulher, como se servisse qualquer uma, eu desejo você. Apenas você.— Me leva para casa, por favor. — ela falou ríspida. Dessa vez, nem mesmo minha voz sussurrada ao pé do seu ouvido teve o efeito esperado.Apertei o botão da chave, destravando as portas, em seguida, ela
Ximena Valverde A gente saiu do heliporto em clima de romance, estávamos indo para o carro, quando o homem de traços angelicais e de olhar frio nos pegou no flagra. Soltei a mão de Alejandro rapidamente, não queria trazer problemas a ele, afinal, ele terminou recentemente com a entojada. Sem concordar comigo, de maneira afrontosa, ele jogou o braço sobre o meu ombro, me abraçando.— Faz tempo que não te vejo, Beto, bom dia!— Dia. — o tal Beto respondeu sem expressão.— Como estão as coisas por aqui? — Alejandro questionou.— Não tem recebido os relatórios? — Sim, mas estou perguntando a você. Quero saber de você.— Está tudo bem, assim como diz os relatórios. — falou com seu jeito robótico e saiu.E assim que o irmão dele saiu do nosso campo de visão, tirei seu braço do meu ombro.— Não foi certo o que fez.— Não devemos nada a ninguém, não há do que nos esconder.— Estamos em território da Granafly, tratamento impessoal, lembra? — ergui as sobrancelhas.— Sim e não. — ele fez um m
Alejandro Albeniz Tudo o que eu queria era ter acordado, tomado um banho, ficado um pouco à toa e só ter saído de casa para ir para o aeroporto. No entanto, para eu me ausentar por dois dias, de uma sexta-feita a uma segunda-feira, tinha que deixar tudo organizado. Eu cheguei super atrasado ao Hangar, eram 11h15. Procurei Ximena por tudo quanto foi lugar, depois pedi o registro de entrada e soube que ela não havia chegado, estava mais atrasada do que eu. Peguei o telefone e ligaria para ela, quando percebi muitas chamadas não atendidas. Meu telefone estava no silencioso. A mais insistente era kalima, a gestora de RH. Retornei a chamada em seguida e, sem muita demora, ela atendeu. — Alô!— Oi, Kalima, tive que ir no banco autorizar uma movimentação, acabei deixando o aparelho no silencioso.— Senhor Alejandro, minha dúvida é só para saber se eu mando o Iker Pavel no lugar da Ximena ou não.— Como? Aconteceu alguma coisa com a Ximena? — eu estava mais perdido do que cego em tiroteio