DANNA PAOLA MADERO O homem de joelhos na minha frente baixou a cabeça e começou com beijos molhados nas minhas coxas e virilha. Agora eu sabia o que ele pretendia, não sou tão inocente ao ponto de não saber. Já li alguns romances em que o homem fazia isso na mulher. Só não pensei que um dia fosse acontecer comigo. Por isso o susto quando ele passou os braços fortes por baixo das minhas coxas me puxando para ficar na ponta da cadeira, com a intimidade muito perto do rosto dele. Necessariamente da boca dele. Senti vergonha por estar tão exposta. Meu rosto esquentou na hora. Dei um gritinho de susto. — O que você está fazendo? — pergunta retórica. A resposta dele foi bem clara. Sua língua quente e úmida entrar em contato com o núcleo molhado da excitação. Sem me segurar gemi baixinho. Um turbilhão de sentimentos rodava minha cabeça. Eu estava com medo, isso não fazia pa
DANNA PAOLA MADEROTudo bem. Doeu um pouco saber que ele só queria sexo. Nem sei se vou deixar chegar a esse ponto.Mas esse não é o plano? Droga! Onde eu quero chegar?Saber que ele é como todos os outros dá um gosto amargo à minha boca. Talvez isso seja bom, assim eu paro de criar expectativas maiores e idiotas.— Sempre aqui. — Dito isso, virei as costas e sai rapidamente do quartinho.Caminhei a passos rápidos para o banheiro, ainda sentindo o ponto entre minhas pernas dar leves espasmos de prazer depois do gozo recente. Mirei minha imagem no espelho: cabelo bagunçado e batom borrado. Limpei a boca com papel toalha e fiz o que pude com o cabelo. Verifiquei se a roupa estava certinha no lugar.Prendi mais uma vez os olhos no espelho e me concentrei em repetir um mantra para ver se conseguia manter meu foco: Você consegue. Você é forte e...— Diarreia? Me assustei ao ouvir a voz da mulher morena. Ela estava parada na porta
DANNA PAOLA MADERO Ele gargalhou e me fitou. Nossa diferença de altura era grande, os saltos pouco ajudavam. — Não se preocupe. Nunca me apaixonei. — Respondeu convicto. Fiquei um pouco surpresa. Nenhuma mulher nunca havia conseguido conquista-lo? Se ele resiste ao amor tanto assim, meu plano A não vai funcionar. Mas ainda não é hora de desistir. Pensei na luz do sol que não via há mais de seis meses, na liberdade que almejava. Então eu curvei os lábios em um sorriso e respondi. — O mesmo para mim. — Nunca me apaixonei, acho que não tive a chance, quando adolescente gostei sim de uns garotos, mas era tudo passageiro. — Quantos anos você tem? — Quis saber ao se encostar na parede me levando junto. Me observava com curiosidade. — 22. — Menti não sei por que, mas me pareceu viável na hora. Arregalou os olhos. — Tão nova e já nesse lugar... O que ele realmente quis dizer: tão nova e já é uma prostituta. Tentei não me abalar com isso. — Eu precisava do dinheiro. — Menti
DANNA PAOLA MADERO Mudando totalmente a expressão tímida para uma séria, abri a porta. — Nos vemos amanhã. Saí. Respirei fundo andando rápido pelo corredor para chegar logo ao salão principal. Vi Agnes de costas, sentada com seu costumeiro terno cinza, jogando, rodeada de homens. Subi as escadas para o segundo solo, me sentei perto do balcão. A bebida logo estava em mãos sem precisar de um pedido meu. Bebi um gole pequeno e fechei os olhos suspirando. Esse plano está me custando mais do que desejava. Não estou conseguindo manter meu coração longe disso. Fiquei ali por um tempo, até que um dos seguranças veio me chamar para se juntar com Agnes. E era justamente o John. — Senhora, a senhorita Agnes solicita sua presença na mesa de jogos. — Comunicou formalmente com um certo toque de ironia ao dizer "senhora". O barman fingia não olhar, mas eu sabia que observava tudo. Concordei com a cabeça e passei por ele fingindo indiferença. Podia sentir seus olhos queimando minh
DANNA PAOLA MADERO — Entra logo. — O segurança/porteiro resmungou impaciente me empurrando com a mão na minha costa. Obedeci, entrei e tirei os saltos. Me joguei na cama, bem cansada e com sono, dormi logo, até esqueci de tirar a maquiagem e a roupa. Acordei no outro dia com Agnes trazendo o almoço. Ela estava calada como da outra vez. Preferi não puxar assunto também, vai que ela use contra mim o que eu disser? As duas semanas que se passaram minha rotina diária era a igual, e ao mesmo tempo não era, se é que me entendem. Todas as noites como de costume eu tinha que ir ao salão acompanhar Agnes, voltava para o quarto e não saia de lá até a noite novamente. Olivia não apareceu mais, o que me faz questionar se ela realmente está viva. Eu sempre dava um jeito de fugir das vistas da minha guarda-costas e ia para o quartinho com o John. Porém estabelecemos dias diferentes, optando por alternar agora, dia sim, dia não. Não podíamos não levantar suspeitas desnecessárias cas
JOHN BACKER Ela estava brincando comigo. Queria me fazer de idiota. Talvez estivesse acostumada a enfeitiçar os homens e a convence-los a fazer o que ela quiser. Mas o que ela poderia querer de um pobre miserável como eu? Todas as vezes que nos encontrávamos, os beijos eram alucinantes, como nunca foi com nenhuma mulher, nem a mais experiente delas conseguiam mexer tanto comigo através de apenas um beijo. O problema é que nos últimos dias, passei a não saber mais diferenciar se o que eu sentia quando estava com ela eram coisas do coração ou do corpo, prefiro que seja do pau mesmo, caso contrário meu primeiro amor parecia ter um fim trágico. A moça era amante e prostituta do meu patrão, um homem rico e pelo que via, um criminoso disfarçado. Sobre ela não tinha certeza de nada, não se o que me fala é verdade, seu nome poderia não ser aquele, sua idade. Não sei nem mesmo onde ela mora! Essas coisas geralmente não deviam me importar, mas havia algo de muito errado comigo. C
DANNA PAOLA MADERO Por que me sentia tão abalada? Ele não me devia nada, não me enganou dizendo que eu era a única. Caminhei o mais rápido que podia com aqueles saltos altos e fui direto para meu cantinho que tinha um pouco de paz. Suspirei alto e encostei a cabeça na grade. Burra! — Paola? Me assustei e caí sentada em cima de um caixote velho de madeira. — Você se machucou? — John se aproximou com o senho franzido passando os olhos pelo meu corpo procurando algum machucado. Se aproximou para me ajudar a levantar, mas estiquei a mão para pará-lo. Ele tornou a se afastar com a expressão séria. — Não, está tudo bem. — Levantei sozinha e virei as costas preferindo olhar para a parede de tijolos vermelhos sem saber com que cara iria olha-lo ou o que falar. Ele claramente viu que eu estava o observando com aquela mulher e eu não conseguia disfarçar o que sentia agora. — O que faz aqui? — Resolvi quebrar o silêncio. — Precisamos conversar. — Seu tom era manso e rígido ao
DANNA PAOLA MADERO Se passaram um, dois, três dias, e até uma semana sem conseguir nenhum avanço, vaguei pelos corredores procurando com cuidado em cada canto para ver se algo poderia me ajudar. Porém não tinha nada de diferente desde quando procurei logo que saí daquele calabouço, que saí como louca por aí explorando, tentando descobrir uma forma de sair, só para depois descobrir que não havia saída. Passei todos esses dias mais triste que o normal. Mal sentia vontade de comer. John estava como disse: No mesmo lugar. Todos os dias nos víamos de longe. Ele sempre sustentava meu olhar, como se me chamasse. Mas eu por dignidade ou orgulho, não me movia para ir atras dele, apesar da saudade enorme que sentia. Sim. Senti saudades dele, dos nossos rápidos encontros, da mão quente me tocando... Segundo o que a Agnes disse, faltava apenas uma semana para o retorno de Paul. Se ele chegasse e eu ainda estivesse aqui, minhas chances diminuiriam em 90%, por isso eu precisava deixar tudo