18. SEM TEMPO

DANNA PAOLA MADERO

Naquela noite, não dormi mesmo. Tracei todo um plano na minha mente. Tudo já estava planejado, até mesmo o lugar que vou morar ao sair daqui.

Procurar meu pai e meu irmão estava fora de cogitação. Eles me venderam. E nunca mais vão saber de mim.

Já era dia, podia ouvir o canto tímido de alguns poucos pássaros ao longe sufocados pelas buzinas barulhentas de carros. Eu continuava sentada na poltrona de maneira confortável.

A porta foi aberta e uma mulher morena como eu passou por ela. Bastante alta, magra, cabelo crespo e curto, vestida com um terninho preto parecido com os seguranças daqui. A diferença era que a mesma usava saltos. Seu rosto era sério, sem resquícios de deboche como Olívia.

Sem dizer uma palavra ou dirigir o olhar a mim, andou até o criado mudo e deixou a bandeja que eu nem notei que a mesma segurava.

Por um momento pensei em atacar e
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