JOHN BACKER As lembranças claras da morena linda que eu via ali, invadiram minha mente, lembrei do beijo, das curvas lindas... Só posso estar ficando louco. O que estou fazendo parado aqui? De relance vi Dylan dirigindo um carro preto conversível. Estacionou em frente ao prédio. O que ele está fazendo aqui? Vi o Paul descer e depois Dylan. Pelo visto ele também é motorista do cara. Esperei meu chefe entrar na boate e desci do carro. — Dylan! — chamei de forma casual antes que o mesmo tomasse o caminho do outro. Ele imediatamente se virou e me reconheceu. — John! O que faz por aqui cara? Cheguei mais perto e olhei por cima do ombro dele, ainda vi as costas de Paul antes que sumisse porta a dentro. A boate estava fechada, não tinha ninguém nela durante o dia. Qual o motivo de ele vir aqui?
DANNA PAOLA MADERO Naquela noite, não dormi mesmo. Tracei todo um plano na minha mente. Tudo já estava planejado, até mesmo o lugar que vou morar ao sair daqui. Procurar meu pai e meu irmão estava fora de cogitação. Eles me venderam. E nunca mais vão saber de mim. Já era dia, podia ouvir o canto tímido de alguns poucos pássaros ao longe sufocados pelas buzinas barulhentas de carros. Eu continuava sentada na poltrona de maneira confortável. A porta foi aberta e uma mulher morena como eu passou por ela. Bastante alta, magra, cabelo crespo e curto, vestida com um terninho preto parecido com os seguranças daqui. A diferença era que a mesma usava saltos. Seu rosto era sério, sem resquícios de deboche como Olívia. Sem dizer uma palavra ou dirigir o olhar a mim, andou até o criado mudo e deixou a bandeja que eu nem notei que a mesma segurava. Por um momento pensei em atacar e
DANNA PAOLA MADERO A mulher morena que nem mesmo o nome quis me dizer, apareceu a noite com um vestido preto curto de camurça com correntinhas douradas de um lado, mostrando toda a lateral do meu corpo. Acompanhado de saltos igualmente pretos. A maquiagem eu mesma fiz, um esfumado escuro nos olhos, algumas camadas de base para cobrir a palidez e os hematomas do meu rosto, batom vermelho sangue. Para uma prostituta está linda. Saí do quarto decidida a começar o quanto antes meu plano. — O chefe vai se atrasar e deixou a ordem que vcê pode ficar na boate enquanto isso. — A morena disse. Melhor notícia que essa só a morte dele. Permaneci séria para não parecer suspeita, concordei com a cabeça e passei por ela indo rumo ao bar. Enquanto caminhava alguns dos homens me observavam, babando como se eu fosse um pedaço de carne e eles os cães que
DANNA PAOLA MADERO O homem de joelhos na minha frente baixou a cabeça e começou com beijos molhados nas minhas coxas e virilha. Agora eu sabia o que ele pretendia, não sou tão inocente ao ponto de não saber. Já li alguns romances em que o homem fazia isso na mulher. Só não pensei que um dia fosse acontecer comigo. Por isso o susto quando ele passou os braços fortes por baixo das minhas coxas me puxando para ficar na ponta da cadeira, com a intimidade muito perto do rosto dele. Necessariamente da boca dele. Senti vergonha por estar tão exposta. Meu rosto esquentou na hora. Dei um gritinho de susto. — O que você está fazendo? — pergunta retórica. A resposta dele foi bem clara. Sua língua quente e úmida entrar em contato com o núcleo molhado da excitação. Sem me segurar gemi baixinho. Um turbilhão de sentimentos rodava minha cabeça. Eu estava com medo, isso não fazia pa
DANNA PAOLA MADEROTudo bem. Doeu um pouco saber que ele só queria sexo. Nem sei se vou deixar chegar a esse ponto.Mas esse não é o plano? Droga! Onde eu quero chegar?Saber que ele é como todos os outros dá um gosto amargo à minha boca. Talvez isso seja bom, assim eu paro de criar expectativas maiores e idiotas.— Sempre aqui. — Dito isso, virei as costas e sai rapidamente do quartinho.Caminhei a passos rápidos para o banheiro, ainda sentindo o ponto entre minhas pernas dar leves espasmos de prazer depois do gozo recente. Mirei minha imagem no espelho: cabelo bagunçado e batom borrado. Limpei a boca com papel toalha e fiz o que pude com o cabelo. Verifiquei se a roupa estava certinha no lugar.Prendi mais uma vez os olhos no espelho e me concentrei em repetir um mantra para ver se conseguia manter meu foco: Você consegue. Você é forte e...— Diarreia? Me assustei ao ouvir a voz da mulher morena. Ela estava parada na porta
DANNA PAOLA MADERO Ele gargalhou e me fitou. Nossa diferença de altura era grande, os saltos pouco ajudavam. — Não se preocupe. Nunca me apaixonei. — Respondeu convicto. Fiquei um pouco surpresa. Nenhuma mulher nunca havia conseguido conquista-lo? Se ele resiste ao amor tanto assim, meu plano A não vai funcionar. Mas ainda não é hora de desistir. Pensei na luz do sol que não via há mais de seis meses, na liberdade que almejava. Então eu curvei os lábios em um sorriso e respondi. — O mesmo para mim. — Nunca me apaixonei, acho que não tive a chance, quando adolescente gostei sim de uns garotos, mas era tudo passageiro. — Quantos anos você tem? — Quis saber ao se encostar na parede me levando junto. Me observava com curiosidade. — 22. — Menti não sei por que, mas me pareceu viável na hora. Arregalou os olhos. — Tão nova e já nesse lugar... O que ele realmente quis dizer: tão nova e já é uma prostituta. Tentei não me abalar com isso. — Eu precisava do dinheiro. — Menti
"Dedico esse livro para aqueles que tiveram um amor que é como uma flor nascendo em meio aos espinhos." DANNA PAOLA MADERO 18 anos, é a idade dos sonhos de todos os jovens cheios de energia e coisas a realizar, e também era o meu caso. Meu aniversário havia sido comemorado pela minha família e amigos com uma grande festa há mais ou menos dois meses, foi a primeira vez que meu pai deixou que eu tomasse alguma bebida com álcool, confesso que depois do segundo copinho de tequila, eu já estava zonza e sorridente, mas que se dane, eu estava feliz! Aquele era o dia da minha formatura no ensino médio. Eu estava eufórica, em fevereiro do próximo ano, meu pai me mandaria para cursar administração em Harvard, nos Estados Unidos. Por isso meu inglês era impecável, mal via a hora de poder sair da minha cidade em que nasci, cresci e nunca tinha botado os pés para fora. Meu pai era maravilhoso comigo, arrisco dizer que o melhor do mundo, mesmo sendo um narcotraficante, o El Rey del trá
DANNA PAOLA MADERO Senti uma dor aguda na cabeça, e a escuridão vazia me tomou. Tenho certeza que tudo não passou de um ou dois minutos, mas eu me lembro dessa parte como se fosse um filme. Recobrei a consciência não sei quanto tempo depois parecendo que dormi por dias. Abri devagar os olhos. O corpo inteiro doída. Especialmente minha cabeça e intimidade que latejavam quase no mesmo ritmo. O frio se alojou em meus ossos e os pelos se arrepiaram. Percebi nesse momento que estava nua deitada no chão e com correntes pesadas e grosseiras nos pulsos e tornozelos. Olhei em volta com o coração batendo em câmera lenta. Por quê estou nua? Que lugar é esse? Por que minha intimidade dói tanto? A cabeça dava voltas sem chegar a uma clara conclusão. O lugar era pequeno, claustrofóbico e escuro, apenas parcialmente iluminado por uma luz que vinha de fora pelas frestas da porta fechada. Ai minha Santa Guadalupe que lugar é esse?! — Papi? Miguel? — a voz saiu como um ba