Mal a mensagem foi enviada e, um segundo depois, o WhatsApp exibiu a notificação:[Você foi removida do grupo.]Catarina congelou.— O quê?! — Sussurrou para si mesma, incrédula.Vítor... Tinha chutado ela do grupo?Quando finalmente processou o que havia acontecido, quase riu, não de diversão, mas de pura raiva.Ao seu lado esquerdo, Bianca foi a primeira a notar a mudança em sua expressão:— Catarina, você tá pálida... Tá se sentindo bem? — Perguntou, preocupada.Com a pergunta pairando no ar, os olhares de todos à mesa se voltaram automaticamente para ela.Catarina apertou o celular com força nas mãos. Depois, devagar, foi relaxando, respirando fundo para se recompor.Virou-se para Gustavo, o olhar frio, mas carregado de dúvidas:— Sr. Gustavo... Tenho uma pergunta. Só não sei se devo fazê-la.— Pergunte. — Afinal... Qual é a verdadeira relação entre a Juliana e o seu tio Bruno?Tudo o que ela sabia até então era uma história sólida e respeitável, Juliana havia sido noiva de Gustav
Mais uma... Outra mulher atraída pelo magnetismo perigoso de Bruno!O rosto de Catarina ficou imediatamente sombrio.Suas mãos se fecharam em punhos, os dedos quase cravando nas palmas.Ela sabia que homens como Bruno sempre atraíam pretendentes.Na época da escola, o armário dele vivia entupido de cartas de amor.Onde quer que ele fosse, sempre tinha alguém querendo se declarar.No começo, isso a deixava insegura.Mas, depois de vê-lo recusar tantas garotas, uma após a outra, ela aprendeu a ignorar.Se nem ela, com toda a sua beleza, inteligência e uma família impecável, conseguia abalar o coração dele, por que perder tempo sentindo ciúmes de mulheres inferiores?Catarina admirava a força.Em todos os seus vinte e seis anos, Bruno ocupava o primeiro lugar no seu coração.Ela só queria se casar com ele. Não existia outro.Chegou a tentar acelerar os estudos, fazendo provas para pular séries e, finalmente, estudar na mesma turma que Bruno.Mas, mal conseguiu passar nos exames, ele já ha
— Desculpa. — Murmurou Juliana, instintivamente.Bruno não respondeu.Tudo o que sentia era o perfume suave de Juliana, pairando no ar, envolvente e discreto, mexendo com seus sentidos.Seus olhos escureceram, e ele precisou baixar o olhar, tentando esconder a emoção repentina que ameaçava transbordar.A proximidade dos dois incendiou a raiva de Laura.Seu rosto se contorceu em fúria, os dedos se fecharam em punhos tão apertados que as unhas cravaram na pele sem que ela sequer notasse a dor.— Juliana, o que você está fazendo aqui?! — Disparou Laura, sem sequer tentar disfarçar a indignação.Juliana precisou conter o impulso de revirar os olhos.— Essa pergunta não deveria ser minha? Nós estamos jantando aqui. E você… O que faz parada na porta? Não sabia que a Srta. Laura tinha o hábito de escutar conversas atrás da porta.A última frase atingiu Laura em cheio, derrubando qualquer resquício de controle.Ela lançou um olhar fulminante para Juliana, os olhos brilhando de ódio.As informa
Juliana deu de cara com Catarina.O olhar da outra estava carregado de hostilidade, e sua expressão era a pior possível.Os olhos brilhavam com um ressentimento contido.Vítor arregalou os olhos, surpreso:— Catarina? O que você tá fazendo aqui?Ao ver o rosto inocente e bonito do irmão mais novo, Catarina sentiu um incômodo estranho crescer dentro dela.Respirou fundo, tentando reprimir a irritação, e respondeu com um tom frio, distante:— Aproveitei para jantar com a Bianca e outros.Depois disso, olhou para ele de novo e perguntou, com a voz baixa, mas exigente:— Eu te liguei. Por que você não atendeu?Ela não ousava questionar Bruno diretamente.Tinha medo de que qualquer deslize despertasse o desprezo dele.Apelo menos, até aquele momento, ela era a única mulher que conseguia permanecer ao lado de Bruno por tanto tempo.Ele nunca respondia suas mensagens… Mas também não a bloqueava.E isso, na cabeça dela, já queria dizer muita coisa.Significava que, no coração de Bruno, ela ain
Catarina deu um passo à frente.— Bruno… Mas ele virou-se para Juliana e, com a voz fria e distante, disse:— Srta. Juliana, eu e você não temos essa intimidade, não é mesmo?O tom era diferente de antes.Catarina percebeu imediatamente a impaciência nas palavras dele.Seu rosto ficou pálido na mesma hora.— Bruno… A gente se conhece há tanto tempo… Não precisa ser assim, por favor. — Murmurou ela, tentando manter a dignidade.Se fosse colocar tudo na ponta do lápis, desde a adolescência, ainda no ensino fundamental, quando começou a entender o que era o primeiro amor, ela já havia se apaixonado por ele.Desde então, carregava aquela certeza dentro do peito: um dia, seria a esposa de Bruno. A Sra. Mendes, elegante, respeitada, admirada.Quando era mais nova, chegou até a contar isso para a família.No começo, todos achavam fofo e apoiavam seu sonho.Mas, com o tempo, as coisas começaram a mudar.De repente, todos tentavam convencê-la a desistir.Diziam que havia muitos homens bons no
— Nunca! Nunca namoraram! O Bruno nem dá bola para Catarina! — Vítor se apressou em explicar, gesticulando com as mãos, nervoso, com medo de que Juliana tivesse entendido errado.Na verdade, ele mesmo quase nunca tinha visto Bruno e Catarina sozinhos.A última vez… Devia ter sido uns três ou quatro anos atrás.Naquele Réveillon, quando a família Moreira foi visitar a família Mendes para desejar feliz ano novo. Coincidentemente, Bruno também estava de volta ao país.Catarina, como sempre, toda animada, cheia de entusiasmo.Mas Bruno… Frio do começo ao fim.Ele nunca dava brecha.E quando recusava as investidas dela, fazia isso direto, cortante, sem enrolação.Na cabeça de Vítor, Bruno era um exemplo a ser seguido.Ele já tinha decidido: jamais seguiria o exemplo do irmão Thiago!Thiago… Sempre simpático com todas as mulheres, mas sem nunca se apegar a nenhuma.Na linguagem da internet, um verdadeiro ar-condicionado central: esparramava charme para todo lado.— Juliana, olha… Você pode d
Mas… Aquele era o Bruno.Juliana fixou o olhar nos olhos dele.Ele sustentou o olhar, firme, não havia nenhum traço de mentira ali.A última sombra de inquietação dentro dela desapareceu completamente.Bruno endireitou o corpo e, com elegância, abriu a porta do carro para ela:— Srta. Juliana, tá frio aqui fora. Vamos conversar no carro?O banco traseiro era espaçoso.Bruno sentou-se de frente para ela, as pernas longas levemente dobradas, com um notebook fino apoiado sobre os joelhos.Ele passou suavemente o dorso da mão no nariz e recolocou os óculos.A luz azulada da tela iluminava seu rosto, tornando impossível enxergar claramente seus olhos.Por alguns instantes, o único som no carro era o da respiração dos dois e o tec-tec suave das teclas sob os dedos ágeis de Bruno.Sem perceber, o olhar de Juliana pousou sobre ele.Pensamentos aleatórios começaram a surgir na mente dela… Imagens inesperadas… Até aquelas lembranças constrangedoras que ela tanto queria esquecer voltaram, uma a u
A voz baixa de Bruno soou sem emoção.Seu olhar permanecia fixo no lado de fora da janela.Seguindo a direção do olhar dele, Juliana notou um Maybach preto estacionado não muito longe dali.A placa especial deixava claro o status elevado de quem estava dentro do carro.Era o carro que Gustavo costumava usar.Juliana desviou o olhar, fria, desinteressada.Não sentia a menor curiosidade sobre o motivo de ele estar ali àquela hora da noite.Dentro do Maybach, Bianca estava sentada ao lado de Gustavo.Catarina e Helena não estavam mais lá. Depois que saíram do restaurante, cada uma seguiu seu caminho.Ainda sonolenta, Bianca esfregou os olhos.Ao perceber que não estavam indo para casa, o sono sumiu na hora.— Irmão… O que você veio fazer aqui? A mamãe mandou a gente voltar cedo… — Comentou, confusa.Ela olhou para o rosto sério do irmão, tentando adivinhar o que passava pela cabeça dele.Mas o olhar de Gustavo continuava fixo em um único ponto: o prédio bem à frente.Os olhos dele estavam