Ao ouvir aquelas palavras, Juliana ficou um tanto surpresa.Viviane, tomando a iniciativa de dizer algo assim? Pelo visto, dessa vez o golpe tinha sido realmente pesado.Mas, sinceramente, Juliana não sentia nem um pingo de culpa.Permaneceu em silêncio, apenas observando para ver como Gustavo reagiria.Afinal, Viviane sempre foi a queridinha dele, a mulher que ele mais prezava.Gustavo apenas lançou um olhar rápido para Viviane e, quando a palavra "tá bom" mal escapava de seus lábios, no instante seguinte, Viviane fechou os olhos de repente e tombou direto nos braços dele.Tudo aconteceu num piscar de olhos.Por puro reflexo, Gustavo a amparou, envolvendo-a com os braços.Juliana, ao ver aquela cena, entendeu tudo na hora e não conseguiu segurar a ironia:— Sr. Gustavo, o senhor é mesmo um homem fiel, hein? Toda aquela imagem de mulher doce, gentil e recatada que Viviane sempre cultivou tinha sido completamente destruída pelas provas que Juliana expôs.E agora, a atitude de Gustavo d
Ciente da fama e do jeito de Thiago, Bruno lançou um olhar de advertência para ele.Thiago imediatamente levantou as mãos em sinal de rendição, com um sorriso travesso, meio resignado.Por mais charmoso e descolado que fosse, até ele sabia a hora de recuar.O belo rosto de Thiago logo assumiu um toque de frustração contida.Ele, que até então ainda duvidava de algumas fofocas que circulavam nos bastidores sobre Bruno, agora vendo a cena ao vivo, precisava de mais provas?Bruno, o temido, o implacável, claramente tinha se rendido, e por causa daquela mulher.Não havia dúvidas: o clube dos maridos dominados pela esposa acabava de ganhar um integrante de peso.— Olá, eu sou a Juliana. — Ela se apresentou com naturalidade, a voz firme, educada e sem nenhum traço de afetação.Sua postura impecável transmitia elegância e segurança, sem o menor sinal de timidez.Nos olhos de Thiago brilhou, por um breve instante, um olhar de genuína admiração.— Prazer, Juliana. Eu sou o Thiago, o terceiro ir
O post que Juliana havia publicado estava impecável, claro, direto, organizado, repleto de provas e escrito de um jeito que qualquer um conseguiria entender.Thiago, no fundo, não sabia se era ele que andava sensível demais, mas sua intuição gritava algo que não conseguia ignorar: a família Rodrigues só podia tratar Juliana daquela forma porque, no fundo, sabiam que ela não era filha biológica deles.Quando colocou esse pensamento em palavras, Bruno apenas assentiu, sério, confirmando que também pensava o mesmo.Sem precisar de muitas palavras, os dois chegaram à mesma conclusão, em silêncio.Já dentro do carro, Thiago olhou de canto para Bruno e soltou, num tom mais leve, mas atento:— E aí? O que você vai fazer agora?Bruno tirou os óculos com uma das mãos, os cílios longos sombreando os olhos escuros, onde um brilho frio e perigoso se escondia.Sua voz saiu baixa, arrastada, mas tão carregada de fúria contida que o ar dentro do carro pareceu congelar:— Quem machucar a Ju... Não vai
Viviane ergueu o rosto pálido e encarou o irmão, os olhos cheios de uma inquietação impossível de esconder.— O que foi, Vivi? — Joaquim perguntou, suavizando o tom, mesmo com o coração cheio de mágoa e raiva. Ele se forçou a ter paciência com a irmã.Viviane apertou os dedos, respirou fundo e, com a voz embargada, finalmente falou:— Se vocês forem procurar a Ju... Para tentar fazer as pazes... Por mim, tudo bem. Afinal, ela conviveu com vocês por mais de vinte anos. Tudo o que ela postou foi pra me atacar, eu sei. A culpa de tudo isso é minha... Eu que arrastei a família Rodrigues pra esse buraco.Assim que terminou, não conseguiu segurar o nó na garganta.As lágrimas escorreram, deixando seus olhos ainda mais vermelhos, como os de um coelhinho assustado.Ela continuou, a voz tremenda:— Irmão, você precisa acreditar em mim... Eu nunca mandei ninguém atacar ela na internet, nunca! E... Eu nunca me meti no relacionamento dela com o Guto. Na faculdade, eu sempre fui grata por ele ter p
Ela já tinha até pensado no nome dos filhos que ainda nem existiam.Planejava cada detalhe de um futuro perfeito.Mas a realidade?A realidade veio como uma paulada na cabeça, sem dó nem piedade.Alexandre havia mudado.Começara a trair, sustentando uma universitária, e o jeito como tratava Maia agora era frio, distante, cheio de descaso e impaciência.Por mais apaixonado que o coração fosse, uma hora ele também cansa de apanhar.Quando Maia procurou Juliana, na verdade, era a última chance que pretendia dar a Alexandre.Mas, claro, ele não soube aproveitar.No fim, Viviane foi só o estopim daquela bomba, apanhou por estar no lugar errado, na hora errada. Um pouco injusto, talvez.Mas Maia não sentia nem um pouco de culpa.Afinal, ninguém ali era inocente.Na cabeça dela, aquilo foi quase fazer justiça com as próprias mãos, e, se ainda garantisse uns pontinhos de karma positivo, melhor ainda.No fundo, os fatos mostraram que ela estava certa.Perder um cafajeste e ganhar uma irmã para
Camila ficou completamente atônita com o esporro.Sentada ali, imóvel, demorou longos segundos para reagir, enquanto os olhos se enchiam de lágrimas, formando uma névoa que a fazia piscar sem parar.Seus ombros tremiam discretamente, e ela não sabia nem por onde começar a responder.Mas Maia, com o coração duro como pedra, não estava disposta a aliviar.— Prima...— Não me chama de prima! Eu não sou sua irmã! Para Maia, o que Camila estava fazendo já ultrapassava qualquer limite. Um relacionamento onde só um dá tudo e o outro só suga, ela não aceitava nem calada, nem fingindo.Um namoro em que ela bancava tudo enquanto o cara posava de coitadinho? Era o cúmulo do ridículo.— Ele tem dívida de casa e carro? E o que isso tem a ver com você, Camila?! Você acha que ele comprou essas coisas por sua causa? Acha que sem você ele não teria que pagar? Acorda, Camila! Ele comprou porque quer se casar, e quem vai morar lá pode ser QUALQUER UMA! Não precisa ser você!O sangue de Maia fervia, o c
Depois de escolher os pratos, Leonardo ainda teve a ousadia de completar, em um tom quase de reclamação disfarçada:— Mila, esse restaurante é bem caro, viu? Se a gente não se segurar, esse mês vamos ter que viver de pão e água.Maia não conseguiu segurar a risada sarcástica que escapou dos lábios, ecoando como um tapa na cara de todos ali.— Quem foi que te disse que toda mulher precisa fazer dieta? Hein? Você come às custas da minha prima, vive do dinheiro dela, e ainda tem coragem de vir dar lição aqui? Quem você pensa que é?As palavras dela foram afiadas como navalha, cortando o ar pesado que pairava sobre a mesa.O desprezo de Maia era tão claro, tão evidente, que o ambiente ficou imediatamente carregado de tensão.O silêncio se instalou de forma incômoda, sufocante.Camila, pálida, sussurrou num fio de voz:— Prima...Mas Leonardo, tentando bancar o protetor, segurou a mão dela com força, como se a defendesse do mundo, e respondeu com um tom de falsa calma:— Olha, prima, eu sou
Ao ouvir o nome de Gustavo, Juliana franziu levemente as sobrancelhas, por um breve instante.Logo depois, porém, seu rosto voltou à expressão serena de sempre.— E daí? — Disse ela, com um leve sorriso no canto dos lábios. — Vai ver a gente ainda ganha um bom espetáculo de graça.Afinal, o relacionamento dos dois estava longe de ser algo puro ou sincero.Pelo menos Viviane, disso Juliana sabia muito bem, tinha outro homem por aí.Naquele dia, ela, Bruno e Paulo tinham visto Viviane em um restaurante.A cena ainda estava viva na mente de Juliana:Viviane, encurralada contra a parede por um homem que a beijava com força.Nem a silhueta, nem o cabelo do sujeito tinham qualquer semelhança com Gustavo.Mas, pensando bem, o que Viviane fez nem podia ser chamado de traição.Afinal, ela e Gustavo nunca tinham oficializado nada.O que existia entre eles era aquele jogo de fica-não-fica, cheio de insinuações.Ela aproveitava os privilégios de um namoro, mas sem nenhuma responsabilidade.Podia a