Agora que eu estava voltando ao lar, parece que toda a ficha das últimas semanas finalmente havia caído. Quando coloquei os pés no ônibus, deixando tudo para trás, as lágrimas começaram a brotar.Sentia tanta dor, que parecia me sufocar de dentro pra fora.Todos os momentos que vivemos, as promessas que ele me fez...Nada fazia mais sentido, como se fosse outra realidade.Porque ele me humilhou dessa forma? Foi algum plano macabro por alguma coisa que fiz no passado? O pior foi abrir as mensagens e ver um aviso da Lary para eu não entrar em redes sociais.Mas eu ouvi? Claro que não.Estava estampado na grande mídia: ele feliz com outra.E os comentários então...Enxugo o rosto decidida a nunca mais me envolver com ninguém. Ser traída da primeira vez doeu de uma forma absurda, mas nem se comparava com o que eu sentia agora!Era dez vezes pior...Olhava pela janela a estrada passar de forma rápida.Sentindo me celular vibrar, sabia quem era, Melissa, minha irmã mais nova.Atendo o celu
Hoje acordei cedo antes das galinhas resolvendo adiantar alguns serviços na fazenda, embora não precisasse, já que Jeremy era eficiente assim como meu pai havia dito. O novo funcionário era prestativo, competente e diferente do que achava, muito legal; uma pessoa boa de se ter perto! Procurei manter meus dias tão ocupados com o trabalho, aproveitando a família e mantendo o máximo possível da mente ocupada, que passou-se dois meses num piscar de olhos. Não mantive muito contato com os amigos da cidade, optei por evitar ao máximo tudo que me ligasse a ele, mesmo que indiretamente e assim segui... As únicas que mantive perto foram as meninas e elas nunca mencionavam ele, como se o Theodore estivesse morrido naquele sequestro. Bom, era assim que eu procurava pensar... E ele parecia mesmo ter desaparecido para sempre da minha vida e de meus pensamentos... Minha mãe estava certa: nada que o tempo não curasse. Desço do cavalo após visitar a gado e o amarro na baia, lhe dando uma maçã
2 semanas depois... O tempo passou voando nessas semanas e o minhas cicatrizes já nem incomodavam mais. Ele faz a escolha dele e eu também seguia com as minhas. Vê-lo na TV, feliz e sorridente o amor da sua vida não machucava e tudo bem por mim... Iria em busca da felicidade, fazendo o que amo. Um dos motivos da crescente euforia chamava-se Jeremy. Nós estávamos mais próximos, sempre estavamos juntos no trabalho, íamos cavalgar, passear pela cidade ou simplesmente víamos o por do sol juntos, conversando sobre coisas simples. Ele era gentil, atencioso, maduro e transmitia serenidade que só senti uma vez há muito tempo. Então porquê não ficar cercada disso e me permitir apreciar os momentos bons? Era burrice não fazer, certo? Foi exatamente o que pensei quando decidi assar um bolo de milho e trazer pessoal até ele, no intuito de retribuir tudo que Jeremy vinha fazendo por mim! Fico a espera após bater duas vezes na porta. — Já vou! — ouço a voz dele, do outro lado. Fico
Estava uma manhã quente de primavera, acordo mais cedo que o normal e resolvo dar uma volta pela fazenda, não iria muito longe, só até os estábulos. Ao chegar me deparo com uma cena digna de novela mexicana, Jeremy estava colocando feno no cocho dos cavalos, o que já é seu habitual, porém… Não usava nada além do jeans surrado, botas e chapéu. Meus olhos escanearam seu corpo, sem pudor, e precisei umedecer os lábio, ele era um homem gostoso, não tinha outra palavra que o descrevesse. — Muito cansado? — questiono ao reparar no suor escorrendo por seu peitoral. — Oi Jéssica! Dormiu bem? — pergunta sorrindo. Retribuo o gesto, balançando a cabeça em afirmação, respondendo a sua pergunta. — Que bom! Não estou cansado, mas se quiser me ajudar não vou ficar bravo! Sem responder, amarro o cabelo e começo a ajudar pegando os fenos menores, colocando-os no lugar. — Dois terminam mais rápido que um! — Com certeza! Se bem que você seria uma distração! — diz simplista, me olhando de cima a
Não sei ao certo quanto tempo fiquei lendo, nem em que momento adormeci, mas quando tornei a abrir os olhos estava escuro no quarto. Olho ao redor confusa, vendo meu notebook aceso com uma ligação por vídeo. Levanto arrumando os cabelos e me arrasto até a banquinha de estudos, sentando na cadeira e atendo. — Oie!!! – Um rosto familiar aparece no vídeo, acenando. — Meninas vem, ela atendeu! Jackie e Maria aparecem também; a mais velha do grupo segurando sua pequena. — Oi! Nossa como ela cresceu! Parece que foi ontem que você tava grávida! — digo olhando para Antonella. — Sim o tempo voa! Ontem Dean surtou porque ela disse papa! Eu só não digo que é coisa da cabeça dele, porque ouvi também! — ela conta rindo. — Nós ligamos pra saber como você está, Jéssica! — Lary sorri através da tela. — Isso mesmo, estávamos pensando em você! — Maria completa. Eu sabia que o motivo da ligação era saber sobre mim após a notícia do casamento e não poderia me sentir mais grata. — Obrigada men
Abro os olhos lentamente me acostumando com a claridade entrando pela janela e passo as mãos no colchão, lembrando da noite anterior, sem muito sono envolvido. Foi tudo tão natural e intenso... Definitivamente inesquecível. Sorrio mordendo o lábio e sento devagar, passando as mãos nos meus cabelos desarrumados. — Jeremy? Não ouço sua resposta, mas não tenho tempo de me preocupar, pois vejo-o abrir a porta, trazendo uma bandeja com café da manhã. — Ah, você já acordou... Eu queria ter despertado a Bela Adormecida, com um beijo! — diz em tom de brincadeira. — O sol me despertou... — sorrio me espreguiçando. — Hm...café na cama? — Sim! Imaginei que estivesse cansada... — ele ri. — Você não me deixou dormir muito! — Sorrio se jogando na cama macia. — Obrigado pela gentileza — Por nada minha linda! — ele sorri, sentando na cama. — As panquecas queimaram, por isso trouxe pão, geleia e café! — ele ri, envergonhado. — Eu amo panquecas ao ponto pra mal! — Dou um sorriso angelical e
Após o almoço, meu pai fez questão de conversar a "sós" com Jeremy, então aproveitei para lavar andar com Jenny pela fazenda, mostrando alguns lugares a ela. Estávamos no rio abaixo próximo das plantações de maçã, sentadas nas pedras olhando a água cristalina. — Então, o que achou do almoço? — Ah, eu adoro massa... Então... — diz rindo. Jasmim era uma prima próxima minha, quase uma irmã e sempre que nos visitava, aproveitava para contar todas as novidades acumuladas pela distância. — Então, como vai a vida J? — Está bem... Acho que agora eu desencalho! — diz rindo e me mostra o anel de compromisso. Tapo a boca em choque vendo a jóia. — Que maravilha, Jasmim! — abraço ela. — Meus parabéns! Desejo que seja muito feliz com o felizardo! — sorrio. — Me conta tudo, quero saber detalhes! — Ah... Ele fez o pedido durante o pôr do sol, no parque onde tivemos nosso primeiro encontro... — conta com um sorriso, e posso notar seus olhos brilhando. — Ah, parece a sensação mais linda do mu
— Sabe, no começo eu achei que sim, mas hoje sei lá... — dou de ombros olhando o copo vazio. — Jasmim, espero que seja feliz e nunca sofra por amor! — Obrigada! E eu torço pra que você e o agroboy, sejam felizes! — diz erguendo o copo, numa espécie de brinde antes de entornar o líquido. Sorrio e brindo com ela. — Ao futuro! E pelo motorista que virá nos buscar pois eu tou muito bêbada!! — Manda mensagem... Porque se ligar ele não vai te entender... — ela diz rindo. — Mas primeiro... — Fico de pé. — Ei, essa moça aqui vai casar óh!! — Grito chamando a atenção dos presentes que batem palma e logo uma música animada começa a tocar. — Vai Jasmim solta seus frangos!! A mais nova dá uma gargalhada, quase caindo da cadeira. — Num cai não diaba! — Levanto tombando e pego o celular tirando uma foto dela. — Essa vai pra memória! — Aish! Deixa de ser chata... Já ligou pro bonitão vir nos buscar? — Não! — digo com a voz meio lenta e pego o celular mandando uma mensagem. — Espero… Que el