Estava uma manhã quente de primavera, acordo mais cedo que o normal e resolvo dar uma volta pela fazenda, não iria muito longe, só até os estábulos. Ao chegar me deparo com uma cena digna de novela mexicana, Jeremy estava colocando feno no cocho dos cavalos, o que já é seu habitual, porém… Não usava nada além do jeans surrado, botas e chapéu. Meus olhos escanearam seu corpo, sem pudor, e precisei umedecer os lábio, ele era um homem gostoso, não tinha outra palavra que o descrevesse. — Muito cansado? — questiono ao reparar no suor escorrendo por seu peitoral. — Oi Jéssica! Dormiu bem? — pergunta sorrindo. Retribuo o gesto, balançando a cabeça em afirmação, respondendo a sua pergunta. — Que bom! Não estou cansado, mas se quiser me ajudar não vou ficar bravo! Sem responder, amarro o cabelo e começo a ajudar pegando os fenos menores, colocando-os no lugar. — Dois terminam mais rápido que um! — Com certeza! Se bem que você seria uma distração! — diz simplista, me olhando de cima a
Não sei ao certo quanto tempo fiquei lendo, nem em que momento adormeci, mas quando tornei a abrir os olhos estava escuro no quarto. Olho ao redor confusa, vendo meu notebook aceso com uma ligação por vídeo. Levanto arrumando os cabelos e me arrasto até a banquinha de estudos, sentando na cadeira e atendo. — Oie!!! – Um rosto familiar aparece no vídeo, acenando. — Meninas vem, ela atendeu! Jackie e Maria aparecem também; a mais velha do grupo segurando sua pequena. — Oi! Nossa como ela cresceu! Parece que foi ontem que você tava grávida! — digo olhando para Antonella. — Sim o tempo voa! Ontem Dean surtou porque ela disse papa! Eu só não digo que é coisa da cabeça dele, porque ouvi também! — ela conta rindo. — Nós ligamos pra saber como você está, Jéssica! — Lary sorri através da tela. — Isso mesmo, estávamos pensando em você! — Maria completa. Eu sabia que o motivo da ligação era saber sobre mim após a notícia do casamento e não poderia me sentir mais grata. — Obrigada men
Abro os olhos lentamente me acostumando com a claridade entrando pela janela e passo as mãos no colchão, lembrando da noite anterior, sem muito sono envolvido. Foi tudo tão natural e intenso... Definitivamente inesquecível. Sorrio mordendo o lábio e sento devagar, passando as mãos nos meus cabelos desarrumados. — Jeremy? Não ouço sua resposta, mas não tenho tempo de me preocupar, pois vejo-o abrir a porta, trazendo uma bandeja com café da manhã. — Ah, você já acordou... Eu queria ter despertado a Bela Adormecida, com um beijo! — diz em tom de brincadeira. — O sol me despertou... — sorrio me espreguiçando. — Hm...café na cama? — Sim! Imaginei que estivesse cansada... — ele ri. — Você não me deixou dormir muito! — Sorrio se jogando na cama macia. — Obrigado pela gentileza — Por nada minha linda! — ele sorri, sentando na cama. — As panquecas queimaram, por isso trouxe pão, geleia e café! — ele ri, envergonhado. — Eu amo panquecas ao ponto pra mal! — Dou um sorriso angelical e
Após o almoço, meu pai fez questão de conversar a "sós" com Jeremy, então aproveitei para lavar andar com Jenny pela fazenda, mostrando alguns lugares a ela. Estávamos no rio abaixo próximo das plantações de maçã, sentadas nas pedras olhando a água cristalina. — Então, o que achou do almoço? — Ah, eu adoro massa... Então... — diz rindo. Jasmim era uma prima próxima minha, quase uma irmã e sempre que nos visitava, aproveitava para contar todas as novidades acumuladas pela distância. — Então, como vai a vida J? — Está bem... Acho que agora eu desencalho! — diz rindo e me mostra o anel de compromisso. Tapo a boca em choque vendo a jóia. — Que maravilha, Jasmim! — abraço ela. — Meus parabéns! Desejo que seja muito feliz com o felizardo! — sorrio. — Me conta tudo, quero saber detalhes! — Ah... Ele fez o pedido durante o pôr do sol, no parque onde tivemos nosso primeiro encontro... — conta com um sorriso, e posso notar seus olhos brilhando. — Ah, parece a sensação mais linda do mu
— Sabe, no começo eu achei que sim, mas hoje sei lá... — dou de ombros olhando o copo vazio. — Jasmim, espero que seja feliz e nunca sofra por amor! — Obrigada! E eu torço pra que você e o agroboy, sejam felizes! — diz erguendo o copo, numa espécie de brinde antes de entornar o líquido. Sorrio e brindo com ela. — Ao futuro! E pelo motorista que virá nos buscar pois eu tou muito bêbada!! — Manda mensagem... Porque se ligar ele não vai te entender... — ela diz rindo. — Mas primeiro... — Fico de pé. — Ei, essa moça aqui vai casar óh!! — Grito chamando a atenção dos presentes que batem palma e logo uma música animada começa a tocar. — Vai Jasmim solta seus frangos!! A mais nova dá uma gargalhada, quase caindo da cadeira. — Num cai não diaba! — Levanto tombando e pego o celular tirando uma foto dela. — Essa vai pra memória! — Aish! Deixa de ser chata... Já ligou pro bonitão vir nos buscar? — Não! — digo com a voz meio lenta e pego o celular mandando uma mensagem. — Espero… Que el
Os meses passaram voando e assim como os dias viraram meses, lentamente me enrolei nas mudanças imperceptíveis inicialmente, gigantes agora. Melissa finalmente se formou em uma cerimônia linda e emocionante onde nossos pais choraram até secar! Eu claro, tirei várias fotos constrangedoras dela, cheia de orgulho da minha menina! Minhas amigas deram à luz aos seus filhos, a Maria teve uma linda menina e já a Lary, um menininho a cara do pai! Infelizmente não pude vê-las devido ao trabalho, mas estava na lista. Minha amizade com a Jacke permanecia firme e forte e nos falávamos regularmente por videochamada; sua menina até me chamou de titia! Ah, ganhei meu dia quando ouvi a primeira vez! Jasmim casou finalmente, realizando seu sonho e eu não podia estar mais feliz por ela. E eu... Bem, meu coração seguia curando aos pouquinhos, o amor pelo Theodore foi esfriando até finalmente adormecer no meu peito... Depois de todo esse tempo, ele parecia uma lembrança turva e distante! Plan
2 dias depois, após as comemorações eufóricas com minha família, era hora da parte mais delicada: contar aos pais do Jeremy sobre nosso casamento. E era exatamente isso que estávamos fazendo, esperando. Mais especificamente, seu pai, que sempre nos evitava dando desculpas esfarrapadas como a do almoço. O lado bom e incrível nisso tudo, era que a mãe de Jeremy estava em um dos seus raros momentos lúcidos, causando choro e comoção por parte dos filhos e minha também, afinal para ela era a primeira vez nos vendo! Felizmente minha sogra gostou de mim, e disse que ficava feliz por Jeremy ter encontrado alguém que o fazia sorrir. — Sim mamãe! Ela é o motivo dos meus sorrisos a muito tempo! — ele diz olhando para mim, sorri envergonhada. — O que a senhora acha? — mostro a ela o que fazia, numa tentativa de mudar de assunto. — Está muito bom Jéssica! — ela aprova meu bordado, nós duas estávamos aproveitando a companhia uma da outra na mesa. — Quando me der netos, ensine a eles também!
Os dias seguintes ao falecimento do meu sogro foram difíceis, Jeremy não tocava no assunto, mas eu sabia que ele se sentia culpado, mesmo não sendo, seu pai já vinha sofrendo de arritmia havia um tempo e deveria estar se tratando com um cardiologista, entretanto não estava… Joseph disse que não tentou fazer a ressuscitação pois havia sido um pedido do senhor Reed, que o deixassem partir quando fosse a sua hora. Eu me mantive calada, não me sentia no direito de dizer nada, por mais que Jeremy fosse discordar, aquela não era a minha família, tudo o que eu poderia fazer era dar todo o apoio que ele precisava. Decidimos esperar um ano até iniciarmos os preparativos do casamento e seis meses depois… Aqui estava eu, diante do espelho olhando meu vestido branco de tule rendado com o véu acima dos meus cabelos soltos; bordado especialmente pela minha sogra que em seus momentos de lucidez, lembrava do casamento do filho. Ela não conseguiu bordar tudo, mas somente o véu foi suficiente pra m