Após o almoço, meu pai fez questão de conversar a "sós" com Jeremy, então aproveitei para lavar andar com Jenny pela fazenda, mostrando alguns lugares a ela. Estávamos no rio abaixo próximo das plantações de maçã, sentadas nas pedras olhando a água cristalina. — Então, o que achou do almoço? — Ah, eu adoro massa... Então... — diz rindo. Jasmim era uma prima próxima minha, quase uma irmã e sempre que nos visitava, aproveitava para contar todas as novidades acumuladas pela distância. — Então, como vai a vida J? — Está bem... Acho que agora eu desencalho! — diz rindo e me mostra o anel de compromisso. Tapo a boca em choque vendo a jóia. — Que maravilha, Jasmim! — abraço ela. — Meus parabéns! Desejo que seja muito feliz com o felizardo! — sorrio. — Me conta tudo, quero saber detalhes! — Ah... Ele fez o pedido durante o pôr do sol, no parque onde tivemos nosso primeiro encontro... — conta com um sorriso, e posso notar seus olhos brilhando. — Ah, parece a sensação mais linda do mu
— Sabe, no começo eu achei que sim, mas hoje sei lá... — dou de ombros olhando o copo vazio. — Jasmim, espero que seja feliz e nunca sofra por amor! — Obrigada! E eu torço pra que você e o agroboy, sejam felizes! — diz erguendo o copo, numa espécie de brinde antes de entornar o líquido. Sorrio e brindo com ela. — Ao futuro! E pelo motorista que virá nos buscar pois eu tou muito bêbada!! — Manda mensagem... Porque se ligar ele não vai te entender... — ela diz rindo. — Mas primeiro... — Fico de pé. — Ei, essa moça aqui vai casar óh!! — Grito chamando a atenção dos presentes que batem palma e logo uma música animada começa a tocar. — Vai Jasmim solta seus frangos!! A mais nova dá uma gargalhada, quase caindo da cadeira. — Num cai não diaba! — Levanto tombando e pego o celular tirando uma foto dela. — Essa vai pra memória! — Aish! Deixa de ser chata... Já ligou pro bonitão vir nos buscar? — Não! — digo com a voz meio lenta e pego o celular mandando uma mensagem. — Espero… Que el
Os meses passaram voando e assim como os dias viraram meses, lentamente me enrolei nas mudanças imperceptíveis inicialmente, gigantes agora. Melissa finalmente se formou em uma cerimônia linda e emocionante onde nossos pais choraram até secar! Eu claro, tirei várias fotos constrangedoras dela, cheia de orgulho da minha menina! Minhas amigas deram à luz aos seus filhos, a Maria teve uma linda menina e já a Lary, um menininho a cara do pai! Infelizmente não pude vê-las devido ao trabalho, mas estava na lista. Minha amizade com a Jacke permanecia firme e forte e nos falávamos regularmente por videochamada; sua menina até me chamou de titia! Ah, ganhei meu dia quando ouvi a primeira vez! Jasmim casou finalmente, realizando seu sonho e eu não podia estar mais feliz por ela. E eu... Bem, meu coração seguia curando aos pouquinhos, o amor pelo Theodore foi esfriando até finalmente adormecer no meu peito... Depois de todo esse tempo, ele parecia uma lembrança turva e distante! Plan
2 dias depois, após as comemorações eufóricas com minha família, era hora da parte mais delicada: contar aos pais do Jeremy sobre nosso casamento. E era exatamente isso que estávamos fazendo, esperando. Mais especificamente, seu pai, que sempre nos evitava dando desculpas esfarrapadas como a do almoço. O lado bom e incrível nisso tudo, era que a mãe de Jeremy estava em um dos seus raros momentos lúcidos, causando choro e comoção por parte dos filhos e minha também, afinal para ela era a primeira vez nos vendo! Felizmente minha sogra gostou de mim, e disse que ficava feliz por Jeremy ter encontrado alguém que o fazia sorrir. — Sim mamãe! Ela é o motivo dos meus sorrisos a muito tempo! — ele diz olhando para mim, sorri envergonhada. — O que a senhora acha? — mostro a ela o que fazia, numa tentativa de mudar de assunto. — Está muito bom Jéssica! — ela aprova meu bordado, nós duas estávamos aproveitando a companhia uma da outra na mesa. — Quando me der netos, ensine a eles também!
Os dias seguintes ao falecimento do meu sogro foram difíceis, Jeremy não tocava no assunto, mas eu sabia que ele se sentia culpado, mesmo não sendo, seu pai já vinha sofrendo de arritmia havia um tempo e deveria estar se tratando com um cardiologista, entretanto não estava… Joseph disse que não tentou fazer a ressuscitação pois havia sido um pedido do senhor Reed, que o deixassem partir quando fosse a sua hora. Eu me mantive calada, não me sentia no direito de dizer nada, por mais que Jeremy fosse discordar, aquela não era a minha família, tudo o que eu poderia fazer era dar todo o apoio que ele precisava. Decidimos esperar um ano até iniciarmos os preparativos do casamento e seis meses depois… Aqui estava eu, diante do espelho olhando meu vestido branco de tule rendado com o véu acima dos meus cabelos soltos; bordado especialmente pela minha sogra que em seus momentos de lucidez, lembrava do casamento do filho. Ela não conseguiu bordar tudo, mas somente o véu foi suficiente pra m
Elas ficam ali comigo mais um pouco e depois de mais um abraço coletivo elas se despedem e seguem para os seus lugares. — Filha? Posso entrar? — a voz do meu pai ressoa. — Pode sim, pai! — Digo sem tirar os olhos do reflexo. Ele entra devagar. — Você está belíssima! — ele diz e percebo sua voz um pouco embargada. — Ah papai, sério? — Digo sorrindo, ignorando minhas próprias emoções. — O senhor está garboso! Deixe-me vê-lo de terno! Ele se aproxima de mim, e vejo ele se segurando para não chorar. — Perfeito... — Acaricio o rosto do mais velho carinhosamente. — Não me deixe cair, bonitão... — Jamais minha querida! — ele dá um beijo na minha testa. — Estou pronta. — engato meu braço no dele sorrindo. — Vamos lá me casar, pai. — Quando foi que você cresceu? — ele toca no meu rosto. — Parece que foi ontem que você era um bebezinho saindo da maternidade... Com dois quilos e novecentos gramas, medindo 46 centímetros... — As vezes me pergunto isso também, pai... — encosto a cabeça
Theodore Smith Enquanto estava de pé no dossel florido, impedindo a mulher que amo de casar com outro, me perguntava como minha vida chegou nessa situação de merda; deplorável e morta. Sim, eu era um fantasma agora, um morto vivo. Preso, mas livre, escondido enquanto outro tomava minha vida, bens e tudo que me era querido.... Bom, não tudo, pois a parte principal ele deixou ir embora e agora eu a via usar branco, véu e grinalda; seus olhos me encarando, confusos, cheios de raiva, rancor, tristeza e principalmente dor. Podia ver cada traço presente no rosto perfeito dela... E a resposta para a primeira pergunta? Bem, começou a meses atrás, mais especificamente com o sequestro fajuto, prelúdio de um plano maior que qualquer coisa; e essa era só a pontinha do iceberg! E a história é longa...Mais de dois anos antes... A porta é aberta e uma figura alta, ombros largos e cabelos curtos passa por ela; usava roupas simples como qualquer homem normal, mas algo chama minha atenção
Depois que saí da casa dela, andei em direção a fazenda dos meus pais, no tempo que estive fora não deixei de me preocupar com eles um só segundo. Não temia a reação não exatamente... Me preocupava em fazê-los ter um ataque do coração, fora isso eu sabia que seria bem recebido, mesmo depois do que o Claud fez com eles... Bato na porta após hesitar alguns segundos e respiro, fundo buscando coragem para recuperar tudo que foi arrancado de mim e não demora até a porta abrir com minha mãe parada na soleira já vestida para dormir. Mesmo com todos os maltratos que passou, o olhar dela brilha, sobressaindo toda tristeza e mágoa. — Theodore!? — ela leva à mão até a boca, surpresa. — Querido!? E… E... — Querida, quem é que...— meu pai aparece atrás dela e me encara. — Theodore Smith, em que podemos ajudar!? Ouvir meu nome ser dito daquela forma por meu pai, como se eu fosse um estranho, ou alguém que não fosse bem vindo, doeu mais do que eu teria imaginado. — Desculpa... Eu... Não sab