O resto da noite foi longa e mesmo com todo tempo perdido, conseguimos matar a saudades; minha mãe não me largava nem eu queria que ela fizesse! Pedi para me atualizar de tudo que rolou nesses quase três anos longe e pouca coisa mudou de fato, afinal o tempo passava rápido e assim como eu, eles nem ficaram alheios a maioria das coisas. Soube que Luck agora estava com a Jessica na fazenda e ela cuidava dele pois Claud se desfez do meu amiguinho como quem joga lixo fora. Mais um ódio pra lista interminável e outro motivo para me vingar daquele miserável! No dia seguinte acordei cedo, antes do sol e decidi caminhar, pensar, espairecer e colocar as ideias no lugar. Me ajudou bastante, pois agora sabia de onde começar: precisava ficar cara a cara com o Theo falso sem ninguém perto. Ele achava que eu estava morto e tenho certeza que os presentes que mandei como fio de cabelos meus, pedaços da roupa que usava no dia do sequestro e uma folha com minha assinatura tinha assustado ele!
A semana passou depressa, estava nervoso, havia estudado todas as músicas que estavam no setlist do show daquele final de semana. — Você vai conseguir meu filho! — meu pai me diz, tocando em meu braço. — Eu não cheguei até aqui em vão, não é? — Você merece o mundo meu menino… — minha mãe fala, sua voz embargada. — Sem chorar, mamãe… Eu vou voltar pra casa! Sempre volto, não é? — Sim… Mas eu queria você mais um pouco com a gente… Matar a saudade… — ela argumenta. — Nós criamos nosso filho pro mundo, querida! Deixe ele ir! No palco é o lugar dele! — meu pai diz e estende os braços pra ela. Vejo minha mãe abraçar o mais velho e sorrio. Não demora até a campainha tocar chamando nossa atenção Franzo o cenho e vou atender, me surpreendendo com quem estava à minha frente. — Hum?! Jessica? Minha ex namorada usava uma calça jeans, camisa de manga e um boné cobrindo o rosto. Ela sorri fechado arrumando a bolsa nas costas. — Vou com você...— dá de ombros. — Também faço parte dessa vi
Continuamos conversando durante a viagem, percebo que ela estava nervosa então a aconselho a tentar descansar um pouco. sim pouco para que eu a convencesse de que a chamaria se precisasse de alguma coisa. Não tarda para ela adormecer agarrada com o meu moletom que pegou no banco de trás. Após algumas horas, finalmente estacionei em uma pousada mais discreta e singela vendo que serviria perfeitamente para entrarmos sem chamar atenção. Penso em acordar minha companheira de estrada, mas decido deixá-la dormir, coloco um chapéu e moletom por baixo, seguindo para a recepção a fim de fazer a reserva de um quarto com duas camas de solteiro. Essa era a parte complicada, embora que no fundo eu estivesse adorando! Devido a alta temporada só tinha um quarto, vago com cama de casal disponível então era pegar ou largar! E eu peguei, óbvio! Volto ao fusca vendo que ela sequer se mexeu e sorrio decidindo como contar! — Jessica... Acorda… — digo ao abrir a porta. Ela abre os olhos lentamen
Minutos depois Jessica passa pela porta arrastando um carrinho de comida e eu rio me perguntando como ela conseguiu aquela proeza. — Disse que não queríamos ser incomodados então tcharam! Trouxe eu mesma! — Ahhh! Entendi... — rio soprado, levantando da cama. — Agora vamos atacar! — ela senta na cama abrindo as bandejas. — Passar horas comendo salgadinhos é desgastante, quero comida de verdade! — Nem me fale... — rio. Havia passado muitos dias comendo salgadinhos enquanto era "fugitivo". Ela abre as outras bandejas revelando alguns pratos tradicionais variados enquanto me serve. — Come, amor... — ela soa distraída. Sorrio ouvindo ela me chamar de amor. Sem conseguir me conter, seguro seu rosto entre as mãos e lhe dou um selinho demorado. Ela retribui ao meu selinho sentando em meu colo e sorri. — Sorte sua estar cansada e com fome... — Sorte a minha? Eu já diria que é azar... Mas cada um cada um... — dou mais um selinho nela. Ela se ajeita em meu colo com as pernas abraça
— Como estou? — pergunto me virando de frente pra ela. Estava usando uma camiseta branca, as mangas eram de tule, com babados na gola alta e por cima uma gargantilha, além da jaqueta de couro preta e calça jeans clara. Esse seria o figurino da noite, Nathan havia convencido meu "outro eu" a pedir duas peças de cada. — Hm… Meu advogado não me permite comentar... — ela sorri maliciosamente e se aproxima arrumando meu casaco. — Acho que não estou vestida adequadamente! — Hum?! Claro que está! — a olho de cima a baixo. — Claro que sem nada eu me agradaria mais, mas na vida não se pode ter tudo... — Resolveremos isso depois... — ela fica na ponta dos pés me dando um selinho e sorri. — em algumas horas terá sua vida de volta — Eu já tenho minha vida de volta! — seguro em sua cintura, olhando no fundo dos meus olhos. — Você é a minha vida Jessica! — Assim como você é a minha... — ela sorri acariciando meu rosto. — Por favor, eu faria tudo de novo e de novo... A puxo pra um beijo calmo
E depois de ter tudo tirado de mim, quase morrer e viver como completo foragido por quase 3 anos, ali estava eu diante do meu público, fazendo o que mais amava e bruscamente me impedido. No momento que entro no palco, vendo meus fãs distintos na multidão, me dei conta que senti falta deles, mas eles sequer notaram a diferença, tão enganados quanto eu. Encaro cada um dos meus melhores amigos e colegas de banda antes de subirmos ao palco e sorrio. — Hora de reconquistar o que me pertence! — Como nos velhos tempos! — Jimmy diz, dando uma piscada pra mim. Nos posicionamos atrás da cortina, antes que ela se abrisse virei pra trás. — Vamos começar com Love me again! — disse a eles. Eu sabia que não estava programado, e que era uma música inédita, mas queria que ela ouvisse... Havia escrito essa música quando estava escondido... Até gravei uma versão acústica... O som do mar ao fundo tinha dado uma vibe ótima. Olho de relance para o Backstage e vejo Jessica me olhando com um sorriso
Assim que ela saiu, visto a camiseta e amarro a jaqueta na cintura, a fim de disfarçar minha situação, então sigo para falar com a impressa. Enquanto andava pelo corredor, minha mente tentava imaginar o tipo de pergunta que fariam, e como deveria responder a elas. Chego na sala reservada com uma mesa grande e cadeiras para a imprensa e respiro fundo indo me acomodar… Dou um aceno com a cabeça para os seguranças que abrem as portas vendo os jornalistas credenciados entrarem. — Uma pergunta por vez, por favor... — peço educadamente. Uma repórter ergue a mão. — Gostaríamos de saber, primeiro, sobre sua recente declaração sobre ter desejo em carreira solo. — ela pergunta. — Como irá funcionar? — Na verdade seria um projeto paralelo, não tenho a intenção de deixar o Bulletproof tão cedo! Mas sendo sincero não sei se isso vai mesmo acontecer. — faço um um leve bico com os lábios, tentando demonstrar incerteza.
No dia seguinte, apesar de estar cansado pela noite não dormida, porém muito bem aproveitada; Jessica e eu seguimos para o apartamento onde Claud estava escondido a fim de darmos um ultimato nele. Ou ele mesmo contava, ou eu faria! Entro no quarto em silêncio e paro diante da figura decadente do meu eu fajuto, dormindo e babando no sofá, de boca aberta. Rolo os olhos e antes que eu mesmo o acorde, Jessica volta da cozinha com duas tampas de panela batendo uma nas outras.— ACORDA VAGABUNDO! Claud arregala os olhos, grita e cai de bunda no chão.Nego com a cabeça.— Deixa de ser frouxo! — digo depois de um suspiro.— Sua namorada é louca! — ele diz com a voz esganiçada. — Sorte sua que não acordei você com um balde de água, seu verme inútil... — Jessica cruza os braços. — Ou pior, com dois policiais prontos pra te levar!— Você não pode falar muito, sua esposa quis me bater!— Nem imagino o que e