— Como estou? — pergunto me virando de frente pra ela. Estava usando uma camiseta branca, as mangas eram de tule, com babados na gola alta e por cima uma gargantilha, além da jaqueta de couro preta e calça jeans clara. Esse seria o figurino da noite, Nathan havia convencido meu "outro eu" a pedir duas peças de cada. — Hm… Meu advogado não me permite comentar... — ela sorri maliciosamente e se aproxima arrumando meu casaco. — Acho que não estou vestida adequadamente! — Hum?! Claro que está! — a olho de cima a baixo. — Claro que sem nada eu me agradaria mais, mas na vida não se pode ter tudo... — Resolveremos isso depois... — ela fica na ponta dos pés me dando um selinho e sorri. — em algumas horas terá sua vida de volta — Eu já tenho minha vida de volta! — seguro em sua cintura, olhando no fundo dos meus olhos. — Você é a minha vida Jessica! — Assim como você é a minha... — ela sorri acariciando meu rosto. — Por favor, eu faria tudo de novo e de novo... A puxo pra um beijo calmo
E depois de ter tudo tirado de mim, quase morrer e viver como completo foragido por quase 3 anos, ali estava eu diante do meu público, fazendo o que mais amava e bruscamente me impedido. No momento que entro no palco, vendo meus fãs distintos na multidão, me dei conta que senti falta deles, mas eles sequer notaram a diferença, tão enganados quanto eu. Encaro cada um dos meus melhores amigos e colegas de banda antes de subirmos ao palco e sorrio. — Hora de reconquistar o que me pertence! — Como nos velhos tempos! — Jimmy diz, dando uma piscada pra mim. Nos posicionamos atrás da cortina, antes que ela se abrisse virei pra trás. — Vamos começar com Love me again! — disse a eles. Eu sabia que não estava programado, e que era uma música inédita, mas queria que ela ouvisse... Havia escrito essa música quando estava escondido... Até gravei uma versão acústica... O som do mar ao fundo tinha dado uma vibe ótima. Olho de relance para o Backstage e vejo Jessica me olhando com um sorriso
Assim que ela saiu, visto a camiseta e amarro a jaqueta na cintura, a fim de disfarçar minha situação, então sigo para falar com a impressa. Enquanto andava pelo corredor, minha mente tentava imaginar o tipo de pergunta que fariam, e como deveria responder a elas. Chego na sala reservada com uma mesa grande e cadeiras para a imprensa e respiro fundo indo me acomodar… Dou um aceno com a cabeça para os seguranças que abrem as portas vendo os jornalistas credenciados entrarem. — Uma pergunta por vez, por favor... — peço educadamente. Uma repórter ergue a mão. — Gostaríamos de saber, primeiro, sobre sua recente declaração sobre ter desejo em carreira solo. — ela pergunta. — Como irá funcionar? — Na verdade seria um projeto paralelo, não tenho a intenção de deixar o Bulletproof tão cedo! Mas sendo sincero não sei se isso vai mesmo acontecer. — faço um um leve bico com os lábios, tentando demonstrar incerteza.
No dia seguinte, apesar de estar cansado pela noite não dormida, porém muito bem aproveitada; Jessica e eu seguimos para o apartamento onde Claud estava escondido a fim de darmos um ultimato nele. Ou ele mesmo contava, ou eu faria! Entro no quarto em silêncio e paro diante da figura decadente do meu eu fajuto, dormindo e babando no sofá, de boca aberta. Rolo os olhos e antes que eu mesmo o acorde, Jessica volta da cozinha com duas tampas de panela batendo uma nas outras.— ACORDA VAGABUNDO! Claud arregala os olhos, grita e cai de bunda no chão.Nego com a cabeça.— Deixa de ser frouxo! — digo depois de um suspiro.— Sua namorada é louca! — ele diz com a voz esganiçada. — Sorte sua que não acordei você com um balde de água, seu verme inútil... — Jessica cruza os braços. — Ou pior, com dois policiais prontos pra te levar!— Você não pode falar muito, sua esposa quis me bater!— Nem imagino o que e
Claud olha a mulher com os olhos marejados cheio de sofrimento genuíno. — Eu… Eu vou… Eu vou me entregar, pagar o preço e seguir minha vida... — diz baixo. — Só mais uma coisa... A mídia anda especulando que você tá grávida... — digo olhando pra Soraya. Ela desvia o olhar, mas logo cruza os braços. — É verdade, estou sim! Mas não é seu… Dele! — Soraya... — Claud faz uma cara triste. — Você me traiu...? — Bom... Eu já imaginava que essa seria sua resposta! — encaro a loira.
— Eu escolhi errado enquanto era você… A Jessica é um mulherão...— diz ele sendo algemado. — Pera aí... Oh! — olho indignado pra ele. — Vai querer me talaricar na cara dura mesmo? — Foi só um comentário! — ele faz uma careta Jessica segura minha mão olhando Claud com dó — A gente vai te ajudar, tá? Vou levar comida pra você na cadeia, okay!? — E a Jackie vai falar com o juiz, você é réu primário, pode responder o processo em liberdade! — digo a ele. Os policiais seguram Claud pelo braço e si
Comecei o dia seguinte antes das nove e infelizmente algumas coisas precisavam ser feitas. A primeira delas era depor oficialmente, o que se tornava de certa maneira prova contra Claud, mas ajudaria nas investigações. Soraya foi contatada pela polícia também é obrigada a manter o bico calado sobretudo para sua segurança e das pessoas ao redor. O agente encarregado do caso não podia contar muito, mas segundo ele a caixa de pandora tinha sido aberta e as coisas eram bem mais sérias do que pareciam! Quanto a mim e Jessica, estávamos sob proteção enquanto a quadrilha era presa e tínhamos policiais a paisana 24 horas, seja em casa ou em tarefas com o grupo.— A primeira coisa que vou fazer quando tudo isso acabar é te levar pra casa de praia onde fiquei escondido! Acho que você vai amar! — digo quando deito na cama esperando por ela.Jessica sai do banheiro de cabelos molhados usando uma de minhas camisas e senta ao meu lado.
Um mês tinha passado desde a prisão de Claud e foi esse o pontapé que faltava para as investigações correrem. Acontece, que meu caso não foi um ato isolado e segundo a Jackie só em Nova York, surgiram denúncias anônimas de dois atores e cantores que passaram pelo mesmo e que infelizmente não tiveram a mesma sorte que eu. Tudo veio à tona quando o segurança de Claud foi pego tentando sair do país e foi só apertarem que ele contou tudo! Era um esquema mundial envolvendo todo tipo de gente e nunca foram pegos porque as vítimas eram mortas imediatamente.Dois dias atrás, após a notícia que um cantor famoso tinha sido vítima da quadrilha, as autoridades acharam melhor não revelar meu nome e eu concordei: quanto menos tumulto para mim e meus entes queridos melhor.Agora, finalmente podia sair de novo sem medo, mas com seguranças, afinal só uma parte da quadrilha havia sido presa.E Claud? Bom, ele ganhou o direito de liberdade condicional e estava