Recebi alta uns dias depois, fiquei por um mês na casa do Arthur, não tive coragem de sair de casa pra nada, nem mesmo pra ir à igreja, pelo menos não para “aquela” igreja, e eu queria distancia da casa onde morei com a Daniela, do bairro, de tudo ali.
Eu e a Danny, tínhamos resolvido colocar nossas economias numa única conta poupança, onde eu tinha depositado todos os meus direitos trabalhistas e ela os dela, ainda outras economias também, de modo que quando saí do hospital, o dinheiro ainda estava lá, e tinha rendido um pequeno juro, vendi minha moto, comprei um carro com um porta-malas amplo, juntei tudo o que era meu, me despedi do meu último amigo num triste abraço que demorou muito, chorei muito nessa hora, abraçado com ele olhando nos olhos eu não tinha coragem de falar nada. Seus pais que me conheciam muito bem não estavam lá, como o pai do Arthur trabalhava com turismo, estavam ambos na Flórida, Estados Unidos.
– Você ainda vai ser mui
Dessa vez não escolhi a cidade por acaso como da outra vez, eu havia conversado muito pela internet com uma moça chamada Ana Paula, falei de meu interesse em mudar de cidade e ela me sugeriu que experimentasse Valparaíso, ficava a uns cem quilômetros de distância da capital, não falei nem mesmo pra ela quando cheguei, decidi “me instalar” primeiro, então aluguei uma casa num conjunto cerca de quinze minutos de carro do centro, eu queria mesmo comprar alguma coisa, pois dessa vez eu estava vindo pra morar e durante os três anos em Lençóis guardei dinheiro pra dar pelo menos uma entrada num imóvel pra mim, mas preferi conhecer a cidade primeiro depois eu poderia escolher melhor. Depois da casa alugada, mobilhada e arrumada do meu jeito, saí de carro para encontrar a igreja e não demorou nem meia hora, percebi que eu ia gostar dali, parei o carro na frente da igreja, havia um rapaz de camiseta branca com uma mangueira regando o gramado da recepção, essa igreja não
No sábado minha nova amiga veio sentar-se ao meu lado na classe de estudos, me incomodou um pouco por que enquanto eu queria prestar a atenção ela conversava muito, mas eu também não queria ofendê-la, então tentei dar atenção a ela da forma mais discreta que pude mas depois de alguns minutos falando sobre o assunto da lição que estudávamos, mudei de assunto na hora: – Vi seus amigos cantando essa semana. – Ah foi? E aí, o que você achou? – Realmente você estava certa, eles são muito ruins mesmo, mas com alguns “ajustes” cantariam muito bem, eles tem vozes boas, parecem ser afinados, mas precisam de ensaios; pareceu-me que eles não ensaiam, ou se ensaiam não o fazem direito. – Eles ensaiam sim, e muito. Acho que não sabem nem ensaiar, né? – Talvez. – E você acha que pode fazer esses, “ajustes”? – Claro, é coisa simples, mas eu tenho métodos diferentes de trabalha
– Ok então – levantei-me do piano, peguei minha bolsa com meu computador e algumas partituras, eu já estava sabendo do ensaio pela Danda e por isso vim preparado, me preparei para ir embora, peguei a mão da Amanda, me aproximei da porta, mas antes de sair falei exclusivamente pra ele – Félix, escute uma coisa, acabei de chegar do interior e ainda não me comprometi com ninguém – eu não gostava muito de ficar falando o que eu era ou não era, o que eu sabia ou não sabia, mas diante da prepotência do Félix, era preciso – eu estudo música desde os dezoito anos, hoje tenho vinte e oito, eu sei que dez anos não é quase nada diante de outros que já vi por aí, mas esses “outros” estão ocupados demais pra ficarem “perdendo tempo” com quartetos – falei assim mesmo, fazendo gesto de aspas com os dedos indicador e m&
Certo dia eu estava perto da sala pastoral, num sábado a tarde com o Thiago e o Zec, esperando o Félix e o Maurício chegarem para o ensaio, era ainda umas duas e meia da tarde quando passou pela gente, a um metro e meio de distância uma moça baixa de cabelos liso ondulados compridos até o meio das costas, cintura fina, magra, pele branca bronzeada, quase morena clara, rostinho delicado, infantil, passou pela gente de cabeça baixa e se foi, não tive como não olhar pra ela, enquanto que os rapazes por sua vez notaram meu interesse: – Minha nossa quem é esse anjo, que garota mais linda – falei alto pra que ela ouvisse, mas é claro que ela nem se quer olhou pra trás. – algum de vocês conhece essa princesa, caramba que anjo! Acontece que nenhum dos dois respondeu, o Thiago me olhava com cara de quem já esperava por isso, já o Zec parecia estar se segurando pra não rir. – Que aconteceu, algum de vocês pode me explicar? – É que,
Não fiquei muito tempo ali sozinho, peguei a estrada que saía do camping e fui andar pela mata, logicamente isso era proibido, mas eu precisava sair dali a todo custo, eu queria descarregar minha raiva, se bem que eu não tinha tantos sentimentos assim pela Amanda, mesmo assim ela era MINHA namorada, me devia no mínimo respeito, acho que na verdade a gente estava era ficando só por ficar, ela por que me achou bonito, eu por que queria uma desculpa pra afastar a memória da Daniela da minha cabeça, eu sabia que nunca mais veria a Danny, e principalmente depois de ter tentado suicídio uma vez eu precisava afastar ela de minhas lembranças a todo custo, então acho que foi por isso que aceitei ficar com a maluquinha da Danda, mas agora que eu já começava novamente a perder os sono por causa de outra pessoa acho que as coisas entre eu e a Danda começavam a esfriar, daí os sumiços del
Na segunda-feira de manhã acordei cedo, tinha mais de trezentas pessoas arrumando suas malas para voltar a cidade, eu arrumei as minhas rapidamente, mas fiz tantos amigos naquela igreja que eu tinha o maior prazer em ajudar, cheguei até a me arrepender por não ter ido direto pra Valparaíso ao invés de ir pra San Marco Del Rey quando saí da casa do Cláudio e da Nemizza, mas logo depois me lembrei que se eu tivesse feito isso, não teria conhecido a Danny e o Arthur, acho que pra tudo tem seu tempo, apesar de que viver em Valparaíso com a Danny seria a melhor coisa do mundo, mas minha vida estava se rearranjando. Uma nova igreja que se importa com você pode fazer uma diferença enorme no psicológico de uma pessoa, e além dos `Mensageiros` eu tinha ótimos amigos ali, por isso fiquei desde as sete horas da manhã ajudando um e outro; a distância do camping até a cidade era mais de vinte quilômetros o que eu fiz bem umas três ou quatro vezes levando várias pessoas difer
Então eu peguei o queixo dela apenas com o dedo indicador e o médio e falei também no mesmo tom de voz dela: – Então me diz o que é que eu tenho que fazer pra te conquistar. – Mas você já conquistou. – Mas pra mim ainda não é suficiente, eu quero que você seja minha namorada, minha noiva, eu quero casar com você. Me diz o que é que eu tenho que fazer pra que você seja minha garota? – Você vai mesmo querer arriscar? – perguntou com o sorriso mais doce que ela tinha. – Vou, tenho certeza absoluta; o que é que eu preciso? – Léo, eu não sei – ela falou tomando minha mão – você era namorado da Amanda e ela é muito minha amiga, vocês terminaram a muito pouco tempo, eu me sentiria traindo ela, acho que ela tinha que ter a chance de pelo menos tentar voltar com você. – Acontece que ela não vai mais ter chance nenhuma, ela já teve as dela e não aproveitou. <
Acabava de começar uma nova temporada em minha vida, sempre acreditei que a vida da gente é feita de fases eu passei por uma fase ruim quando vivia com meus pais adotivos, depois foi outra fase que começou quando me expulsaram de casa e durou até o dia em que eu e a Danny começamos a namorar, depois ela foi arrancada de mim daquela forma violenta e eu iniciei outra fase de adaptação até o dia em que conheci a Bianca. Acredito que a vida de qualquer pessoa é dividida em fases, e que essas fases são determinadas ora por Deus, ora pela gente mesmo quando “nos metemos” em Seu caminho, Ele sempre dirige nossas vidas mas se formos rebeldes ou impulsivos demais, Ele nos permite que guiemos nossas próprias vidas, o que sempre termina em lágrimas e tristezas, e eu tinha passado aqueles três anos tentando descobrir onde foi que errei que me tiraram a minha preciosa Danny, o meu doce anjo de cabelos claros e olhar penetrante. Mas agora isso não mais ocupa