Acabava de começar uma nova temporada em minha vida, sempre acreditei que a vida da gente é feita de fases eu passei por uma fase ruim quando vivia com meus pais adotivos, depois foi outra fase que começou quando me expulsaram de casa e durou até o dia em que eu e a Danny começamos a namorar, depois ela foi arrancada de mim daquela forma violenta e eu iniciei outra fase de adaptação até o dia em que conheci a Bianca.
Acredito que a vida de qualquer pessoa é dividida em fases, e que essas fases são determinadas ora por Deus, ora pela gente mesmo quando “nos metemos” em Seu caminho, Ele sempre dirige nossas vidas mas se formos rebeldes ou impulsivos demais, Ele nos permite que guiemos nossas próprias vidas, o que sempre termina em lágrimas e tristezas, e eu tinha passado aqueles três anos tentando descobrir onde foi que errei que me tiraram a minha preciosa Danny, o meu doce anjo de cabelos claros e olhar penetrante.
Mas agora isso não mais ocupa
Eu havia alugado uma casa modesta num bairro não muito longe da igreja, eram três cômodos e um banheiro, uma pequena área de serviço aos fundos e uma pequena garagem na frente, vinte minutos depois de desligar o telefone, ouvi buzina de carro no portão, eu não queria acreditar que fosse o que eu imaginava ser, mas era, ela me enrolou direitinho pois o táxi parou na porta da minha casa, quase três e meia da manhã. – Eu não acredito no que eu estou vendo, não acredito mesmo, Bianca você não fez isso, me fala que 'tô sonhando. – eu falei com as duas mãos na cabeça, ainda de roupão andando na garagem em direção ao portão, onde ela estava na calçada em frente ao táxi que acabava de sair. – Eu te falei que estava com saudade, eu só queria te ver. – Então por que mandou o táxi embora? – Por que eu quero ficar um pouquinho – enrolou-se no meu pescoço e continuou tentando me convencer com sua voz doce e sorriso infantil
Isabelle devia ter um metro e sessenta e cinco de altura, tinha cabelos castanho claros, lisos e curtos no estilo de corte masculino, tinha a pele clara, era magra e também tinha os olhos claros, havia até uma certa semelhança entre nós de modo que alguns achavam que ela fosse “minha” prima, era tão bonita quanto audaciosa, e depois que descobriu o ciúme da Bianca, passou a provocar. Lembro-me do dia em que a Amanda trouxe-a na igreja pela primeira vez, após o culto jovem, estávamos reunidos eu, a Bia, o Thiago, A Jéssica, esposa do Zec, o Maurício e a Ana Paula, minha colega de piano, a qual eu conheci pela internet.– Pessoal, eu queria apresentar pra vocês uma pessoa muito especial pra mim, minha prima Isabelle.Tendo cumprimentado a todos, a garota olhou logo na minha cara e vez ou outra me encarava, as vezes séria, as vezes sorrindo, a Bianca
Uns dias depois eu estava com a Ana Paula perto do estacionamento quando a Isabelle chegou dos banheiros: – Oi gato, tudo bem? – Oi Isabelle, já não te falaram pra parar com essas brincadeirinhas? – Isabelle ele está falando sério, o Leonardo é comprometido e não é bom você ficar com essas brincadeirinhas. – Pois fique sabendo – aí ela enrolou o braço em volta do meu pescoço – que você está diante da futura esposa dele. – Isabelle chega! Agora é demais – saí me desvencilhando dela. – Ainda não percebeu que eu te amo? – nesse exato instante entra a Amanda e a Bianca vindas do salão de jovens mas se limitaram apenas a olhar. A Ana Paula dessa vez estava comigo e era testemunha de quem começou tudo. – Isabelle chega, você já brincou demais por hoje vamos embora – dizendo isso a Amanda pegou no braço da Isabelle e saiu puxando ela em direção à rua, mas a Isabelle pu
Passei praticamente a manhã toda ali, contando meu passado pra eles, que ouviam tudo horrorizados com tamanha crueldade, como poderia um ser humano aguentar tanta dor e ainda continuar vivo? Perguntavam.Falei dos nosso planos de mudar dali, da última tragédia que levou a Danny de mim, dos tiros, do Arthur, o único amigo que me sobrou.– E você ainda tem contato com ele? – perguntou o Thiago, quem olhava mais o motor da Belina.– Não, eu não consigo mais, ele entende isso, ele sabe que como esteve diretamente envolvido, eu não consigo mais olhar no rosto dele sem me lembrar de tudo o que aconteceu. Ele sabe como me encontrar, e eu sei como encontrá-lo, mas ele me respeita, ele sabe também que a dor que eu passei foi muito grande. Fiz um minuto de silêncio durante o qual a dona Lurdes aproveitou pra chamar o Thiago:– T
Eu achava que dessa vez nossa situação tinha se resolvido, não entendi bem por que depois de uma briga dessas ela me deixou sozinho na igreja, primeiro me apronta um escândalo, faz o maior teatro, depois vai embora e me deixa sozinho garantindo que está tudo bem, não entendi bem mas depois daquele dia ela nunca mais descolou de mim, se eu fosse ao banheiro, ela ficava na porta, se eu fosse ensaiar com os meninos não sairia de perto até ter certeza que a Isabelle estava bem longe dali. Ficamos assim por pelo menos uns dois meses. A Isabelle teve a dignidade de não falar mais comigo, um certo tempo depois do ocorrido, chegou o dia do aniversário da Amanda, ela fez uma pequena festinha em casa e chamou alguns amigos, foi num dia de Domingo, e entre tantas e tantas pessoas, é claro que no meio estava a Isabelle, a Bianca não descolava de mim nem pra ir ao banheiro, se eu fosse ela ficava na porta e se ela fosse me obrigava a ficar na porta, numa dessas ocasiões em q
Levantei-me de repente colocando-me entre ela e a mesa, encarando ela desafiadoramente, tentando recuperar o controle da situação: – Sente-se no seu lugar garota, agora. – Impossível, com esse anjo sedutor bem diante dos meus olhos – alisou meu rosto como ela sempre fazia. – Me solta isso está ficando perigoso. Segurei a mão dela. – Você me deve um beijo, a gente tá sozinho, fica tranquilo que ninguém vai saber de nada, prometo. – Eu não te devo nada Isabelle, para de me provocar, eu não sou de ferro. – tentei me afastar dela, mas novamente ela me puxou. – Ah então está funcionando. – Sente-se Isabelle, eu já disse que eu não sou de ferro. – E você acha que eu sou? Eu sou de ferro Leonardo? Eu tenho que ficar te olhando, todas as vezes, te desejando, sempre que eu te vejo, te querendo sempre e sempre e tendo que me conformar em ser só sua amiga? Você acha que E
Ela percebeu que era uma chance rara que batia à sua porta e precisava pensar rápido, mas parece que acabou se atrapalhando com as palavras: – Eu... Eu... Eu não sei... eu... eu não quero só um beijo, eu quero você. – Você não vai me ter, ENTENDA. – Então eu quero um filho seu. – Minha nossa, você enlouqueceu mesmo. – Você não precisa nem tocar em mim, tem clínicas que fazem isso hoje em dia, a gente não vai precisar nem se ver, aí eu te prometo que eu vou embora e nunca mais ponho os pés em Valparaíso, Você nunca mais vai me ver – agora ela chorava – eu juro Leozinho. – E vai embora levando um filho meu? – Ele nem vai precisar saber que você é o pai dele. – E você vai embora de Valparaíso? – Pra sempre. – Levando um filho meu? – Ninguém vai saber de nada, eu juro pela
A Isabelle me deu uma trégua pelos dias que se seguiram, depois a Bianca se acalmou, a Amanda me ajudou com minhas marcas no pescoço por eu ter colocado a mão em ninho de vespa, como ela vivia repetindo quando a gente ficava só, vinha ao meu apartamento quase todos os dias apenas pra ter certeza que as marcas da Isabelle estavam sumindo, ao mesmo tempo demos continuidade aos ensaios com os mensageiros.Às vezes fazíamos alguns ensaios na casa de algum componente, às vezes na casa do Zec quando ele sempre mandava sua família pra casa da sogra pra ficarmos a sós e mantermos a privacidade do quarteto, quando era na casa do Maurício, a avó dele nos entupia de bolinhos, doces, sucos e outras guloseimas antes é claro de nos deixar sozinhos, no Thiago não tinha tanto problema, a ordem do Nélson era expressa, a gente se trancava no quarto do Thiago ou nos fundos do quintal e não d