Uns dias depois eu estava com a Ana Paula perto do estacionamento quando a Isabelle chegou dos banheiros:
– Oi gato, tudo bem?
– Oi Isabelle, já não te falaram pra parar com essas brincadeirinhas?
– Isabelle ele está falando sério, o Leonardo é comprometido e não é bom você ficar com essas brincadeirinhas.
– Pois fique sabendo – aí ela enrolou o braço em volta do meu pescoço – que você está diante da futura esposa dele.
– Isabelle chega! Agora é demais – saí me desvencilhando dela.
– Ainda não percebeu que eu te amo? – nesse exato instante entra a Amanda e a Bianca vindas do salão de jovens mas se limitaram apenas a olhar. A Ana Paula dessa vez estava comigo e era testemunha de quem começou tudo.
– Isabelle chega, você já brincou demais por hoje vamos embora – dizendo isso a Amanda pegou no braço da Isabelle e saiu puxando ela em direção à rua, mas a Isabelle pu
Passei praticamente a manhã toda ali, contando meu passado pra eles, que ouviam tudo horrorizados com tamanha crueldade, como poderia um ser humano aguentar tanta dor e ainda continuar vivo? Perguntavam.Falei dos nosso planos de mudar dali, da última tragédia que levou a Danny de mim, dos tiros, do Arthur, o único amigo que me sobrou.– E você ainda tem contato com ele? – perguntou o Thiago, quem olhava mais o motor da Belina.– Não, eu não consigo mais, ele entende isso, ele sabe que como esteve diretamente envolvido, eu não consigo mais olhar no rosto dele sem me lembrar de tudo o que aconteceu. Ele sabe como me encontrar, e eu sei como encontrá-lo, mas ele me respeita, ele sabe também que a dor que eu passei foi muito grande. Fiz um minuto de silêncio durante o qual a dona Lurdes aproveitou pra chamar o Thiago:– T
Eu achava que dessa vez nossa situação tinha se resolvido, não entendi bem por que depois de uma briga dessas ela me deixou sozinho na igreja, primeiro me apronta um escândalo, faz o maior teatro, depois vai embora e me deixa sozinho garantindo que está tudo bem, não entendi bem mas depois daquele dia ela nunca mais descolou de mim, se eu fosse ao banheiro, ela ficava na porta, se eu fosse ensaiar com os meninos não sairia de perto até ter certeza que a Isabelle estava bem longe dali. Ficamos assim por pelo menos uns dois meses. A Isabelle teve a dignidade de não falar mais comigo, um certo tempo depois do ocorrido, chegou o dia do aniversário da Amanda, ela fez uma pequena festinha em casa e chamou alguns amigos, foi num dia de Domingo, e entre tantas e tantas pessoas, é claro que no meio estava a Isabelle, a Bianca não descolava de mim nem pra ir ao banheiro, se eu fosse ela ficava na porta e se ela fosse me obrigava a ficar na porta, numa dessas ocasiões em q
Levantei-me de repente colocando-me entre ela e a mesa, encarando ela desafiadoramente, tentando recuperar o controle da situação: – Sente-se no seu lugar garota, agora. – Impossível, com esse anjo sedutor bem diante dos meus olhos – alisou meu rosto como ela sempre fazia. – Me solta isso está ficando perigoso. Segurei a mão dela. – Você me deve um beijo, a gente tá sozinho, fica tranquilo que ninguém vai saber de nada, prometo. – Eu não te devo nada Isabelle, para de me provocar, eu não sou de ferro. – tentei me afastar dela, mas novamente ela me puxou. – Ah então está funcionando. – Sente-se Isabelle, eu já disse que eu não sou de ferro. – E você acha que eu sou? Eu sou de ferro Leonardo? Eu tenho que ficar te olhando, todas as vezes, te desejando, sempre que eu te vejo, te querendo sempre e sempre e tendo que me conformar em ser só sua amiga? Você acha que E
Ela percebeu que era uma chance rara que batia à sua porta e precisava pensar rápido, mas parece que acabou se atrapalhando com as palavras: – Eu... Eu... Eu não sei... eu... eu não quero só um beijo, eu quero você. – Você não vai me ter, ENTENDA. – Então eu quero um filho seu. – Minha nossa, você enlouqueceu mesmo. – Você não precisa nem tocar em mim, tem clínicas que fazem isso hoje em dia, a gente não vai precisar nem se ver, aí eu te prometo que eu vou embora e nunca mais ponho os pés em Valparaíso, Você nunca mais vai me ver – agora ela chorava – eu juro Leozinho. – E vai embora levando um filho meu? – Ele nem vai precisar saber que você é o pai dele. – E você vai embora de Valparaíso? – Pra sempre. – Levando um filho meu? – Ninguém vai saber de nada, eu juro pela
A Isabelle me deu uma trégua pelos dias que se seguiram, depois a Bianca se acalmou, a Amanda me ajudou com minhas marcas no pescoço por eu ter colocado a mão em ninho de vespa, como ela vivia repetindo quando a gente ficava só, vinha ao meu apartamento quase todos os dias apenas pra ter certeza que as marcas da Isabelle estavam sumindo, ao mesmo tempo demos continuidade aos ensaios com os mensageiros.Às vezes fazíamos alguns ensaios na casa de algum componente, às vezes na casa do Zec quando ele sempre mandava sua família pra casa da sogra pra ficarmos a sós e mantermos a privacidade do quarteto, quando era na casa do Maurício, a avó dele nos entupia de bolinhos, doces, sucos e outras guloseimas antes é claro de nos deixar sozinhos, no Thiago não tinha tanto problema, a ordem do Nélson era expressa, a gente se trancava no quarto do Thiago ou nos fundos do quintal e não d
Eu precisava falar com o Félix urgentemente, eu precisava da ajuda no mínimo do Thiago, eu não queria nem sonhar em sair com a Penélope e depois correr o risco de ser descoberto pela família dela, e ela deixou claro pra mim que não tinha desistido, mesmo depois dos castigos que os pais dela lhe aplicaram, pois o olhar dela de malicia me provou isso e o que me dava mais raiva ainda é que era tudo debaixo do nariz da Bianca e ela estava me jogando no abismo mais e mais. Não bastasse a Isabelle no meu pé, agora eu tinha a Penélope, “pelo menos a Isabelle é cara de pau o bastante pra não esconder nada” pensei, ela sempre assumi tudo, e por incrível que possa parecer ainda fica feliz da vida quando alguém descobre, eu jamais entenderia esse paradoxo da Isabelle. Como era quarta-feira, tratei de chegar cedo na igreja, eu precisava desesperadamente falar com o Thiago ou com o Félix, de preferência com o Félix, já que os celulares deles passaram o dia todo desligado e não os
Haviam muitos convites pra cantarmos em vários lugares, dirigir programações, eventos, cantar em inaugurações e num desses dias eu fui convidado pra dirigir a programação de uma igrejinha não longe dali, num bairro chamado Santa Fé, era a mesma igrejinha onde frequentava um rapaz chamado Cleber, um antigo “amigo” da Amanda que quando ficou sabendo quem iria pra lá naquele final de semana, tratou de desaparecer não sei por que razão, afinal, aquele assunto que o assustava pra mim já estava morto e enterrado a muito tempo. A programação toda foi muito bonita e agradou a todos, de lá fomos convidados pra outra programação numa cidade mais afastada, mais pra perto do interior do estado, a duas horas de carro e depois num congresso estadual da igreja onde eu iria também dirigir a programação toda, no meio da mensagem falada eu vi alguém que me pareceu familiar, olhei pra esquerda da plateia, haviam mais de trezentas pessoas ali, mas entre todas me pareceu ver u
Minha oportunidade chegou, um dia quando eu e o Thiago entravávamos na igreja, para participar do culto jovem, sábado à tarde, a Isabelle estava lá e veio me importunar:– Oi Leozinho.– O que você quer?– Te cumprimentar.– Tenho uma coisa pra você – abri a bolsa e joguei o CD em cima dela pegando ela de surpresa.– Ai! O que é isso?– Na próxima vez que você fizer outra porcaria dessas, guarde pra você Isabelle. – Ah legal, e aí você gostou? – ela falou sorrindo e guardando o CD na bolsa – fez uma cópia pra você?– Você está de brincadeira comigo não é?– Não, eu só queria que você visse umas fotos assim mais “esquentadin