6° Capítulo

Damon

Eu a encarei por um momento, buscando as palavras certas. Não podia assustá-la, mas também não havia tempo a perder com rodeios. Ela precisava entender que essa era uma oportunidade única para ambos. Respirei fundo e comecei.

- Violet, minha situação é um tanto... complicada. Meu pai faleceu recentemente e, no testamento, deixou uma condição peculiar. Para que eu possa receber a herança que tenho direito, preciso estar casado.

Ela me olhou com uma mistura de curiosidade e ceticismo. Era uma proposta absurda, eu sabia disso, mas continuei.

- Eu sei que acabou de passar por algo horrível, e a última coisa que quer agora é outro relacionamento, mas... e se usássemos essa situação a nosso favor? Nós dois podemos ganhar com isso. Se você se casar comigo, terá a chance de esfregar na cara do seu ex que você está melhor, muito melhor na verdade. E não vai ser difícil, já que ele é... bom, o meu motorista. - Fiz uma pausa, observando a surpresa tomar conta de seu rosto. - Imagine como ele vai se sentir quando tiver que te ver todos os dias, sentada no banco de trás, vivendo a vida que ele, eu aposto, sempre sonhou.

Violet franziu o cenho, absorvendo a proposta. Vi uma faísca de interesse acender nos olhos dela, mas ainda havia dúvidas.

— Por que seu pai colocaria uma condição dessas?

Eu segurei o olhar dela por um instante, ponderando o quanto deveria dizer. Então, soltei um suspiro contido.

— Ele gostava de controle. E achava que um casamento resolveria tudo.

Violet arqueou uma sobrancelha, avaliando minhas palavras. Eu podia ver as peças se encaixando na mente dela. Só precisava garantir que ela não fizesse perguntas que eu não estava pronto para responder.

Ela ponderou, mas eu sabia que o acordo já estava começando a fazer sentido para ela. Eu apenas precisava garantir que não haveria nenhuma surpresa.

- Mas há uma coisa que você precisa saber. O acordo tem que durar um ano para ser válido. E será um casamento real aos olhos de todos, exceto para as pessoas em quem confiamos. Aos olhos do mundo, seremos marido e mulher. Teremos de manter as aparências e fazer tudo parecer... legítimo. Além do mais, eu pagarei uma quantia justa por sua participação, e faremos um acordo que funcione para nós dois.

Dei um sorriso discreto.

- A decisão é sua, Violet. Mas eu te garanto que essa é a melhor maneira de se vingar dele... e, para mim, uma forma de garantir o que é meu por direito.

Ela estava sentada à minha frente, e por um momento, eu me perdi em sua expressão enquanto ela considerava a minha proposta. Havia algo intrigante em Violet. A maquiagem dela era sutil, sem exageros. Um delineado discreto ao redor dos olhos que os deixava ainda mais penetrantes, e um leve toque rosado nas bochechas que destacava sua pele clara. Simples, mas eficiente. Nada nela parecia forçado ou exagerado.

A roupa que ela escolheu também refletia essa simplicidade atraente. Um conjunto chique, elegante, mas sem ser formal demais. A blusa de seda que ela usava caía perfeitamente sobre seu corpo, de um jeito que mostrava classe sem precisar de acessórios extravagantes. A saia, justa na medida certa, completava o visual. O estilo dela era intencionalmente discreto, mas ao mesmo tempo, ela parecia brilhar de um jeito que poucas mulheres conseguem.

E eu me vi pensando... como alguém consegue ter uma mulher assim e a largar no altar? Violet era linda, de uma maneira que não se encontrava em todas as esquinas. Não era só a aparência dela — havia algo na sua postura, na forma como ela mantinha a cabeça erguida, mesmo tendo passado por uma humilhação tão pública. 

Eu sabia que essa situação era complicada, mas quanto mais a observava, mais tinha certeza de que ela era a pessoa certa para o meu plano. E quanto mais eu olhava para Violet, mais eu me perguntava como Tompson teve a audácia de deixá-la de lado.

Ele tinha feito a pior escolha da vida dele.

Violet ficou estava em silêncio e eu a deixei com seus pensamentos enquanto fazia a escolha da minha refeição. Levantei o braço e chamei um garçom.

- Eu gostaria de uma Cauda de Lagosta e para a minha acompanhante… - Olhei para Violet que parecia prestes a se afogar na taça de vinho - Violet?

Violet levantou o rosto atordoada, perdida nos próprios pensamentos.

- O que vai querer comer? - Perguntei tranquilo, tentando não pressioná-la muito.

- Não, obrigada. Sou alérgica a frutos do mar.

- Temos uma opção de costela de porco - O garçom a informou.

- Ah, então pode ser - Ela tentou sorrir para ele, mas mais pareceu uma careta.

O garçom se afastou e então ela virou a taça de vinho de uma vez só, bebendo o líquido escarlate como se fosse água.

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