DamonParei ao lado de Tompson e coloquei as mãos no bolso. Ele parecia perdido, desolado, olhando a ex-noiva como se estivesse nascendo uma terceira cabeça dos seus ombros.- Francamente, Tompson, hoje só o seu corpo veio trabalhar não é - Chamei sua atenção e ele praticamente pulou.Vi o desdém em seus olhos, a confusão e a indecisão do que iria acontecer a partir dali.- Ou você acorda para a vida, ou tem muita gente esperando a chance de receber a metade do salário que você ganha.Eu o vi engolir o orgulho como se fosse areia, esticou a mão e abriu a porta, enquanto voltava a olhar para Violet, que agora estava entrando em um táxi sem nem olhar para trás.- Algum problema? - Perguntei fazendo a minha melhor versão de desentendido.- De onde o senhor a conhece? - Ele perguntou um pouco incerto.- Não que seja da sua conta, mas… - fingi pensar - é, realmente não é da sua conta - Entrei dentro do carro - aposto que sua noiva não ficaria contente em vê-lo babando em outra mulher, abre
Violet- Você só pode estar de brincadeira - Megan arrancou a rolha do vinho e encheu duas taças. - É loucura, eu sei, mas… - Mas? Mas nada Violet, você não pode estar mesmo considerando isso! Amiga nós não estamos em uma telenovela turca.Peguei a taça e tomei um gole, nem de longe sentindo o mesmo saber do vinho que eu estava tomando uma hora atrás.- Você tinha que ver a cara do Eathan, Meg, ele só faltou cavar um buraco e se enfiar nele. - Eu não sei se acredito nessa coincidência do cara ser chefe do Eathan. - Talvez seja o carma finalmente a meu favor, como você sempre diz, o carma tarda mas não falha. - Isso é muito maior que carma, Violet - Megan cruzou as pernas como índio para se sentar no sofá - ele não está pedindo para vocês só fingirem uma relação, ele quer casamento Vi, papeis de cartório e pelo amor de Deus, ele quer que isso dure um ano inteiro! - Eu sei que parece insano - eu digo, passando as mãos
DamonDepois que deixei Violet, segui direto para a empresa. Havia algumas pendências para resolver, reuniões que não poderiam esperar. Mas, mesmo enquanto discutia números e prazos, minha mente voltava para o encontro. Voltava para Violet. Como ela processaria tudo aquilo? As chances estavam a meu favor, mas ainda assim, havia uma parte de mim que se perguntava: e se ela não aceitar?Quando cheguei em casa, o cansaço do dia bateu. Tirei os sapatos com um suspiro de alívio e me servi de um bom whisky, sentindo o calor do líquido descendo pela garganta enquanto caminhava até a varanda da cobertura. A cidade se estendia à minha frente, iluminada, movimentada. Mas eu estava distante disso. Meus pensamentos estavam ainda no restaurante, naquela proposta maluca que coloquei na mesa.Antes que pudesse me perder mais nos meus devaneios, o telefone vibrou no bolso. Era Edgar. De novo.
VioletQuando entrei na cafeteria, o aroma do café fresco envolveu-me como um abraço caloroso. A sensação de ansiedade pairava no ar enquanto eu procurava por Damon. Assim que o vi, sentado à mesa, meu coração acelerou um pouco mais. Ele estava vestido com uma roupa de corrida, os cabelos desgrenhados de um jeito que só parecia realçar sua beleza. Não era atração, pelo menos não da maneira como eu costumava sentir. Mas, convenhamos, ninguém poderia negar: Damon era incrivelmente bonito.- Eu tenho uma dúvida - Foi a primeira coisa que falei ao parar ao lado de Damon, que parou de tomar seu café para me olhar com os olhos cerrados.- Eu estranharia se não tivesse. Sente-se, Violet.Sentei-me em frente a ele, hesitante. Um segundo se passou em que me permiti admirar a simplicidade daquela imagem — Damon ali, relaxado, e
DamonEnquanto Violet falava, eu não podia deixar de pensar em como tudo aquilo parecia provar o que eu já sabia desde o início: eu não tinha me enganado sobre ela. Havia uma força em Violet que era impossível ignorar. Não era o tipo de mulher que aceitaria ser empurrada para as margens da própria vida. Ela tinha sido deixada para trás uma vez, mas não deixaria isso acontecer de novo — e agora, aqui estava ela, tomando as rédeas da situação, colocando condições, estabelecendo suas próprias regras. E que não eram poucas.- Eu imagino que nós teremos que morar na mesma casa, mas não dormiremos no mesmo quarto, vamos tentar dar o máximo de privacidade possível um ao outro…Eu admirei a determinação com que ela conduzia a conversa. A forma como os olhos dela brilhavam ao falar com firmeza só confirmava que, mesmo com todas as consequências e as chances de dar errado, ela estava totalmente dentro. Não havia hesitação. E eu sabia que isso não tinha nada a ver comigo, ou com qualquer atração
VioletEra uma vez, uma garota chamada Violet que teve seu café derrubado de maneira nada elegante por um total desconhecido — e adivinhem? Aquele foi só o primeiro desastre do dia. O "causador" em questão? Damon. Sim, ele mesmo, o nosso “Príncipe Encantado” moderno, que trocou o cavalo branco por uma roupa de corrida e uma expressão de “ei, você parece péssima, está tudo bem?”.Claro, eu poderia ter ignorado. Mas ele estava parado ali, com um charme que quase me fez esquecer da bagunça na minha roupa e da humilhação do meu pedido de casamento recente. Eu soltei um suspiro e, por algum motivo, decidi contar. Falei que meu relacionamento andava tão bem quanto um cachorro em cima de patins, e que eu tinha uma ilusão de que o pedido de casamento, recém-feito, talvez desse uma última chacoalhada no romance. Deu para ver que
DamonMinha mãe estava sentada diante de mim, impecável como sempre, com um conjunto escuro e discreto, a combinação perfeita de elegância e severidade. O rosto firme e o olhar de poucos amigos deixavam claro o quanto ela desaprovava tudo o que acabara de ouvir, a história que eu e Violet passamos horas planejando na noite anterior. Havia uma tensão gelada no ar, uma que eu conhecia bem.— Damon, você está se precipitando — ela afirmou, sem rodeios, cruzando as mãos sobre o colo, os olhos cravados em mim com a mesma intensidade que uma águia observa sua presa. — Isso é pelo testamento, não é? Acha mesmo que essa farsa será suficiente? — Ela se inclinou um pouco para a frente, a voz baixa, mas afiada. — Se for esse o caso, garanto que você não verá a cor desse dinheiro.Eu podia sentir a raiva bo
VioletEstava no sofá da sala dos meus pais, sentindo o peso da notícia que tinha acabado de dar. Minha mãe segurava a mão do meu pai, ambos com os olhos arregalados, como se tentassem entender o que eu acabara de contar. Minha mãe parecia lutar para dizer algo, mas ficava em silêncio, enquanto meu pai, um pouco mais duro, apenas balançava a cabeça devagar, atordoado.No tablet apoiado sobre a mesa de centro, meus irmãos gêmeos, Emmet e Gael, apareciam em vídeo chamada. Estavam em seus uniformes militares, a quilômetros de distância, e, pelo que me parecia, prontos para sair da tela e me sacudir. Eles nunca gostaram de Eathan, mas ainda assim o impacto do meu anúncio foi maior do que esperavam.— Você ficou maluca, Violet?! — Emmet praticamente gritou, sua voz saindo nítida e irritada do outro lado da tela. — Como assim va