O que é o amor, afinal? ... Rafaela segurou Isabel, que estava prestes a sair para o instituto de pesquisa. Comendo um pedaço de pão, Isabel olhou para Rafaela com curiosidade e perguntou: — Você precisa de alguma coisa? — Vamos sentar e conversar um pouco. — Rafaela puxou Isabel até o sofá. Hugo também entrou pela porta do jardim, enxugando as mãos antes de se sentar em frente a Isabel. — Sua avó costumava se trancar naquele laboratório, e você não deve seguir o exemplo dela. Chamamos você aqui para dizer que o trabalho não é algo que se faz em um ou dois dias, você precisa equilibrar trabalho e descanso! Precisa definir um horário para começar e terminar o expediente! Eles haviam ouvido que Isabel tinha voltado para casa às quatro da manhã. E agora, pouco depois das nove da manhã, Isabel já estava pronta para voltar ao trabalho. Como seu corpo suportaria essa carga de trabalho? Isabel percebeu que seus pais estavam preocupados com sua saúde. Ela acenou obedien
A atmosfera no carro estava um pouco estranha. Isabel olhava pela janela, sem dizer uma palavra, enquanto José dirigia, mantendo uma velocidade que não era nem rápida nem lenta, quase hesitante. Isabel lançou um olhar sutil para José, se sentindo um pouco desamparada, e disse:— Desse jeito, vou acabar me atrasando.José levantou os olhos e acenou com a cabeça, aumentando ligeiramente a velocidade do carro, mas só um pouco. Com os braços cruzados, Isabel olhou para José, insatisfeita, e perguntou:— O que foi?José assentiu e disse:— Tenho algo para te dizer.Isabel franziu a testa, esperando que José falasse.“Se tem algo para me dizer, simplesmente diga logo.”— Eu... — José começou, mas depois de um longo tempo, não conseguiu dizer nada.Era a primeira vez que Isabel via José tão desconcertado. Um sentimento indefinível tomou conta do coração de Isabel. Ver um deus altivo caindo de seu pedestal deveria causar algo assim.No fundo, Isabel não desejava a queda de José. Ela sempre
Isabel viu que o instituto de pesquisa estava logo à frente. Enquanto atendia o telefone, ela começou a desafivelar o cinto de segurança.— Eu sei, vi o convite ontem à noite. Vou comparecer. — disse Isabel, desligando a chamada.Era Rafaela, perguntando se Isabel havia visto o convite para a “Exposição de Joalheria” naquela manhã. Isabel então olhou para José e disse:— O instituto de pesquisa está logo ali. Não precisa me levar até a porta, eu posso ir a pé.Ela empurrou a porta do carro para sair. No entanto, antes que pudesse descer, José agarrou seu pulso.Isabel se virou, sentindo o calor ardente na palma da mão de José, como se fosse capaz de queimá-la. Era uma sensação que Isabel jamais havia experimentado antes vindo dele.Ela ergueu os olhos para José, mas, infelizmente, essa calorosa proximidade chegou tarde demais, muito tarde mesmo.Isabel retirou a mão dele e disse:— Sr. Silva, não ultrapasse os limites.Dizendo isso, Isabel desceu do carro.José rapidamente a seguiu.—
— Carol, não somos mais crianças. Você e José não têm mais nenhum vínculo. Não é porque você está doente que ele vai vir te ver, entendeu? — Heitor franziu a testa, as palavras dele caindo como um balde de água fria, tentando trazer Carolina de volta à realidade.Ao ouvir isso, os olhos de Carolina ficaram imediatamente vermelhos.Ela não conseguia acreditar que uma simples festa de cruzeiro havia destruído tudo o que ela tinha feito até então.Como Carolina poderia aceitar um golpe tão duro?José havia se divorciado e estava com Carolina. Tudo parecia tão natural, tão certo. Mas, no entanto...Carolina fechou os olhos, e lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas. Ela estava profundamente triste, uma dor que parecia partir seu coração.Mas Carolina parecia incapaz de mudar aquela situação.— Irmão, por favor, me ajude… — Carolina pediu, com a voz baixa e cheia de desespero.Heitor permaneceu em silêncio.Como ele poderia ajudar Carolina?O que Carolina fez foi imperdoável.Heito
José estava encostado no carro, fumando, quando levantou a cabeça. Seus olhares se encontraram.O frio de novembro era intenso, as árvores desfolhadas tremiam levemente ao vento. O cabelo de Isabel se desarrumou com a brisa, se espalhando pelo rosto.José soltou uma nuvem de fumaça e, em seguida, apagou o cigarro, jogando ele no lixo. Isabel franziu a testa, ajustando o casaco em volta de si, sinalizando que não estava interessada em interagir com ele.José se aproximou, o leve cheiro de tabaco pairando no ar. Como ele não fumava com frequência, o odor não era forte, mas ainda assim, Isabel não gostava do cheiro de cigarro nele.— Você terminou o expediente? — José perguntou com paciência.Isabel assentiu, lançando-lhe um olhar e disse:— Que coincidência, Sr. Silva, eu estou indo para casa.Isabel sabia que José estava esperando por ela, mas ela não queria ter nenhum tipo de envolvimento com ele, então respondia de forma evasiva.— Estou te esperando, você sabe disso. Entre no carro,
Isabel lançou um olhar de desprezo para os dois homens, contornou-os e seguiu em direção ao ponto de ônibus. Se fosse antes, Isabel teria escolhido sem hesitar ir com José, ou talvez até mesmo com Inácio, só para provocar ciúmes em José. Mas agora, ela havia superado essa fase infantil de usar táticas como essa.— Isabel, você está fugindo? — Inácio perguntou de repente. — Esqueceu o que disse no carro?Isabel havia afirmado que ela e José não tinham mais futuro juntos. Então por que agora, quando Inácio a fez escolher, ela estava evitando a decisão?— Não estou fugindo, só não quero participar da disputa de vocês dois! — Isabel respondeu com um olhar furioso para Inácio.Ela estava farta das provocações de Inácio, que só tornavam a situação ainda mais irritante.Naquele momento, o ônibus chegou, e Isabel imediatamente subiu nele. Enquanto o ônibus se afastava, ela olhou para fora.José a observava em silêncio, sem dizer nada. Já Inácio, com sua expressão relaxada e sarcástica, pareci
A brisa suave entrou pela janela do carro, trazendo consigo uma sensação de frio indescritível. José se recostou no assento, e instintivamente pegou o celular, com a intenção de enviar uma mensagem para Isabel. Ele não sabia exatamente quando isso começou, mas parecia que ele tinha se tornado aquele que sempre queria entrar em contato com Isabel.José sentia essa necessidade constante de enviar mensagens para Isabel, e até mesmo durante o trabalho, não conseguia evitar o desejo de vê-la. Parecia que ele começava a compreender as atitudes de Isabel naquela época. Aquelas ações não eram estranhas, eram apenas reações de alguém que se importava demais com outra pessoa.As pessoas neste mundo não têm dificuldade em controlar suas ações, mas o que é realmente difícil é controlar o coração... José continuou olhando para a janela de Isabel, com um peso enorme em seu peito. Ele sabia que havia perdido Isabel, sabia que precisava compensar o que tinha feito, mas diante da rejeição e da fri
Hugo riu como se tivesse ouvido uma piada. Ele se virou para José, com um olhar carregado de incredulidade. "Dar mais uma chance a José?" Hugo soltou uma leve risada antes de desviar o olhar, enquanto José sentia seu coração esfriar, como se tivesse levado um golpe certeiro.Hugo suspirou profundamente e perguntou a José:— Sr. Silva, imagine que, no futuro, você tenha uma filha que você ama muito. Desde pequena, você a protege, a mima, e faz de tudo para que ela não sofra. Tudo o que ela quer, mesmo que seja a lua no céu, você faz de tudo para dar a ela. Mas, de repente, um dia... — Hugo não pôde deixar de olhar novamente para José enquanto continuava, com uma expressão séria. — De repente, um dia, ela se apaixona por alguém e entrega seu coração por completo. Aquela filha, que nunca suportou a menor dor, se transforma em alguém cheia de feridas, uma joia preciosa que agora está quebrada em pedaços remendados. Você estaria disposto a dar àquele que a feriu uma nova chance de machucá-