Isabel lançou um olhar de desprezo para os dois homens, contornou-os e seguiu em direção ao ponto de ônibus. Se fosse antes, Isabel teria escolhido sem hesitar ir com José, ou talvez até mesmo com Inácio, só para provocar ciúmes em José. Mas agora, ela havia superado essa fase infantil de usar táticas como essa.— Isabel, você está fugindo? — Inácio perguntou de repente. — Esqueceu o que disse no carro?Isabel havia afirmado que ela e José não tinham mais futuro juntos. Então por que agora, quando Inácio a fez escolher, ela estava evitando a decisão?— Não estou fugindo, só não quero participar da disputa de vocês dois! — Isabel respondeu com um olhar furioso para Inácio.Ela estava farta das provocações de Inácio, que só tornavam a situação ainda mais irritante.Naquele momento, o ônibus chegou, e Isabel imediatamente subiu nele. Enquanto o ônibus se afastava, ela olhou para fora.José a observava em silêncio, sem dizer nada. Já Inácio, com sua expressão relaxada e sarcástica, pareci
A brisa suave entrou pela janela do carro, trazendo consigo uma sensação de frio indescritível. José se recostou no assento, e instintivamente pegou o celular, com a intenção de enviar uma mensagem para Isabel. Ele não sabia exatamente quando isso começou, mas parecia que ele tinha se tornado aquele que sempre queria entrar em contato com Isabel.José sentia essa necessidade constante de enviar mensagens para Isabel, e até mesmo durante o trabalho, não conseguia evitar o desejo de vê-la. Parecia que ele começava a compreender as atitudes de Isabel naquela época. Aquelas ações não eram estranhas, eram apenas reações de alguém que se importava demais com outra pessoa.As pessoas neste mundo não têm dificuldade em controlar suas ações, mas o que é realmente difícil é controlar o coração... José continuou olhando para a janela de Isabel, com um peso enorme em seu peito. Ele sabia que havia perdido Isabel, sabia que precisava compensar o que tinha feito, mas diante da rejeição e da fri
Hugo riu como se tivesse ouvido uma piada. Ele se virou para José, com um olhar carregado de incredulidade. "Dar mais uma chance a José?" Hugo soltou uma leve risada antes de desviar o olhar, enquanto José sentia seu coração esfriar, como se tivesse levado um golpe certeiro.Hugo suspirou profundamente e perguntou a José:— Sr. Silva, imagine que, no futuro, você tenha uma filha que você ama muito. Desde pequena, você a protege, a mima, e faz de tudo para que ela não sofra. Tudo o que ela quer, mesmo que seja a lua no céu, você faz de tudo para dar a ela. Mas, de repente, um dia... — Hugo não pôde deixar de olhar novamente para José enquanto continuava, com uma expressão séria. — De repente, um dia, ela se apaixona por alguém e entrega seu coração por completo. Aquela filha, que nunca suportou a menor dor, se transforma em alguém cheia de feridas, uma joia preciosa que agora está quebrada em pedaços remendados. Você estaria disposto a dar àquele que a feriu uma nova chance de machucá-
Hugo, sem ter outra escolha, rapidamente deu um tapinha no ombro de Rafaela, sinalizando para que ela não ficasse tão irritada. Afinal, não seria bom para sua saúde.— Como está Bela hoje? — Hugo perguntou a Rafaela.Ao ouvir a pergunta, o humor de Rafaela melhorou visivelmente.— A Bela? Desde que se divorciou do José, parece que está cada vez melhor.Pelo menos, Isabel já não vive mais com aquele semblante preocupado e suspirando a todo momento.— Que bom! A propósito, Bela vai àquela Exposição de Joalheria?— Isabel vai, sim! — Rafaela confirmou com um aceno firme.Hugo finalmente ficou aliviado.Como pai, Hugo só queria o bem da sua filha. Quanto aos outros, se estavam felizes ou não, isso já não tinha nada a ver com Hugo!Quando José machucou Isabel, ele nunca pensou nos sentimentos dela. Hugo, naturalmente, não precisava se preocupar com os outros....“Em breve, a primeira Exposição de Joalheria da família Fernandes será realizada na Cidade A. Esperamos que todos possam apoiar a
Primeira Exposição de Joias do Grupo Fernandes No salão do primeiro andar, havia uma apresentação detalhada sobre a exposição. O ambiente estava equipado com telas automatizadas e dispositivos de última geração, o que dava um ar extremamente sofisticado ao lugar. Do lado de fora, um longo tapete vermelho se estendia até a entrada, onde uma equipe especializada aguardava para receber convidados importantes como Isabel. Um dos destaques desta exposição era a atenção especial dada a esses convidados, oferecendo-lhes uma explicação detalhada das peças em exibição. Um carro preto se aproximou lentamente e parou em frente ao local, atraindo imediatamente a atenção de todos. Até os jornalistas que estavam dentro, cobrindo o evento, se viraram para ver o que acontecia. — Esse é o carro do Sr. Silva! — O quê? O Sr. Silva realmente veio hoje? — Qual a surpresa nisso? O Sr. Silva e o Sr. Fernandes são bons amigos. O que seria realmente surpreendente é se ele não viesse! Ao ouvir iss
Assim que José entrou, foi imediatamente atraído pela atmosfera tranquila e iluminada. A exposição era de alto nível, e as joias brilhantes eram igualmente cativantes.— A nossa relação é assim mesmo. — José disse enquanto avançava para o interior.Enzo ficou sem palavras:— Você até se ajoelhou para ela.— Então você também sabe disso. — José continuou a caminhar à frente, com um tom de voz tranquilo, como se não ligasse para o que havia acontecido.— Eu realmente não entendo você. Quando a Isabel gostava de você, você foi frio com ela e insistiu em se divorciar. Agora que Isabel concordou com o divórcio e quer sair da sua vida, você correu até o aeroporto para se ajoelhar e implorar pelo perdão dela. Eu estou confuso, é como estar envolto em névoa, sem saber se é chuva ou neblina!José se virou lentamente e deu-lhe um olhar.Enzo continuava o mesmo, sempre falando muito.Enzo era realmente barulhento.— Você não se cansa? Por que tem que se meter em tudo? — José franziu a testa, clar
— Então, a família Soares também veio, hein? E como se não bastasse, ainda trouxeram a Carolina? — Enzo comentou enquanto tomava um gole de água, observando com interesse a jovem que, apesar de olhar fixamente para José à distância, não ousava se aproximar.Se fosse como antes, Carolina já teria corrido até ele, agarrado seu braço e dito, com um sorriso manhoso: “Zé, você sentiu minha falta?”Mas agora, ela não tinha mais coragem de se aproximar de José.Enzo arqueou as sobrancelhas e continuou:— Se não me engano, Carolina está doente, não é? Ouvi dizer que está com depressão grave.José ouviu Enzo até esse ponto, mas então se virou para continuar a ver a exposição.— José. Você é mesmo tão frio assim? Já não sente mais nada pela sua primeira namorada? — Enzo não conseguiu evitar perguntar.José suspirou, irritado:— Será que você pode ficar quieto e se concentrar na exposição?— Não tem nada de interessante aqui, nem uma obra digna de nota. — Enzo respondeu.José concordou com ele.N
Ao pensar nisso, Heitor não pôde deixar de suspirar. Ele se perguntava como sua irmãzinha estaria do lado de fora. Será que havia alguém para protegê-la? Será que alguém a ajudava a comprar as coisas que queria, como comida ou adornos? Quando encontrava um rapaz de quem gostava, ela seria cortejada ou acabaria como Carolina, que havia entregado toda a sua dignidade e, no fim, ficara sem nada? — Irmão? Irmão...Carolina puxou a manga da camisa de Heitor. Heitor voltou ao presente. Naquele instante, ele quase pôde ver o rosto de Isabel. Era uma imagem que lhe parecia ao mesmo tempo estranha e profundamente familiar. "Irmãzinha..." "Maísa..." Heitor abaixou a cabeça, soltando um suspiro pesado. "Espero que Maísa também encontre pessoas bondosas, espero que Maísa ainda esteja viva, e que sua vida seja muito boa." — Entendi, vou te levar para dar uma volta. Ao pensar em Maísa, Heitor sentiu um desejo irresistível de transferir todo o carinho que sentia por ela para Carolina.A exp