Isabel sentiu uma pontada de tristeza ao ouvir as palavras de Rafaela.

Com medo de preocupar sua família e ser chamada de tola, Isabel nunca teve coragem de contar a eles que, naquele ano, José foi sequestrado e ela arriscou sua vida para salvá-lo.

Isabel abaixou a cabeça, restando apenas um silêncio profundo no ambiente.

O médico veio examinar Isabel e disse que não era nada grave, bastava ficar dois dias em observação no hospital antes de receber alta.

Rafaela acompanhou o médico até a saída, e Isabel disse:

- Pai, quero comer pão.

- Ainda tem disposição para comer. - Hugo deu um leve toque na cabeça de Isabel.

Isabel sorriu e respondeu:

- Pai, você e a mamãe voltem para casa e façam pão para mim. Quero com bastante manteiga.

Hugo acariciou a cabeça de Isabel, sentindo uma dor no coração, mas disse:

- Você é uma criança, já são oito da noite e ainda quer que seus pais façam pão para você. Você não pensa nos seus pais! - Hugo resmungou.

Isabel fez bico:

- Então, vai fazer o pão para