Carolina ficou paralisada por um momento, instintivamente tentando segurar o braço de José, mas não conseguiu alcançá-lo.Isabel observava calmamente os movimentos de José.José ajeitou a roupa, lançando um olhar casual para Isabel.- Heitor. - José chamou Heitor, que se aproximava. Heitor assentiu e foi até Carolina. - Carolina ainda está doente, leve ela de volta ao hospital. Aqui tem muita gente, pode ser problemático se algo acontecer.José falou com voz grave, deixando a situação bem clara.Carolina olhou para José e, em seguida, para Isabel, que estava conversando com Clara.Com os lábios trêmulos, Carolina apontou para Isabel e perguntou a José:- Você quer que eu vá embora porque Isabel está aqui?- Não. - José respondeu friamente.Carolina riu, com os olhos cheios de lágrimas, e perguntou a José:- Zé, quando você disse isso, estava sendo sincero?José franziu as sobrancelhas e respondeu com seriedade:- Carolina, seja obediente.Carolina riu de novo, mas desta vez com um tom
- O que importa se Carolina é a verdadeira paixão de José? Afinal, você foi esposa dele por três anos. Nossa Bela é tão bonita e deslumbrante, não acredito que José não se encantou por você nem uma vez nesses três anos! - Clara analisava seriamente a situação para Isabel. - Não se esqueça, no ensino médio, José gostava mais de ficar com você!Isabel assentiu. Achava que Clara tinha razão.Isabel olhou para Clara e, com seus lindos olhos piscando, perguntou:- Então, por que José não me ama?Clara ficou surpresa e se calou.Sim.Por que José não amava Isabel?Em que Isabel era inferior a Carolina?Isabel olhou pela janela e viu José se sentando com Carolina.Rapidamente, ela terminou sua taça de champanhe, apertando o copo em sua mão direita.- Sr. Enzo, você tem algum assunto a tratar? - Clara perguntou a Enzo, que estava ao lado.Enzo assentiu. Realmente tinha algo para falar com Clara.Mas, ao perceber o tom com que Clara falava, Enzo achou que não era o momento apropriado para discu
Ao sair do prédio, a fina chuva caiu sobre as faces de Isabel. Ela abriu as mãos para receber as gotas. Na verdade, Isabel gostava bastante dos dias chuvosos quando não havia trovões. Como agora, por exemplo.As pessoas caminhavam sem pressa, até mesmo aproveitando o momento leve e agradável. Isabel passou pelo portão e imediatamente as gotas de chuva caíram sobre seus ombros. A água fria causou uma sensação indescritível. Ela levantou o rosto, permitindo que as gotas caíssem sobre sua face e pescoço.Na entrada, havia um lugar ligeiramente rebaixado onde a água se acumulava. Isabel tirou os saltos altos e caminhou até lá, infantilmente pisando na poça.Desde pequena, Isabel sempre gostou de água, começando a aprender a nadar aos quatro ou cinco anos.Mas ela nunca imaginou que acabaria desenvolvendo medo da água.O céu estava escuro e, por causa da chuva, a Cidade A parecia misteriosamente mais silenciosa. Do lado de fora, os jornalistas viram Isabel sair e pensaram que ela estava
José ouviu Isabel chamar:- Srta. Carolina.José se virou ligeiramente e viu Carolina na entrada. Ela os observava silenciosamente."Não é de se admirar que José de repente quisesse sair, afinal ele estava com Isabel na chuva."De repente, Carolina entrou na chuva. José franziu a testa, apertando o guarda-chuva em suas mãos, sem saber o que fazer. Isabel percebeu a hesitação de José e empurrou o guarda-chuva para o lado.Um homem não pode segurar o guarda-chuva para duas mulheres ao mesmo tempo, mesmo que pudesse, uma delas acabaria ficando insatisfeita.Carolina ficou parada não muito longe, ambas, Carolina e Isabel, na chuva.Carolina só queria saber quem era mais importante no coração de José, Isabel ou ela.A expressão no rosto de José era extremamente complicada.- Zé, você precisa fazer uma escolha. - Carolina disse calmamente.Isabel ouviu e lançou um olhar para José.Ela percebeu a calma de José e falou suavemente:- Já fui escolhida muitas vezes, sou uma pessoa, não uma merc
Vitor levou Carolina ao hospital e ainda chamou dois seguranças para acompanhá-la do lado de fora do quarto.Carolina, entre lágrimas, xingava:- Vitor! Seu cachorro! Por que você obedece tanto ao seu dono?O gesto de Vitor de fechar a porta parou por um momento. Ele lançou um olhar para dentro do quarto, seu rosto gradualmente escurecendo.Se ouviu o som da porta se fechando, isolando o choro e os insultos de Carolina.Ao sair do hospital, Vitor mandou uma mensagem para José:"Sr. Silva, a situação foi resolvida."O céu escuro era assustador, mas o ar na Cidade A, após a chuva, estava bastante fresco.Quando Vitor estava prestes a entrar no carro para ir embora, ele notou um veículo prisional estacionando nas proximidades.Logo, duas pessoas uniformizadas desceram do carro, acompanhados de membros da equipe médica do pronto-socorro do hospital.Um deles falava ao telefone:- Chegamos.Quando o homem estava prestes a entrar no pronto-socorro, Vitor de repente chamou:- Tiago.- Sr. Vit
No enorme iPad do avô, Isabel viu notícias sobre si mesma."Na entrada do Hotel Deluxe Royal View, Isabel sob a chuva, José segurando um guarda-chuva para ela."Que assunto romântico.- Vocês voltaram a ficar juntos? - Henrique estava muito preocupado.Isabel ficou com dor de cabeça:- Não, nós apenas nos encontramos por acaso. - Disse Isabel enquanto tocava a ponta do nariz.Essa história realmente não parecia muito convincente.- Você não deve ter mais nenhum contato com ele, entendeu? - Henrique apontou para Isabel. Isabel assentiu obedientemente. Henrique continuou. - Quanto tempo falta para vocês se divorciarem?- Só se passaram dois ou três dias. - Isabel fez beicinho, "O avô está tão ansioso para que eu e o José nos divorciemos?"- Ótimo. Se lembre de que isso significa que você ainda está lúcida. - Henrique estava muito sério. - Daqui a um mês, se vocês não se divorciarem, quem não o fizer será um cachorrinho!Isabel ficou em silêncio por um momento.- Avô, pode dizer diretamen
A sala de reuniões do hospital.Jorge estava sentado em frente a Theo, o pai de Carolina, e Mayara, a mãe de Carolina. Heitor, que havia se atrasado, também estava presente. Era evidente o quanto o caso de Carolina era importante para a família Soares, pois três pessoas haviam deixado suas ocupações para estarem ali no hospital.Jorge folheava os documentos acadêmicos de Carolina e olhou para eles:- A formação da Srta. Carolina... - Jorge estava prestes a dizer algo quando Mayara afirmou com certeza:- A formação da nossa Carol é verdadeira! Não há como ser falsa!- Sim, mas agora há uma denúncia contra Carolina, alegando que o lugar dela na Faculdade de Medicina foi conseguido às custas de outra pessoa. - Jorge disse com uma expressão complexa.Tomar o lugar de outra pessoa na faculdade era uma questão grave.Essa situação configurava crime.- Quem fez essa denúncia? - Theo perguntou, visivelmente irritado. - Essa pessoa está caluniando minha filha?Jorge olhou para Theo, respondendo
A questão era, quem divulgou essa informação? Será que alguém estava tentando destruir a carreira de Carolina?- Então você está dizendo que não foi você quem denunciou Carolina. Quem foi então? - Mayara estava furiosa, seu rosto vermelho de raiva.Para uma mãe, ver a carreira de sua filha ser arruinada era mais doloroso do que a própria morte. Mayara se culpava, sentia que não havia protegido Carolina o suficiente. Ela sempre tinha a sensação de que, quando Carolina sofria, sua Maísa também sofria fora de casa...- Quem sabe sua filha não tenha bebido demais algum dia e acabou contando isso para alguém? - Isabel se aproximou de Jorge, pegou a carta anônima e olhou rapidamente antes de falar. - Jorge, estou aqui para esclarecer que não fui eu quem escreveu essa carta de denúncia. Se você quiser investigar se fui eu ou não, estou disposta a cooperar.Isabel não tinha medo nenhum. Embora odiasse Carolina, nunca havia pensado em tomar medidas drásticas contra ela. Isabel sabia como luta