A ameaça no olhar de João brilhou brevemente enquanto ele dizia:- Você é realmente arrogante!- João, você ousa! - Gritou Inês.Ela olhou para João com uma expressão severa.A mão dele tremia levemente ao segurar a arma."Jamais ela foi tão fria comigo. Esta é a primeira vez. E é por causa dele."- Inês, vamos! - Emanuel não queria estender aquele conflito.- Inês! - A voz fria de João ecoou por trás deles. - Você ousa ir com ele?Inês, hesitante, olhou para Emanuel e depois para João.Se ela não fosse com Emanuel, ele insistiria, e certamente haveria um confronto entre os dois.Mas, se ela fosse, João não deixaria isso passar.Ela tinha acabado de suprimir a segunda personalidade dele. Se isso o enfurecesse novamente, seria ainda pior.Inês disse a Emanuel:- Emanuel, por que você não vai na frente? Eu resolvo as coisas aqui e depois te encontro.- Inês, não há discussão!Emanuel era inflexível. Ele levaria Inês com ele de qualquer jeito.Sem alternativa, Inês se virou para João:-
O beijo de Emanuel foi tão intenso que fez Inês desmaiar instantaneamente.Ao ver Inês desacordada em seus braços, o rosto de Emanuel empalideceu. Ele imediatamente ordenou ao motorista que os levasse para o hospital.Chegando ao hospital, o médico examinou Inês cuidadosamente.- A paciente está muito exausta, as enzimas hepáticas estão muito elevadas, provavelmente devido ao excesso de trabalho, falta de sono, e estresse acumulado. Há também um problema na função hepática, e o eletrocardiograma mostra sinais de lesão interna...Emanuel, parado ao lado da cama, ouvia o médico falar incessantemente, ele franziu a testa com tanta força que poderia esmagar um mosquito.Inês deixou a Cidade J sem descanso, trabalhando incansavelmente para preparar o antídoto de Sol Poente. Ficava acordada até tarde todas as noites. No País F, era provável que ela também não tivesse tido tempo para respirar.Em apenas alguns dias, ela parecia ter perdido bastante peso. Um lampejo de raiva surgiu nos olhos d
- Se você quiser encontrá-lo, tudo bem, eu vou com você. - Disse Emanuel.- Eu não ousaria deixar vocês se encontrarem de novo. Se começarem a brigar, eu não sei nem quem ajudar! - Inês deu um tapinha na testa e riu de nervosismo.- Se você gosta dele, pode ajudá-lo! - Emanuel encarou Inês sem expressão.Inês fez um som com a boca, achando que a fala dele tinha um quê de ciúmes.- Não tenho paciência para falar com você, vou tomar banho. - Inês foi para o banheiro.Emanuel foi até a varanda e ligou para Lucas.- Investigue bem o histórico do João, amanhã de manhã, quero ver os resultados. - Ele ordenou.- Sim, Sr. Emanuel. - Respondeu Lucas.Depois de desligar o telefone, Emanuel olhou para a escuridão da noite, seus olhos cheios de determinação.De repente, o celular de Inês tocou na sala.Emanuel pegou o celular e viu no identificador de chamadas, “Joãozinho.”Quanta intimidade em um apelido.Emanuel no celular dela era o nome completo, enquanto o de João era Joãozinho...Emanuel seg
Quem era aquela criança de aparência tão agradável? Inês não conteve em olhar uma segunda vez. A criança talvez tenha percebido o olhar dela, o menininho virou a cabeça e olhou para ela. Os olhares se encontraram, ambos ficaram surpresos. O coração de Inês deu um aperto, como se algo a tivesse tocado profundamente. Ela encarou os olhos do menino, ela não sabia por que, mas de repente, ela achou aqueles olhos tão familiares. Como se já os tivesse visto antes. Lucas olhou para o menino e fez um som com a boca:- Os olhos desse garotinho são um pouco parecidos com os do Sr. Emanuel.Lucas disse, e Inês de repente caiu em si. Não era de se admirar que ela achasse os olhos tão familiares, olhando mais de perto, esses olhos realmente tinham alguma semelhança com os de Emanuel.O menino estava sozinho, sem nenhum adulto por perto. Inês pensou por um momento, foi até ele e se agachou ao lado dele.- Pequeno, por que você está sozinho aqui? Onde estão seus pais? - Inês perguntou.Olhando para
Luís assentiu.- Tudo bem, vamos lá, mas é meio longe. - Inês olhou para Lucas e disse. - Lucas, pode ir até a lojinha ali do lado e pegar uns biscoitos, pãezinhos e alguma bebida, por favor?O restaurante ficava um pouco distante de onde estavam, provavelmente quase uma hora de carro. Inês preocupada que Luís não fosse aguentar a fome no caminho, ela preparou algumas guloseimas para ele.- Ok, vocês vão para o carro, eu já volto. - Lucas concordou com a cabeça, abriu a porta do carro. Inês segurou Luís e entrou no carro. No momento seguinte, Luís a surpreendeu com um beijo no rosto.Então, ele ergueu o celular para que Inês pudesse ver as mensagens que ele acabara de digitar: "Obrigado, tia. Você é muito linda, gostei muito de você."Depois dessa frase, ele enviou um emoji fofo de abraço.- De nada, eu também gosto muito de você. - Ao ver aquilo, o coração de Inês derreteu. Ela afagou a cabeça de Luís. Ela não conseguia explicar exatamente por quê, mas desde o primeiro momento em qu
- Sr. Emanuel, o senhor realmente sabe brincar. Eu conheço a Inês há mais de uma década, nossa relação é tão próxima que um simples olhar basta para entendermos o que se passa entre nós. Como você pode afirmar que somos estranhos? - João deu um gole no vinho tinto, seus olhos azuis frios e desdenhosos focados em Emanuel, carregavam uma mistura de desdém e frieza. - Já você, Sr. Emanuel, se casou com a Inês quando ela estava sofrendo de amnésia e, assim que ela recuperou a memória, vocês se divorciaram imediatamente. Parece que ela não tinha nenhum sentimento por você.Emanuel se sentou, suas elegantes pupilas negras não revelavam qualquer emoção. - Fui eu quem propus o divórcio. - Disse ele.- Nesse caso, por que você está agora atrás dela novamente? - João franzia a testa de forma elegante, rindo friamente. - Há um ditado, se não me engano, que diz que um ex-marido decente deveria agir como se estivesse morto.Emanuel franziu o cenho, se lembrando que Inês também havia dito o mesmo d
- Grand Vin de Château Latour. - Emanuel não bebeu, apenas cheirou o aroma e adivinhou que o vinho vinha de uma vinícola do topo do mundo, Château Latour. Quanto ao ano, devia ter pelo menos vinte anos.- Sr. Emanuel, você está com medo de estar envenenado? - João virou o copo de vinho de uma vez, rindo maliciosamente. - Estou ferido, Inês não me deixa beber. - Emanuel balançou o copo de vinho, falando calmamente.João olhou para Emanuel por um momento, sem perceber onde exatamente ele estava ferido. Mas a frase deixou João se sentir um pouco enciumado.- Você não parece machucado. Inês parece se importar bastante com o ex-marido dela.- Se não há mais nada para tratarmos, eu vou indo. - Emanuel verificou o horário e se levantou. - Já que você veio até aqui, por que não aproveitamos para nos divertimos um pouco? - João se levantou preguiçosamente. - Lá embaixo tem um estande de tiro. Sr. Emanuel, me dê a honra e me mostre suas habilidades.Emanuel olhou para ele, os olhos negros e pr
Um estalo ecoou quando Luís jogou com força o cardápio sobre a mesa, olhando de maneira desagradável para a garçonete. Inês e Lucas ficaram surpresos com a súbita atitude dele. O garoto adorável que estava ali até agora, de repente, estava com raiva.Antes que Inês pudesse dizer algo, viu Luís pegar o celular e digitar rapidamente uma mensagem.Ele entregou o celular para a garçonete, onde claramente estava escrito na língua do País F:“Ce n'est pas mon père (Ele não é meu pai!)”A atendente percebeu imediatamente o erro em suas palavras e se curvou, pedindo desculpas: - Minhas sinceras desculpas, pensei que vocês fossem uma família.Foi então que Inês entendeu. Luís estava chateado porque a garçonete disse que Lucas era seu pai. Mas quando a funcionária pensou que ela era a mãe, ele não se importou. Isso não fazia sentido.Para evitar mais mal-entendidos, Inês falou diretamente: - Somos os tios dele.A garçonete ficou um pouco surpresa, afinal, a mulher na frente dele e a criança p