Theo
Quando cheguei em casa, fui ao banheiro, tomei um banho e deitei na cama. Estava tudo em silêncio. Cadu e Enzo, ainda estavam na rua aproveitando a folga.
Fiquei pensando em tudo que aconteceu na piscina, aquilo foi uma loucura, minha vontade era de possuí-la ali mesmo dentro d’água. Doeu muito refrear meu desejo.
Mas não podia apressar tanto a situação. Já tinha avançado muito o sinal. Porém, não pude resistir. Ela era tentadora demais. Seus cabelos e pele molhados, os barulhos de satisfação que fazia me levaram à loucura. Marina estava totalmente ligada em mim.
Sentimentalmente estava travada. Faria o possível para não machucá-la novamente. Nunca tinha sido minha intenção, eu queria protegê-la. Se não tivesse me afastado, ela iria sofrer muito mais. Mas eu fui um tolo, devia ao menos ter expli
MarinaMinha noite foi totalmente turbulenta. Teve momentos em que lembranças dolorosas perturbaram meu sono, e também sonhos quentes e explosivos que vinham como uma tormenta.Acordei em um torpor, minha vida tinha virado de cabeça para baixo num instante.Tomei banho e me vesti no automático. Nem sabia a roupa que escolhi. Na cozinha, o café já estava pronto, ainda bem porque não tinha a mínima vontade de preparar tudo. Edu também parecia em seu mundinho particular. Estava olhando para fora da janela, com uma expressão em seu rosto difícil de identificar, parecia nostálgico.Arrumamos nossas coisas e partimos para a faculdade. O clima na quarta-feira estava cinzento, nem quente ou frio. O caminho para o campus parecia estranhamente diferente. Eu enxergava a vida com outros olhos, a perspectiva para o meu futuro estava mais clara. Edu estava ao meu lado com
TheoEra incrível depois de tanto tempo separados, estar com ela assim. Ter a liberdade de chegar e poder tocá-la quando quisesse. Poder falar livremente. Ela sempre fora a única amiga a quem eu confiava todos os meus segredos. Era muito natural tê-la ao meu lado.A tarde se arrastou, não via a hora de ter o nosso primeiro encontro. Tudo bem que não seríamos só nós dois, mas Edu e Cibele eram bem legais. Eu estava feliz por ele. Tenho certeza de que alguma coisa aconteceu para estar tão diferente.Fiquei tão distraído, que não vi a hora passar. Tinha que me arrumar, o caminho até o apartamento dela era longo, já que eu ia andando. Corri para o banheiro para tomar uma chuveirada. Me apressei na ducha, fiz a barba, Mari sempre gostou do meu rosto lisinho.O problema era me vestir. Nunca estive tão nervoso para encontrar uma garota, ma
MarinaAndamos de mãos dadas todo o caminho até o ponto de táxi. Como era um pouco longe, não daria para ir a pé. Mas até no carro, ele não me largou. Sempre me acariciando e soprando beijos no meu pescoço.Na frente do cinema, avistei o mais novo casal à nossa espera. Eles ficavam lindos juntos. Edu estava muito feliz, então, por conseguinte, para mim estava perfeito.Agora seria a prova de fogo. Escolher o filme, meninos tem gostos diferentes de meninas. Ficamos divididos igualmente, eles queriam ver um filme de ação, eu e Cibele uma comédia romântica. No final acabamos cedendo, porque segundo eles seria uma tortura sem fim ver nosso filme. E fomos para a tediosa duas horas de pancadaria.— Você sabe o que este vestido está fazendo comigo? — sussurrou Theo.Ele estava com o braço enlaçando meu ombro
TheoEstava mexendo no meu carro que comprei num ferro velho, tinha uns dois anos que estava em processo de melhoria, quando terminasse ia ficar foda. Eufórico, contava as horas para ver Marina. Todos os dias, no finalzinho de tarde, a gente se encontrava, na frente da casa dela.Ficávamos ouvindo música, conversando. Sua mãe sempre fazia uns lanches gostosos. Depois, a gente deitava na grama e ficava olhando o anoitecer, vendo as primeiras estrelas surgirem. Não via a hora de contar as novidades do meu carrão, estava quase pronto. Ela seria a primeira a estrear. Mas meu mundo mudou completamente, quando meu pai entrou na garagem. Ele estava todo arrumado, como sempre. De terno e gravata. Impecável. Nossa, eu odiava esse jeito arrumadinho. Com a cara amarrada, ele deu a volta no carro, até ficar ao meu lado.Levantei meus olhos, e o encarei. Devolveu o ol
MarinaDepois da manhã tumultuada de trabalhos na faculdade, almoçamos e fomos para o café, como combinado. Éramos um grupo bem barulhento. Tínhamos em adicional duas meninas do curso do Edu. Cibele ficou meio enciumada, mas depois que viu o interesse delas direcionado ao Cadu e Enzo, relaxou.Uma garçonete se aproximou, ela estava com uma calça quase segunda pele, e uma blusa de botão, totalmente aberta.— Posso ajudar? — insinuou-se para os meninos.— Hum, nós vamos querer oito xícaras de café e traz a maior quantidade de donuts, que você tiver — Theo fez o pedido olhando para o cardápio.A garota não parava de sorrir para ele. Eu estreitei meus olhos, ela fez uma “meia careta, meio biquinho”, ridícula.— Tem gente que tá com ciúmes... — cantou Edu.
TheoEstava me segurando para não urrar de felicidade. Nossa tarde no parque, anos atrás, foi muito boa. Nos divertimos pra caramba, Mari adorava parques. Era como um garoto que gosta de futebol. Fica hilária, faz todos os tipos de maluquices.Já estava arrumado para a noite. Os caras estavam elétricos. Cadu arrumou dois carros emprestados para ficarmos numa boa, sem nos preocupar com horário de ônibus. Enzo estava armando, queria fazer as meninas comerem muito e passarem mal nos brinquedos. Só o que não ele esperava era que Marina fica como um garoto em parques, ela come e zoa como um. Era mais fácil ele ficar enjoado do que ela.Eu estava a caminho de seu apartamento, quase não continha minha ansiedade. Subi as escadas de dois em dois. Bati e esperei. Ela abriu numa excitação evidente, estava dando pulinhos e seu sorriso era brilhante.Vestia um short
MarinaQuando chegamos em frente ao parque, lembranças de sorrisos e brincadeiras vieram à minha mente. Eu sorri e apertei a mão do Theo, que me deu um beijo no topo da cabeça, compreendendo o que eu estava pensando. Ele estava lindo, numa bermuda cargo preta e camisa amarela.Nós entramos e fomos direto a bilheteria, cada um comprou dez fichas. Eu pretendia usar todas elas. Avistei várias coisas que queria fazer, mas primeiro, montanha-russa. Enzo estava achando que ia nos entupir de porcarias e nos fazer vomitar. Ele que me aguardasse.— Theo, vamos à montanha-russa? Por favor?Ele me olhou, franzindo os lábios.— Vamos, mas se eu passar mal, não volto mais.— Ok! — Ri da cara dele, Theo não curtia muito o brinquedo, da última vez que fomos não tinha sido muito legal para ele.E lá fomos nós, Edu e
MarinaA noite no parque, foi perfeita, nos divertimos à beça, rimos até as lágrimas. Fui para casa acabada, Theo me acompanhou até a porta, mas não quis subir. Estava morto, coitadinho. Combinamos de passar o sábado juntos. Mal podia esperar.Dormi como uma pedra. Acordei com barulhos na cozinha. Levantei sonolenta e fui verificar, cambaleando com apenas um olho aberto, passei pelo corredor. Antes de chegar, escutei risinhos femininos. Mas, o que estava acontecendo?Quando cheguei à porta da cozinha estaquei no lugar um pouco surpresa, nem tanto, na verdade. Cibele e Edu estavam de pijama, fazendo o café. Pigarreei levemente tentando que saíssem de sua bolha matinal de felicidade e notassem que não estavam mais sozinhos.Eles olharam para mim e coraram simultaneamente. Eu sorri meio de lado e levantei uma sobrancelha. Eles abaixaram a cabeça e não dis