Marina
Quando chegamos em frente ao parque, lembranças de sorrisos e brincadeiras vieram à minha mente. Eu sorri e apertei a mão do Theo, que me deu um beijo no topo da cabeça, compreendendo o que eu estava pensando. Ele estava lindo, numa bermuda cargo preta e camisa amarela.
Nós entramos e fomos direto a bilheteria, cada um comprou dez fichas. Eu pretendia usar todas elas. Avistei várias coisas que queria fazer, mas primeiro, montanha-russa. Enzo estava achando que ia nos entupir de porcarias e nos fazer vomitar. Ele que me aguardasse.
— Theo, vamos à montanha-russa? Por favor?
Ele me olhou, franzindo os lábios.
— Vamos, mas se eu passar mal, não volto mais.
— Ok! — Ri da cara dele, Theo não curtia muito o brinquedo, da última vez que fomos não tinha sido muito legal para ele.
E lá fomos nós, Edu e
MarinaA noite no parque, foi perfeita, nos divertimos à beça, rimos até as lágrimas. Fui para casa acabada, Theo me acompanhou até a porta, mas não quis subir. Estava morto, coitadinho. Combinamos de passar o sábado juntos. Mal podia esperar.Dormi como uma pedra. Acordei com barulhos na cozinha. Levantei sonolenta e fui verificar, cambaleando com apenas um olho aberto, passei pelo corredor. Antes de chegar, escutei risinhos femininos. Mas, o que estava acontecendo?Quando cheguei à porta da cozinha estaquei no lugar um pouco surpresa, nem tanto, na verdade. Cibele e Edu estavam de pijama, fazendo o café. Pigarreei levemente tentando que saíssem de sua bolha matinal de felicidade e notassem que não estavam mais sozinhos.Eles olharam para mim e coraram simultaneamente. Eu sorri meio de lado e levantei uma sobrancelha. Eles abaixaram a cabeça e não dis
TheoPassar a noite longe dela, depois de ter provado o aconchego de seu corpo, foi uma tortura. Ficava rolando na cama o tempo todo. Não consegui pregar os olhos até às quatro da manhã. E já estava na hora de levantar.Como um zumbi, parti para o chuveiro. Tomei um banho frio para despertar, me vesti ligado no automático. Para ser sincero, a única coisa que me animava seguir em frente era saber que iria vê-la logo.Já estava saindo quando me lembrei do celular, estava no fundo do armário. Voltei para o quarto e o peguei. Tinha uma mensagem da Marina:“Senti sua falta à noite.”Eu sorri, estávamos tão em sintonia que podia vê-la se contorcendo na cama a noite toda à minha procura, como fiquei com a dela. Respondi:“Senti falta do seu corpo quente. ”
MarinaEu não sabia o que era pior, passar toda a noite num desconforto sem fim, ou acordar e perceber que ele não estava ali. Era assustador como depois de apenas uma noite em seus braços — no qual apenas dormimos —, ficar tão dependente do seu calor.Tomei um café reforçado para espantar o sono. E fui chamar o Edu. Estávamos atrasados, ele nem tinha dado as caras. Bati e entrei. Estava deitado na cama, com os braços cobrindo os olhos. Levantou a cabeça e sentou.— Já está na hora?Assenti, ele pegou a mochila passando por mim num desânimo enlouquecedor. Na noite anterior ele estava estranho, desde que veio da casa da Cibele. Será que aconteceu alguma coisa?Fomos andando devagar. Então ele soltou:— Eu contei pra Cibele sobre a Tatiana. — Arregalei os olhos e ele continuou: — Ela n
TheoNão podia acreditar no que estava acontecendo. Minha irmã ter aparecido foi a pior das notícias. Marina tinha gravado em seu rosto o desgosto evidente. Olhei para Tatiana e decidi enfrentá-la logo de cara.— O que está acontecendo, Tatiana? Por que você veio para cá de verdade?Ela titubeou e fez uma careta irritada.— Me encontra depois da aula, em particular. Que eu te conto tudo.Assenti a contragosto e varri meu olhar pelo pátio à procura por Marina, não a encontrei em lugar algum. Droga! Agora que tudo estava indo tão bem.— Ok, te encontro no café ao lado do campus. Assim que acabarem as aulas, não se atrase.Ela balançou a cabeça e foi em direção ao segundo andar do prédio.Eu tinha que ir para a aula, já estava atrasado. Na sala, Marina estava sentada na
MarinaAcordei no meio da noite de um pesadelo terrível. A chegada de Tatiana fez toda a minha insegurança voltar. O meu medo de perdê-lo estava me sufocando. E se ela conseguisse afastá-lo de mim outra vez? Se ele percebesse que eu não era boa o suficiente?Não consegui mais dormir, minha cabeça dava voltas. Fiquei olhando para o teto com a cabeça cheia de abobrinhas. Vi o dia amanhecer pela janela aberta, mas nem reparei na beleza de um nascer do sol. Levantei muito cedo e fui tomar banho. Deixei a água lavar minha alma. E quem sabe as dúvidas.Depois de horas debaixo do chuveiro, me senti mais animada. Fui para o quarto escolher a roupa. Não estava com ânimo de me arrumar toda, então decidi por um jeans gasto e uma bata indiana.Estava me sentindo como se flutuasse, me observando do alto, tamanha minha tristeza, por uma coisa que ainda nem aconteceu.
TheoPercebi que Marina ficou chateada, mas não podia deixar Tatiana ir sozinha a essa hora da noite. Não contava que ela fosse começar tão cedo na oficina, mas o Sr. Silva a encheu de trabalho logo de cara. Parecia que tinha um monte de contas e arquivos para organizar.Estava louco para sair do trabalho e poder ficar nem que fossem alguns minutos com Marina. Esses dois dias foi um caos, não consegui dar atenção a ela o suficiente.No caminho de casa, Tatiana não disse nada. Estava com uma expressão pensativa no rosto. Eu senti falta de conversar com ela, quando crianças nos dávamos muito bem. Ter uma irmã gêmea era estranho, por ser tão iguais e ao mesmo tempo diferentes. Nós não éramos muito parecidos fisicamente, mas podia identificar semelhanças gritantes.Paramos em frente a um prédio modesto, fiquei surpr
MarinaMais animada, acordei disposta a deixar minha insegurança de lado e engolir a nova adição da faculdade, mesmo sendo tão incômoda. Não via Edu há dois dias, chegava tarde e saia cedo. Não queria conversa, aparentemente.Me arrumei com um pouco mais de cuidado. Coloquei uma calça legging preta e uma batinha azul até o meio das coxas. Fiz maquiagem leve, mas que marcou minhas características.A caminho da faculdade mandei uma mensagem para Cibele, queria que me encontrasse do lado de fora da universidade, precisava saber o que estava acontecendo. Cheguei à esquina e a vi em pé ao lado do portão. Ela estava acabada. Tinha círculos escuros em volta de seus olhos e sua testa parecia ter sido franzida constantemente. Parei ao seu lado e Cibele olhou para cima, seus olhos estavam vermelhos, parecia ter chorado a noite toda.&
TheoLogo cedo recebi uma mensagem de Tatiana, dizendo que iria à boate também e se eu a pegaria para acompanhá-la, tive que frisar que eu iria com a Marina. Ela parecia não entender o que isso significava, minha irmã estava precisando de um namorado. Urgente!Cadu estava chateado comigo, não gostou nada de eu ter empurrado Tati para ele. Disse que comprovou o mau gênio dela em primeira mão. Para completar tive sonhos quentes com uma ruiva muito gostosa, porém minha cama estava fria e solitária. Por consequência do meu sonho molhado, fui para um banho gelado.Me vesti e fui para a faculdade. Teria balada à noite e, provavelmente, muito animação em nosso grupo. Como previ estavam todos conversando sobre a ida à boate, as meninas falando sobre roupas, unhas... Uma lista interminável. Os caras apostavam entre si com quantas garotas