Capítulo 2

Eu não acredito que isso está acontecendo comigo!

Como esse homem me achou?

O olhar frio que direcionou a mim, ainda me arrepia.

__ Eu não vou chorar! __ Declarei para mim mesma. Nesses três meses já chorei o que tinha para chorar. Ele me achou, agora enfrentar as consequências de cabeça erguida.

Ele me beijou! Para com isso Lizandra, nem foi um beijo de verdade!

Não sei por que ele fez isso, mas, admito que mexeu comigo só um pouquinho. Droga! A quem desejo enganar? Esse roçar de lábios mexeu comigo, e como mexeu. Apenas não sei se isso é bom, ou, ruim. Eu tenho dezoito anos, nunca havia beijado alguém. Foi novo. Deve ser por isso, que o meu corpo reagiu daquela forma. É a única explicação plausível.

Só pode ser isso!

Me sento no sofá, à espera da minha amiga Meg e seus filhos. Seu nome é Megan Shimit. Naquela noite, ela, Eduardo e Marina foram meus salvadores. Conhece-los foi o meu melhor presente. Ela me colocou em seu carro antes daqueles homens me pegarem. Ela me contou que tudo foi tão rápido, que eles não viram o que os atingiu. Meg cuidou de mim, mesmo sem saber por que estava fugindo de homens armados. Ela é uma pessoa incrível. Quando acordei lhe contei tudo, e até hoje vivíamos juntos. Até aquele homem me achar.

__ Tia Liz! __ Ouvir Nina chamando-me. Eles me tratam como parte da família. Sentirei muito a falta deles, sem dúvidas. Abro meus braços, para recebe-la. O pingo de gente não espera. Corre em minha direção e se lança em cima de mim. Dudu fez a mesma coisa da irmã. Me presenteou com um abraço apertado. Eu amo tanto eles.

__ Crianças, vão lavar as mãos para o jantar, que eu preciso conversar com a tia Liz. __ Olhei para Meg, e sorri triste. Ela me conhece mesmo para saber que há algo de errado. Os pimpolhos correram para o quarto e ela olhou para mim.__ Bora, desembucha! Eu sei que tem algo errado...

Nem esperei que terminasse, me lancei em seus braços e chorei. Eu sei que disse que não choraria, porém foi mais forte que eu. Estou a ponto de ir para o desconhecido, com um homem que nunca vir na vida, e que ainda por cima me comprou, como uma mercadoria. Como isso pode dar certo?

__ Ele me encontrou Meg!

__ Quem te encontrou amiga? __ No fundo ela já sabia, só que deseja ouvir dos meus lábios.

__ O homem que me comprou... __ Megan me interrompeu nervosa.

__ Como ele te achou? Ele lhe machucou? __ Está tão preocupada, quanto eu.

__ Eu não sei como Meg, mas ele me quer. __ Ela me puxou para sentar, no sofá com ela.

__ De jeito nenhum! Isso está fora de questão. __ tentei falar só que ela me interrompeu __ Eu tenho um dinheiro guardado, não é muito, contudo dar para você se manter por um tempo.

__ Não amiga, eu prometi a ele que não fugiria... __ olhei triste para ela __ Eu preciso enfrentar meus problemas. Fugir não é mais uma opção.

__ Você não pode está falando sério. __ Falou furiosa. Se não fosse essa situação, até riria. Ela é mais baixa que eu, se isso é possível. Sorri internamente. Sentirei falta da convivência que criamos nesses três meses. Nunca fui tão recebida em um lugar.

__ Megan, ele tem tudo sobre vocês, eu não posso arriscar. __ me levantei firme __Vocês são muito importantes para mim, e assim como me ajudaram, irei retribuir o favor, indo com ele.

__ Eu nunca lhe pediria isso. __ Declarou enxugando as lágrimas.

__ Sei que não pediria, por isso eu tomei essa decisão por mim mesma. Vocês são a família que nunca tive, por isso quero protege-los. __ Assegurei decidida. Meg me abraçou forte, se conformando com minha decisão.

__ Eu sinto muito Liz... eu... __ Parou de falar pois a emoção estava vencendo-a.

__ Não sinta Meg, irei ficar bem. __ Isso não suou verdadeiro nem para meus ouvidos.

__Quando vai partir? 

__ Ainda hoje, só fiquei para me despedir.

__ Por que tanta pressa?

__ Ele não queria que eu ficasse, ainda assim deixou que eu me despedisse de vocês. __ dei de ombros __ Deixou um segurança me esperando lá fora. Megan olhou pela janela, e constatou o que falei.

__ Como ele é? __ Meg questionou curiosa.

__ Eu não sei amiga, você sabe que não conheço aquele... __ Parei de falar com raiva.

__ Não seja tola, eu estou perguntando fisicamente. __ Debochou de mim. Eu sabia sobre o que ela estava se referindo, eu estava apenas fugindo. __ O que não está me contando senhorita Lizandra Almeida?

__ Nada ora... Como você é chata! __ fiz pouco caso antes de narrar __ Ele é negro, alto, barba feita. Deve está na casa dos trinta, muito bonito, e ele me beijou. A última parte falei baixo, mas seu ouvido tuberculoso escutou.

__ Ele fez o que?

__ Eu disse, que ele me beijou. __ cruzei meus braços em defesa __ Não foi um beijo de verdade, foi, mas como um selinho.

__ Não foi um beijo de verdade, mesmo assim ficou desse jeito. Tome cuidado, com este cara amiga. __ Deliberou grave. Eu assenti, não deu tempo responder por que as crianças entram correndo pela sala.

__ Vamos jantar criança! __ Falei com uma falsa alegria. Sentamos e comemos. Quando terminamos nos reunimos na sala, para conversar. Era sempre lei fazermos isso, para saber como os pequenos estão, saber sobre o dia deles. Conquanto, hoje é diferente.

__ Meninos, a tia precisa conversar com vocês. __ Sorri triste. Sentei no sofá e chamei eles, para perto de mim. Dudu ficou em pé do meu lado e Nina sentou em meu colo. 

__ O que foi tia Liz? __ Nina indagou. Ela possui cinco anos, mas é muito inteligente. Não duvido nada, que no futuro se torne uma presidenta.

__ A tia precisa conta algo a vocês. __ comecei delicadamente __ Eu terei que ir embora hoje, não se preocupem, não é da cidade... contudo, daqui da casa de vocês.

__ Por que isso tia? __ Dudu inquiriu entristecido. Ele tem oito anos de idade, sabe como algo não está bem. É um menino sensível, e amoroso. Sorriu para eles para disfarçar minha angustia.

__ Porque é preciso meu amor. Vocês​ são muitos pequenos para entender​ agora, basta confiar em minhas palavras. Eduardo fez uma cara feia, por que o chamei de criança. Não aguentei e fiz cocegas arrancando sorriso dos dois. 

__ Chega tia, eu aceito... __ Falou com dificuldades.

__ Assim é melhor! __ afaguei o cabelo dos dois __ Amo os dois de todo coração, quando for possível ligarei para vocês e visitarei também. Me levantei abracei as crianças novamente e fui até minha amiga que chorava em silêncio.

__ Obrigada por tudo Meg, você foi o meu anjo. __ Sai logo em seguida chorando baixinho. Não levei nada. Tudo que eu tinha pertence a Megan, que me emprestou. Para dizer que não levo nada, a única coisa que fiz questão de trazer comigo foi uma foto que tem nós quatro. Estamos feliz nela, e é assim que desejo me lembrar.

Cheguei perto do carro e um homem desceu. Ele está sério. Abriu a porta do veículo, assim que me acomodei no interior quente e convidativo respirei fundo. Eu nem percebi quando o homem entrou novamente e deu partida. Meus olhos estavam cravados nas três pessoas que mais me importo nesse mundo.

__ Boa noite senhorita! __ Ouvir o homem falando. Quando olhei para ele o mesmo sorria, e estava estendendo um lenço para mim.

__ Boa noite senhor! Agradeço pela gentileza. __ Recebi um sorriso em troca.

__ Me chamo Mark Solomon, porém, pode me chamar pelo primeiro nome.

__Tudo bem Mark, é uma satisfação conhece-lo. Chame-me apenas de Liz __ Falei com sinceridade.

__ Eu sou o chefe de segurança do senhor Wanny! __ Declarou respeitoso.

__ Como ele se chama? __ Perguntei disfarçando minha curiosidade.

__ O seu nome é Dominik Wanny, tudo será esclarecido por ele, apenas tenha paciência.

Uma resposta muito feia sairia dos meus lábios, se eu não freasse antes. Esse tal de Wanny me comprou, e eu ainda teria que ter paciência com ele. Estava tão distraída que não vir o carro entrando em uma propriedade. Fiquei maravilhada, com a imponência do lugar. Uma mansão enorme na cor azul lavanda. Mas o que me atraiu foi o jardim. Há tantas flores diferentes e coloridas. É impressionante.

__ Incrível né? __ Mark comentou olhando na mesma direção. Concordei com a cabeça. Não estava muito afim de conversar. Não sei quanto tempo fiquei encarando, mas acho que foi uns bons minutos. O chefe de segurança me guiou para dentro da casa.

__ impressionante! __ Falei quando vir a casa por dentro.

É tudo tão claro e brilhante. Logo quando entramos dei de cara com uma longa escada negra. E tão sombrio, e ao mesmo tempo lindo. O chão brilhava com o porcelanato caro. As paredes são todas brancas e no teto um belo lustre todo de cristal. Céus, esse Dominik tem muito dinheiro.

__ Foi o próprio senhor Wanny que escolheu como queria a mansão. __ fechou o sorriso antes de concluir __ Preciso que não comente com ninguém sobre a senhorita ser comprada pelo chefe. Apenas três pessoas nessa casa sabem. Eu, a senhorita e o senhor Wanny.

Assenti a contragosto. Mark chamou uma jovem para me acompanhar até o quarto. Não quis gostar do lugar, mas admito para mim mesma que é lindo. Deslumbrante.

__ Qual é o seu nome? __ Perguntei a jovem que me ajudou.

__ Joan senhora! __ Sorriu.

__ Me chamo Lizandra, mas pode me chamar de Liz. __ sorri amistosa __ Eu preciso de um banho, acha que pode arranjar algo para vestir?

__ Tem tudo que precisa no closet. Algo mais? __ sorriu educada.

__ Não, agradeço mais uma vez. Tenha um boa noite Joan! A garota saiu com um sorriso nos lábios. Fui olhar o closet e quase caiu para trás. Não sei se essas roupas vão dar em mim. São tão lindas. Escolhi uma camisola azul turquesa. Ela vai até minhas coxas. Assim que tomei banho, me joguei na cama, quando olhei para o lado vir um livro em cima da mesinha. Sem ter o que fazer o peguei para ler. O autor é Júlio Verne, e quando li o titulo não contive meu sorriso.

__ Um herói de quinze anos, de 1878, magnifico! __ Comecei a ler animada. Mesmo que aquele homem queira dominar meus pensamentos, eu não irei deixar. Preciso ser forte. Me concentrei ainda mais na leitura, assim, nenhuma pessoa indesejada tomara espaço onde não deve. E espero que isso funcione sempre...

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