Murilo estendeu a mão e envolveu a cintura de Lavínia, puxando ela para si. A distância entre os dois diminuiu tanto que só restava o espaço de um dedo.Lavínia, que já estava meio ajoelhada, imediatamente se endireitou, surpresa com o movimento repentino dele. A mão que ela tinha colocado na têmpora dele rapidamente desceu para o ombro largo dele.A respiração dos dois estava incrivelmente intensa, seus suspiros se misturando na pele um do outro.Em um instante, Lavínia entendeu a intenção dele.Nesse aspecto, ela estava muito à frente de Lorena; nunca sentiu vergonha ou constrangimento.Ela piscou e disse:— Você não fez quatro cirurgias hoje?O que ela queria dizer era: "Você não está cansado? Ainda tem energia para isso?"Murilo, com seus óculos de aro dourado, adquiriu uma aura de sensualidade contida e quase diabólica. Agora, seus olhos, por trás das lentes, exibiam uma expressão perigosa.— O que, você está duvidando das minhas habilidades? — Perguntou ele, apertando os olhos.L
Hebe assistia à cena de lado, soltando algumas risadinhas baixas. Em uma discussão, Caetano sempre acabava sendo o lado derrotado. — Não pense que eu não sei que você andou investigando sobre mim. — Lorena foi direta ao ponto e revelou a verdade. Caetano sabia que estava errado, mas ainda assim respondeu com toda a autoridade: — Hmpf, ingrata! Fiz isso porque estava com medo de que você fosse enganada e ainda ajudasse a contar o dinheiro dos outros! Lorena o olhou como se estivesse diante de uma pessoa com sérios problemas mentais. Antes que ela pudesse responder, Hebe a interrompeu: — Você a conhece há tanto tempo e já a viu ser passada para trás por alguém? — Hebe lançou um olhar para Lorena, com um sorriso sedutor nos lábios. — Ela já é misericordiosa por não fazer os outros perderem tudo o que têm. Caetano ficou sem palavras. Principalmente porque o que Hebe disse fazia sentido. Mas ele simplesmente não conseguia engolir o fato de Guilherme ter o privilégio de m
Mansão da família Amorim.— Socorro! Socorro! A Melissa tentou suicídio!Um grito de terror ecoou por toda a mansão.O pessoal todo, reunido na sala, correu para o segundo andar.Lorena, com seus olhos frios e altivos, olhou na direção daquele quarto no segundo andar e subiu com passos preguiçosos.O quarto estava repleto de pessoas, mas era grande o suficiente.Lorena levantou os olhos e examinou o quarto. A decoração e a disposição dos móveis mostravam uma opulência dourada, revelando o quanto a pessoa que morava ali era mimada.Um traço de escárnio frio passou por seus olhos.— O que está acontecendo? — Uma voz furiosa soou.Um empregado, ajoelhado no chão com a cabeça baixa, tremendo, disse:— Sr. Daniel, acabamos de chamar na porta da Melissa e encontramos ela deitada, sem se mexer. Vimos uma carta de despedida e uma garrafa de pílulas para dormir ao lado da cama."Carta de suicídio? Pílulas para dormir?"Os rostos de todos estavam chocados e aterrorizados.Lorena ficou um pouco s
Lorena sorriu e não respondeu à pergunta dele. Em vez disso, se virou e caminhou em direção ao elevador. Depois de dar alguns passos, parou, girou suavemente sobre os calcanhares e disse, num tom preguiçoso: — A propósito, tudo o que eu disse sempre será para valer. — Terminando a frase, entrou no elevador sem olhar para trás. Felipe ficou parado, franzindo a testa, observando ela desaparecer de vista. Naquele momento. No jardim dos fundos do Hospital Esperança. Ao lado de um portão arqueado, em um banco de pedra sob uma grande figueira. Se sentavam um senhor idoso de cabelos brancos e um homem de aparência nobre e elegante. — Guilherme, você já tem vinte e oito anos e ainda não tem uma mulher. Estou começando a me envergonhar de você. — Disse o velho com uma voz cheia de energia. O homem, encostado no banco, ouviu sem alterar a expressão. Suas longas pernas estavam cruzadas, as mãos repousavam sobre os joelhos, exibindo uma postura de nobreza e elegância. Ele possu
Heitor voltou para a empresa intrigado. "Sr. Guilherme, que nunca se mete em assuntos alheios, hoje resolveu intervir?""Será que o Sr. Guilherme, sempre tão reservado, está prestes a se apaixonar?""Amor à primeira vista?"A mulher de hoje era realmente muito bonita, talvez até bonita demais."Mas aqueles que se apaixonam à primeira vista geralmente são atraídos pela aparência. Será que a reserva do Sr. Guilherme nos últimos anos era apenas fachada?"Heitor sentiu que havia descoberto um grande segredo.Ele olhou humildemente para o Guilherme, que emanava uma aura fria, e disse cautelosamente:— Sr. Guilherme, sobre o ocorrido hoje, prometo manter segredo.Guilherme estreitou os olhos com desconfiança, olhou para ele friamente e disse:— Está sem trabalho ultimamente?Heitor sentiu um arrepio na espinha e rapidamente negou:— Não, não.Aprender a não comentar o que se descobre é uma habilidade que Heitor desenvolveu ao longo dos anos ao lado do Sr. Guilherme, uma espécie de ferramenta
Ala do hospital.Lorena cruzou os braços, encostada preguiçosamente na parede do corredor, com uma perna dobrada contra a parede.Ela só se endireitou quando uma figura alta apareceu em sua frente.Assim que ficou de pé, a voz fria de Felipe soou em seus ouvidos:— Lorena, você me decepcionou demais! Quando você se tornou tão fria e cruel? Como ousou jogar sua irmã na água, sabendo que ela não sabe nadar? Por que insiste em colocá-la em perigo repetidamente?Lorena estreitou os olhos amendoados, que pareciam envoltos em uma camada de gelo. Ela levantou as pálpebras e fixou o homem à sua frente.Quando Felipe viu o olhar frio dela, hesitou por um momento. Seus olhos brilhantes, como névoa se dissipando, exalavam uma frieza e um orgulho que o deixavam muito desconfortável.— Você simplesmente não muda. Mel sempre te protegeu e defendeu, mesmo antes de desmaiar, ainda estava te defendendo. Você não sente remorso? Sua consciência foi devorada por cães?Quanto mais Felipe falava, mais irrit
— Não precisa se preocupar com isso. Além disso, avise a todos que teremos uma reunião em dez minutos.A voz fria e clara de Lorena transmitiu essas duas frases simples.Henrique já estava ao lado de Lorena há quatro anos, e o estilo de trabalho dela sempre foi direto ao ponto, sem palavras desnecessárias e sem fazer nada inútil.— Sim, Presidente Lorena.Em dez minutos, Lorena revisou vários documentos rapidamente e tomou decisões ágeis.Sala de reuniões.Lorena entrou vestida com um traje profissional branco simples, uma calça social justa de perna larga e calçando sapatos de salto alto bege. Ela emanava uma aura fria de rainha.Todos os presentes estavam nervosos, mal ousando respirar. Eles já haviam testemunhado os métodos de Lorena e temiam a jovem presidente. Ela sempre agia de forma decidida e direta.— Departamento de Marketing, como estão os resultados da fase de testes preliminares do perfume Série do Tempo? — Lorena perguntou friamente, com um olhar afiado para o gerente de
Quando a porta se abriu.A primeira coisa que se viu foi uma silhueta de costas, mãos nos bolsos, um corpo alto e esguio em frente à janela panorâmica.Aquela silhueta emanava uma sensação de opressão e, ao mesmo tempo, uma solidão profunda, despertando uma curiosidade inexplicável nela.Lorena franziu ligeiramente as sobrancelhas e caminhou para dentro com seus saltos altos.O atendente, sensato, fechou a porta.Lorena sempre detestou enrolar. Dois segundos depois de entrar, olhou para aquela figura imponente e disse:— Senhor, olá, sou a pessoa com quem você está... — Se encontrando.Ela não terminou de falar. Ao ver o homem se virar, um rosto familiar, mas estranho, a deixou atônita.— Como? é você?O homem distinto e bonito do dia anterior à beira do lago.Guilherme, ao vê-la, também ficou um pouco surpreso.Hoje, ela estava completamente diferente de ontem. Ontem com um estilo casual e fresco, hoje com um traje profissional, parecia competente e madura, mas sem perder a beleza ele