Heitor estava prestes a bater na porta quando, como se fosse um sopro de vento, a porta foi aberta abruptamente por alguém do lado de dentro. Ele ficou atordoado por um momento, mas, em um movimento ágil e rápido, deu um passo para o lado, cedendo passagem. — Sr. Reginaldo, o senhor... As palavras que estavam na ponta de sua língua foram imediatamente engolidas ao receber um olhar gélido e cortante de Reginaldo. Ele não ousou dizer mais nada. Com passos longos e elegantes, Reginaldo saiu. Heitor ficou indeciso se deveria segui-lo para abrir a porta do elevador, mas... pensando em sua própria segurança, achou melhor não. Ao mesmo tempo, uma dúvida surgiu em sua mente: "O que o Sr. Guilherme fez para irritar o Sr. Reginaldo a ponto de deixá-lo tão furioso?" Ele ficou parado na entrada por mais alguns segundos antes de dar os primeiros passos para dentro do escritório, fechando a porta atrás de si. — Sr. Guilherme. Ele olhou para o homem sentado na cadeira de chefe, cuja
Guilherme perguntou a ela: [Com quem você está no café?] Lorena imaginou, em sua mente, a expressão do homem enquanto digitava essa frase. Aparentemente simples, mas carregada nas entrelinhas de uma emoção que ele queria transmitir. Com um brilho de malícia nos olhos, ela respondeu imediatamente: [Com alguém que pode te deixar com ciúmes.] Assim que a mensagem foi enviada, ele respondeu instantaneamente: [Quem?] Apenas uma palavra foi suficiente para demonstrar a aura poderosa do homem. Nesse instante, as palavras de Melissa chegaram aos ouvidos de Lorena. Ela ergueu a cabeça com uma expressão de "isso não tem nada a ver comigo", o olhar transbordando indiferença. — Fale sobre algo que importe! A mensagem nas entrelinhas era clara: "Pare de falar essas besteiras!" Melissa, vendo Lorena tão calma e indiferente, ficou um tanto incrédula. Ignorando o aviso de Lorena, repetiu com ênfase: — Lorena, eu disse que cheguei à final do Concurso Internacional de Perfumes. Lor
Melissa não quis mais rodeios, e o primeiro objetivo de sua busca por Lorena já havia sido alcançado. — Você não vive desconfiando da verdadeira causa da morte da sua mãe? — Melissa exibiu um sorriso enigmático. — Na verdade, sua mãe não morreu de doença. Ao ouvir isso, o rosto impecável de Lorena permaneceu tranquilo, mas seus olhos já estavam cobertos por uma camada de frieza. Melissa, no entanto, não parecia disposta a entrar em muitos detalhes. Ela mudou de assunto: — Se você quiser informações específicas, amanhã às duas da tarde vá até este lugar. Alguém vai lhe entregar o que você quer. — Tirou um pedaço de papel da bolsa e colocou no meio da mesa. — Se lembre, vá sozinha. Havia um tom de advertência em suas palavras. Lorena abaixou levemente as pálpebras, lançou um rápido olhar para o endereço escrito no papel e, no instante seguinte, Melissa o pegou de volta, o rasgando em pedaços e os jogando na lixeira ao lado. Ela sabia que Lorena tinha boa memória e não se pr
Quando Guilherme chegou ao lado de Lorena, todos já haviam reconhecido a identidade dela. Os presentes permaneceram em seus lugares, atentos, prontos para assistir ao vivo à demonstração de afeto do casal. As várias vezes em que os dois apareceram nos assuntos mais comentados da internet encantaram a todos; a doçura entre eles era viciante. Sem mencionar a aparência dos dois, que, juntos, pareciam desafiar as leis da natureza de tão perfeitos que eram. Assim que Guilherme se aproximou, Melissa endireitou automaticamente a postura, tentando exibir sua melhor versão, uma imagem de sofisticação e elegância. Mas... ele nem sequer olhou para ela. Nem de canto de olho. Pior ainda, as poucas palavras que ele disse pareceram fugir completamente do que se esperava de um presidente do Grupo JM. O olhar de Guilherme, ao encontrar Lorena, transbordava uma ternura evidente, mas ao mesmo tempo sua presença exalava uma frieza intimidante que afastava qualquer pessoa. — Presidente Guilher
Mas aquela mulher, ao mesmo tempo bela e destemida, sempre trazia surpresas inesperadas. Com um leve sorriso no olhar, ela fixou os olhos no homem com tranquilidade e perguntou: — Uma flor de pessegueiro, comum e fácil de encontrar, e uma rosa, rara como uma estrela da manhã. Sr. Guilherme, com sua vasta experiência em julgar pessoas, qual delas você escolheria? Guilherme respondeu sem hesitar: — Escolho apenas você. Todos ao redor não conseguiam sentir outra coisa além de inveja do casal. Bastava que estivessem juntos para exalarem uma aura que fascinava qualquer um. Melissa, mesmo completamente consumida por ciúmes e insatisfação naquele momento, precisou se controlar. No entanto, suas mãos, caídas ao lado do corpo, estavam firmemente cerradas em punhos. Os músculos de seu rosto estavam tensos e até tremiam levemente, embora ela mesma não tivesse percebido. Às vezes, por mais perfeita que pareça a fachada, os movimentos do corpo acabam revelando as emoções mais profunda
Ele avançou e disse: — Sr. Guilherme, o Sr. Jerônimo voltou. Assim que Lorena ouviu que ele tinha uma visita, comentou: — Pode continuar com seus assuntos, eu me viro. Mas Guilherme respondeu: — Não tem problema, venha conhecê-lo também. Ele se chama Jerônimo, é filho do tio Zeca. "Tio Zeca? Não seria o Zeca, irmão do Edson? Ele veio aqui para ajudar o Edson a buscar justiça?" Desde aquele incidente, Lorena não tinha ouvido mais nada sobre Edson. Com um único olhar para ela, Guilherme parecia já saber o que ela estava pensando e explicou: — Jerônimo é filho da esposa legítima do tio Zeca. Faz muito tempo que ele não vem para casa. Ao ouvir isso, os olhos de Lorena se moveram levemente. Ah, então era isso. — Ele é mais velho ou mais novo que você? — Perguntou ela, casualmente. — Da mesma idade que o Thomas. — Respondeu ele, enquanto segurava a mão dela e a conduzia em direção ao escritório. Ao entrar, Lorena viu sentado no sofá um homem cuja expressão e postura
— Nossos homens, nenhum sobreviveu, e ainda foram desmembrados. — Ao dizer isso, Jerônimo fez uma pausa.De repente, o homem sentado à sua frente, que até então mantinha uma expressão impassível, teve seu rosto transformado por uma fúria instantânea. Seus olhos profundos se tornaram tão escuros que pareciam imersos em tinta preta, emanando uma frieza mortal.Jerônimo provavelmente nunca esqueceria a cena que viu. Embora eles frequentemente se movessem em áreas cinzentas, a crueldade daquele método extremo era indescritível em palavras.Perder algumas centenas de milhões em uma mina de ouro não era um pequeno problema, mas o que mais o incomodou foi a brutalidade distorcida de suas ações.Ele investigou por vários dias, mas não encontrou nenhuma informação nova, exceto por uma coisa: o símbolo que ele encontrou e o que ele representava.Se ouviu que, sempre que alguém do grupo Base Pioneira executa uma missão, deixa um símbolo no local, como uma assinatura de sua autoria.Talvez, por se
Após sair, Lorena foi direto para o lounge. Procurar Heitor era apenas uma desculpa. Mas o que realmente a preocupava era o fato de Jerônimo ter mencionado a organização Base Pioneira. "Por que ele mencionou isso?" Parecia que ela precisaria investigar mais a fundo. De qualquer forma, não queria que Guilherme tivesse nenhum envolvimento com essa organização. Então, fez uma ligação. O telefone tocou por um tempo até que alguém finalmente atendeu. Do outro lado, Caetano estava claramente irritado: — Alô, aquele cachorro me acordando no meio da noite… Não quer viver... Lorena franziu a testa e respondeu, cortante: — Sou eu! Caetano, ainda meio adormecido, ao ouvir a voz familiar, despertou de imediato, seus olhos se arregalaram e ele saltou da cama de uma vez. Após alguns segundos, conseguiu falar com a voz rouca: — O que foi? Lorena foi direto ao ponto: — Como estão as investigações? Caetano sabia exatamente do que ela estava falando, e com um gesto imp