Mas aquela mulher, ao mesmo tempo bela e destemida, sempre trazia surpresas inesperadas. Com um leve sorriso no olhar, ela fixou os olhos no homem com tranquilidade e perguntou: — Uma flor de pessegueiro, comum e fácil de encontrar, e uma rosa, rara como uma estrela da manhã. Sr. Guilherme, com sua vasta experiência em julgar pessoas, qual delas você escolheria? Guilherme respondeu sem hesitar: — Escolho apenas você. Todos ao redor não conseguiam sentir outra coisa além de inveja do casal. Bastava que estivessem juntos para exalarem uma aura que fascinava qualquer um. Melissa, mesmo completamente consumida por ciúmes e insatisfação naquele momento, precisou se controlar. No entanto, suas mãos, caídas ao lado do corpo, estavam firmemente cerradas em punhos. Os músculos de seu rosto estavam tensos e até tremiam levemente, embora ela mesma não tivesse percebido. Às vezes, por mais perfeita que pareça a fachada, os movimentos do corpo acabam revelando as emoções mais profunda
Ele avançou e disse: — Sr. Guilherme, o Sr. Jerônimo voltou. Assim que Lorena ouviu que ele tinha uma visita, comentou: — Pode continuar com seus assuntos, eu me viro. Mas Guilherme respondeu: — Não tem problema, venha conhecê-lo também. Ele se chama Jerônimo, é filho do tio Zeca. "Tio Zeca? Não seria o Zeca, irmão do Edson? Ele veio aqui para ajudar o Edson a buscar justiça?" Desde aquele incidente, Lorena não tinha ouvido mais nada sobre Edson. Com um único olhar para ela, Guilherme parecia já saber o que ela estava pensando e explicou: — Jerônimo é filho da esposa legítima do tio Zeca. Faz muito tempo que ele não vem para casa. Ao ouvir isso, os olhos de Lorena se moveram levemente. Ah, então era isso. — Ele é mais velho ou mais novo que você? — Perguntou ela, casualmente. — Da mesma idade que o Thomas. — Respondeu ele, enquanto segurava a mão dela e a conduzia em direção ao escritório. Ao entrar, Lorena viu sentado no sofá um homem cuja expressão e postura
— Nossos homens, nenhum sobreviveu, e ainda foram desmembrados. — Ao dizer isso, Jerônimo fez uma pausa.De repente, o homem sentado à sua frente, que até então mantinha uma expressão impassível, teve seu rosto transformado por uma fúria instantânea. Seus olhos profundos se tornaram tão escuros que pareciam imersos em tinta preta, emanando uma frieza mortal.Jerônimo provavelmente nunca esqueceria a cena que viu. Embora eles frequentemente se movessem em áreas cinzentas, a crueldade daquele método extremo era indescritível em palavras.Perder algumas centenas de milhões em uma mina de ouro não era um pequeno problema, mas o que mais o incomodou foi a brutalidade distorcida de suas ações.Ele investigou por vários dias, mas não encontrou nenhuma informação nova, exceto por uma coisa: o símbolo que ele encontrou e o que ele representava.Se ouviu que, sempre que alguém do grupo Base Pioneira executa uma missão, deixa um símbolo no local, como uma assinatura de sua autoria.Talvez, por se
Após sair, Lorena foi direto para o lounge. Procurar Heitor era apenas uma desculpa. Mas o que realmente a preocupava era o fato de Jerônimo ter mencionado a organização Base Pioneira. "Por que ele mencionou isso?" Parecia que ela precisaria investigar mais a fundo. De qualquer forma, não queria que Guilherme tivesse nenhum envolvimento com essa organização. Então, fez uma ligação. O telefone tocou por um tempo até que alguém finalmente atendeu. Do outro lado, Caetano estava claramente irritado: — Alô, aquele cachorro me acordando no meio da noite… Não quer viver... Lorena franziu a testa e respondeu, cortante: — Sou eu! Caetano, ainda meio adormecido, ao ouvir a voz familiar, despertou de imediato, seus olhos se arregalaram e ele saltou da cama de uma vez. Após alguns segundos, conseguiu falar com a voz rouca: — O que foi? Lorena foi direto ao ponto: — Como estão as investigações? Caetano sabia exatamente do que ela estava falando, e com um gesto imp
Naquele momento, ela não pensou duas vezes e disse diretamente: — Vou te marcar uma consulta com um neurologista, para ver se não tem algum problema no cérebro. — Essa resposta realmente era do estilo dela, mas logo depois fez uma pausa e, com a voz tranquila, acrescentou: — Gostar de mim não é lá grande coisa, afinal, sou uma pessoa que sempre prefere viver sozinha. Ele, claro, sabia muito bem o que ela queria dizer. Ela estava dizendo: "Se alguém gostar dela, ela não vai responder, e talvez nem sequer consiga ser amigo."Por isso, ele apenas respondeu, em tom de brincadeira: — Estou só brincando, você leva tudo a sério. Nem quero ser seu amigo, você dá muito trabalho, e ainda tem um monte de problemas. Eu sou a última pessoa que gosta de confusão. Depois disso, nunca mais tocaram nesse assunto.Lorena desligou o telefone com Caetano. Não estava brava com ele, mas realmente queria dar uma resposta afiada. No entanto... a última coisa que ele disse tocou exatamente no ponto
O carro entrou por um portão de ferro de mais de dois metros de altura. Não demorou muito para parar em um estacionamento que parecia ser maior do que sete ou oito quadras de basquete. Mas isso não era o principal. O principal era que, ali perto, estavam estacionados dois helicópteros. Nos helicópteros, havia um desenho que lembrava um tigre, mas não era exatamente um tigre, apenas se assemelhava a um. Ela achou o símbolo familiar, como se alguém já o tivesse mostrado para ela, mas não conseguiu lembrar de imediato. Antes que conseguisse, a voz profunda e agradável do homem soou: — Chegamos, pode descer. O homem já havia saído do carro e estava à frente da porta, estendendo a mão para ela. Ela, sem hesitar, colocou a mão na dele. Depois de sair do carro, ela olhou ao redor. O lugar não parecia um local comum para se morar, nem um destino turístico. Pelo contrário, parecia mais uma base secreta, pois o lugar estava cercado por arame farpado. Se nada estivesse errado, e
Lorena hesitou por um momento.Ela repetiu mentalmente: "Será que é tão complicado assim?"— Então, deixa eu fazer mais uma pergunta. Vocês não sabem que o chip está danificado, sabem? Ela fez essa pergunta porque, se soubessem que o chip havia sido danificado pela Cifra Sombra, não estariam procurando por ela para repará-lo."Quem iria procurar um 'assassino' para ajudar, não é?"Pietro fez um som de surpresa e disse:— Como você soube? É verdade, está bem estranho, não conseguimos encontrar essa pessoa até agora.Ao ouvir isso, Lorena entendeu, e uma ideia se formou em sua mente.— Certo, então me leve até lá, farei o meu melhor. —Disse ela, voltando o olhar para o homem que segurava sua mão, com um tom bem humilde.Guilherme a conduziu até o elevador e a levou até ao sexto andar. Depois, atravessaram várias portas inteligentes de alta tecnologia.Cerca de dez minutos depois, chegaram a uma área espaçosa.Ali, só se ouvia um som: o som dos teclados sendo digitados.À sua frente, hav
— Desculpe, Sr. Guilherme, será que o senhor poderia sair também?Guilherme achou que talvez estivesse ouvindo coisas, levantou uma sobrancelha e indicou que ela repetisse, pois não tinha entendido direito.Lorena repetiu pacientemente e, em seguida, lançou um sorriso inocente e natural, tão quente quanto a primavera, mas... ele não sentiu nenhum calor.Do lado de fora, Pietro e os outros ficaram um pouco surpresos ao vê-lo saindo.Pietro, que não costumava se calar, riu zombeteiramente:— Foi sua esposa que mandou você sair?João imediatamente emendou:— Realmente, tudo tem seu momento.Jerônimo comentou:— Isso é o que chamam de roda da fortuna.Antes, eles haviam sido expulsos por Guilherme; agora, ele é quem foi mandado embora pela esposa. Isso, de certa forma, os equilibrava.Guilherme apertou os lábios finos, seus olhos negros como jade se estreitaram levemente enquanto ele lançava um olhar frio aos três, sem querer se dar ao trabalho de explicar.No quarto.O rosto delicado de