Logo, Vítor voltou. Atrás dele vinha um homem de porte imponente, vestindo um casaco preto. O rosto do homem exalava um misto de elegância serena e um enigma insondável. — Senhor, por aqui, por favor. — Vítor estendeu a mão, indicando com a palma aberta a direção da sala de estar. — A senhora Santos está na sala. Odair acenou educadamente com a cabeça. Ao vê-lo, Lorena ficou ligeiramente surpresa. Ela realmente não esperava que Odair viesse até a mansão para encontrá-la. — Odair. — Ela se levantou e o chamou. Odair olhou para ela e exibiu um sorriso gentil, respondendo com um leve "hm". Em seguida, lançou um olhar ao homem sentado no sofá, imóvel, com o rosto frio. Apesar disso, o sorriso de Odair permaneceu inalterado. Lorena moveu discretamente os olhos entre os dois e, sem chamar atenção, esticou o pé para dar um leve chute na perna do homem que estava sentado como um verdadeiro "dono do pedaço". Guilherme pausou por um instante. Ele ergueu levemente a cabeça e
Se passou um momento. Odair ergueu o olhar para ela e finalmente falou: — Dámaso teve problemas. As pupilas de Lorena se contraíram. A luz em seus olhos gradualmente desapareceu, e seu corpo estremeceu involuntariamente. — Há meio mês, ele foi até minha casa. Porém, na mesma noite, ao voltar, foi emboscado no meio do caminho. A viagem era confidencial, então ele estava acompanhado apenas por duas pessoas: um motorista e um guarda-costas. Mas do outro lado havia mais de vinte homens, todos armados. Quando chegamos ao local, encontramos apenas os corpos do motorista e do guarda-costas. Dámaso havia desaparecido. Até agora, ninguém sabe se ele está vivo ou morto. A Casa Imperial de Althéa abafou o caso, e ninguém sabe que ele está desaparecido. Quando Odair terminou de falar, o rosto de Lorena estava assustadoramente sombrio. Seus olhos, antes brilhantes, haviam escurecido, como se envoltos em uma camada de gelo. Com as mãos cerradas em punho, ela tentava controlar a torrente
O tempo voa. Num piscar de olhos, chegou o dia de Natal. Para muitas pessoas, talvez o Natal de todos os anos seja sempre igual, passado ao lado da família ou com os irmãos e irmãs. Mas, para Lorena, este Natal era diferente. Guilherme saiu cedo para ir à empresa e, na hora do almoço, os dois foram ao Sanatório Harmonia buscar Sarah para almoçarem juntos. A ideia inicial era levar Sarah para a antiga mansão da família Santos, mas ela recusou, dizendo que almoçar juntos era suficiente e que estava acostumada com a tranquilidade. Felizmente, o estado de saúde de Sarah estava muito bom, o que deixou Lorena mais tranquila, especialmente sabendo que Maia estava por perto para cuidar dela. Sempre que se encontravam, Sarah lançava um olhar discreto para a barriga de Lorena, tentando descobrir se ela já estava grávida. Lorena sabia que a avó realmente queria que ela tivesse um bebê, mas... Às três da tarde, os dois voltaram juntos para a antiga mansão da família Santos. — Aca
O homem lançou a ele um olhar frio e cheio de desprezo, como se aquele irmão mais novo não tivesse a menor importância para ele. Thomas, no entanto, tinha certa sensibilidade para perceber as situações. Seu irmão estava com o rosto fechado, uma expressão séria no belo rosto, e seus olhos estavam avermelhados, como se estivesse prestes a explodir de raiva. — Irmão, você não está se sentindo bem ultimamente? Seus olhos estão vermelhos. Que tal pedir para o Murilo dar uma olhada? Assim sua esposa não ficará preocupada. Ele realmente estava sendo genuíno ao dizer isso, extremamente sincero, mas... seu irmão lançou aele um olhar reprovador antes de soltar uma frase afiada: — Você é tão idiota que não me surpreende o fato de você não ter nem uma namorada! — E se virou, saindo dali. Thomas ficou parado, olhando melancolicamente para as costas largas e elegantes de seu irmão enquanto ele se afastava. Idiota? Ele? Afinal, seu QI era de 200, ora essa! "O que ele quer dizer com eu
Davi e Nicolas foram para o quintal jogar xadrez, enquanto Michele e Joana seguiram para a cozinha para ajudar. Nos feriados, Michele normalmente ficava responsável por preparar as refeições. Na sala, restaram apenas os dois irmãos. Um deles estava relaxado, com a cabeça baixa, mexendo no celular. O outro, com a expressão fechada, as pernas cruzadas e encostado no sofá como se fosse uma estátua, permanecia imóvel. Os olhos negros e profundos do homem estavam fixos na figura de duas pessoas no quintal, uma grande e outra pequena. Seu olhar transparecia irritação e insatisfação. Thomas percebeu que o clima na sala estava pesado. Ao levantar os olhos, se deparou com o rosto claramente mal-humorado e descontente de Guilherme. Curioso, seguiu o olhar do irmão em direção ao quintal. Depois de alguns segundos de reflexão, Thomas voltou a olhar para Guilherme com um sorriso divertido no rosto. — Irmão, você não vai me dizer que está com ciúmes de uma criança de menos de três anos
Já passava das onze horas. O casal retornou ao pátio da casa de Davi, finalmente, após considerável demora. Na sala de estar estavam Nicolas, Michele, Joana e Thomas, mas não havia sinal de Davi, que provavelmente já havia se recolhido para dormir. Afinal, os mais velhos não conseguem ficar acordados até tão tarde. Os três presentes olharam para o casal ao entrar, sem dizer nada, mas seus olhares carregavam uma mensagem repleta de significados implícitos. Exceto por Thomas, que ainda era um "cachorro solteiro", os outros eram experientes no assunto. Bastou uma olhada para entender tudo. Especialmente Lorena, com seus olhos claros ligeiramente úmidos e ainda avermelhados, indicando que havia "chorado" há pouco tempo, além dos lábios levemente inchados, evidências claras de carícias recentes. Depois de desaparecerem por mais de duas horas, ninguém acreditava que os dois tivessem apenas trocado beijos inocentes. Lorena estava um tanto sem graça. Limpou a garganta, cumpri
Thomas engoliu em seco. Ele queria muito dizer que nem uma mosca fêmea estava ao seu lado, quem ele poderia ter desrespeitado? Mas ele não ousou dizer nada, apenas acenou com a cabeça de forma tímida. ... À meia-noite. Guilherme segurou a mão dela e a levou até a sacada aberta no segundo andar. — Por que viemos aqui? — Ela perguntou, curiosa, em voz baixa. De repente, se ouviu um som abafado, e fogos de artifício, com suas faíscas avermelhadas, começaram a subir ao céu. Alguns estalos claros iluminaram a escuridão da noite, transformando o céu em um oceano de luzes cintilantes. Os fogos de artifício explodiam no céu de forma inesperada, exibindo lindos sorrisos multicoloridos que eram de tirar o fôlego. Após o espetáculo de luzes, as explosões dos fogos deixavam no céu rastros brilhantes, como pedras preciosas, que logo caíam como uma cascata de estrelas, lentamente desaparecendo. Era uma visão deslumbrante. O homem estava parado ao lado dela. Ela olhava para cima, ad
Depois de desligar o telefone, ela contou tudo no pequeno grupo que tinha com mais duas pessoas. Logo, Lavínia sugeriu uma ideia: — E se criarmos uma oportunidade para o meu tio trair? Assim, teríamos provas para o divórcio, não é?Lorena estava com Guilherme naquele momento. Sem se importar com a presença dele, ela colocou o áudio de Lavínia no viva-voz. Aquela sugestão de Lavínia, cheia de indignação e sacrifício, ecoou diretamente nos ouvidos dos dois. Lorena estava bebendo água e, ao ouvir, parou por um instante. Que ideia absurda Lavínia havia inventado! Guilherme lançou um olhar para ela, levantando levemente as sobrancelhas. Ela também o olhou de volta e, instintivamente, quis saber sua opinião: — O que você acha? Dá para fazer? Ela perguntou puramente por curiosidade. Afinal, os dois eram bons amigos, e Guilherme provavelmente tinha uma noção de quão fácil seria enganar Reginaldo. Guilherme hesitou por um momento. Naquele instante, ele simplesmente não con