Do outro lado, atenderam rapidamente. Lavínia suspirou profundamente: — Lorena, eu acabei falhando. Lorena, por outro lado, não pareceu surpresa. Então, Lavínia começou a despejar, em detalhes e com emoção, tudo o que havia acabado de passar com Murilo. Ao ouvir isso, Lorena não conseguiu evitar que seu olho se contraísse ligeiramente e, com um toque de resignação, disse: — Você tem certeza de que foi um desentendimento? Não parece mais uma exibição de afeto? Lavínia ficou em silêncio por um momento. Lorena então perguntou pelo telefone: — Mas, afinal, qual é a situação de vocês dois? Ela respondeu sinceramente: — A situação é que um quer casar, o outro ainda não. Lorena levou a mão à testa, um tanto exasperada... Depois que Murilo saiu, ele relatou a Guilherme que Lavínia havia ido procurá-lo. Fazer algo tão impulsivo sem ter nenhum herdeiro... talvez só ele fosse capaz disso. No fim das contas, tudo se resumia ao fato de que Guilherme amava demais Lorena
Reginaldo era o filho mais novo do Sr. Pedro, tido como um presente tardio da vida e, ao mesmo tempo, o mais brilhante e implacável entre os filhos, um verdadeiro prodígio. Seu território era a Cidade X, não a Cidade B, mas todos o conheciam bem. Em todo o País X, além de Guilherme, ninguém era mais impiedoso do que ele. Nesse momento, ao seu lado, estava uma mulher alta, elegante, bonita e graciosa. Todos começaram a especular: "Seria essa a lendária Sra. Araújo?" Há cinco anos, esse homem, que era um dos solteiros mais cobiçados do País X, surpreendeu a todos ao anunciar seu casamento. No entanto, até hoje ninguém tinha visto a cerimônia. Além disso, nos últimos cinco anos, ele quase sempre aparecia desacompanhado. Ainda assim, nos eventos que frequentava, costumava estar acompanhado por uma mulher fixa. Porém, a mulher ao seu lado hoje não era a mesma que todos conheciam. A anterior era claramente mais bonita e muito mais elegante do que esta. Hoje era o aniversári
Depois de ser repreendida pelo Sr. Pedro, a confiança recém-recuperada de Kayra despencou instantaneamente, de um jeito que parecia impossível reunir os pedaços novamente. Ela apertava firmemente a bolsa em suas mãos, abaixando a cabeça em constrangimento e vergonha, sem ousar dizer uma única palavra. Envolvida por uma tensão e humilhação intensas, as palavras de felicitações que ela havia ensaiado mentalmente sumiram por completo. Na véspera, Reginaldo havia subitamente enviado alguém para entrar em contato com ela, pedindo que o acompanhasse a uma festa. Ela aceitou prontamente. Naquele momento, sem pensar muito, presumiu que seria um evento empresarial comum. Contudo, ao investigar, descobriu que era a festa de aniversário do Sr. Pedro, patriarca da família Araújo. A animação tomou conta dela imediatamente. Aquela atitude de Reginaldo a fez acreditar que ele finalmente a tinha notado e que queria apresentá-la à família. Mas o temperamento difícil daquele homem era algo par
— Você acabou de dizer para onde a Lavínia foi? — Lorena olhou para Murilo e repetiu a pergunta. Murilo, com paciência, respondeu novamente: — Ela foi buscar a Ângela. Pelo que ouvi, foi o Sr. Pedro quem pediu para ela ir. Os olhos de Lorena, brilhantes como estrelas, se semicerraram levemente. O que será que esse Sr. Pedro está tramando, afinal? Reginaldo trouxe Kayra, e agora o Sr. Pedro pediu para Lavínia trazer Ângela. Na sala de descanso. Reginaldo encarou a inesperada aparição de Ângela. Suas sobrancelhas escuras franziram levemente, e os olhos profundos e escuros como ônix se estreitaram, mas seu olhar permaneceu calmo como a superfície de um lago, fixo na mulher que entrava no cômodo sem demonstrar emoção alguma. Por outro lado, Ângela sequer lhe lançou um olhar. Kayra, ao vê-la, ficou igualmente atônita. Ângela não havia se arrumado para a ocasião, vestindo apenas roupas casuais: um sobretudo branco longo, uma blusa de tricô por dentro, calças pantalonas cara
Ângela viu pela primeira vez Reginaldo tão obediente e sem graça. O Sr. Pedro liderou um grupo de pessoas para fora da sala de descanso e, antes de sair, Reginaldo disse friamente a Kayra: — Vou mandar alguém lhe levar de volta. Kayra ficou surpresa. Ainda não tinha aproveitado o suficiente e já teria que ir embora? Mas não havia como contestar, então apenas assentiu obedientemente e respondeu com uma voz suave e tímida: — Está bem. — Ela sabia que os homens gostavam de mulheres obedientes. Reginaldo foi embora, e Kayra ficou olhando para suas costas o tempo todo. Lavínia e Ângela ainda estavam lá, observando friamente a cena. Os olhos de Kayra pareciam colados em Reginaldo. Lavínia deu uma risadinha sarcástica e, casualmente, suspirou: — Tem gente que já está viciada em ser amante, né? Nem se importa mais com a vergonha. Ângela olhou para Lavínia e deu um sorriso meio desanimado. Kayra estava de costas para elas. Seu rosto estava cheio de rancor enquanto mordia
Mas, com todo mundo pensando assim, ela começou a se sentir um pouco insegura. Ela já havia tentado acessar o sistema de prontuários do hospital para verificar algumas informações. Na verdade, ela não invadiu nem fez nada ilegal; tinha permissão para autorizar o acesso e consultar os registros. No entanto, o que apareceu foi que estava tudo normal, apenas um relatório do check-up de um ano atrás. Ela percebeu que ele fazia exames médicos anuais e que o próximo já estava se aproximando. Então, pensou que talvez fosse uma boa ideia adiantar e o fazer logo. De repente, ela se lembrou da época em que os dois haviam acabado de se casar. Ele, direta ou indiretamente, dava a entender que queria ter um filho. Naquela época, ela ainda tinha algumas reservas, ainda não havia entendido completamente seus próprios sentimentos e, por isso, continuava adiando. Agora as coisas haviam mudado. Ela finalmente tinha clareza sobre o que sentia: nesta vida, só reconhecia a ele, e mais ninguém. Es
Sala de monitoramento do hotel. Oito minutos antes de Guilherme aparecer, Lorena realmente tinha se dirigido ao banheiro, mas, a poucos passos da porta, ela parou, atendeu uma ligação e imediatamente se virou, indo embora. Depois, se dirigiu em direção ao elevador e, dentro dele, apertou o botão do décimo sexto andar. Heitor imediatamente ligou para Guilherme enquanto saía apressado: — Sr. Guilherme, a Sra. Santos foi para o décimo sexto andar do hotel e depois subiu para o terraço. João tinha acabado de sair, indo para a área de fumantes, quando viu, à distância, um homem de expressão sombria e severa. Ele caminhava apressado, com passos largos e, ao mesmo tempo, ansiosos, em direção ao elevador. João estreitou ligeiramente os olhos, intrigado. "Que pressa era aquela? " "Ele não ia procurar alguém no banheiro?" Pensou. João o chamou algumas vezes, mas o homem o ignorou completamente. Quando chegou ao elevador, o outro já havia subido. Logo depois, Inês, Arthur e Em
Lorena assentiu sem hesitar: — Ele é muito, muito bom para mim. Antes de encontrá-la, Odair havia retomado a investigação sobre Guilherme. Esse homem era, de fato, uma pessoa fora do comum. Suas habilidades e competências não ficavam atrás das de ninguém. Ele realmente tinha a capacidade de protegê-la. Mas o que eles mais valorizavam era se ele a tratava bem. Se não a tratasse bem, por mais forte que fosse, não serviria de nada. — Você tem que se lembrar sempre: você não está sozinha. Tem nós atrás de você, entendeu? Odair, em toda a sua vida, só havia sido realmente gentil com duas pessoas: uma foi Lívia, e a outra, Lorena. Uma era a mulher que ele queria amar até o fim da vida, e a outra, a irmã que ele desejava cuidar com carinho. Na verdade, eles não tinham laços de sangue. O encontro deles foi uma coincidência, e Lorena, coincidentemente, era a mais jovem entre eles, mas também a mais madura. Tão madura a ponto de fazer seu coração apertar. Quando Guilherme chegou